Penas depois da morte

Diante do antigo dogma das penas eternas, cuja criação a teologia terrestre atribui ao Criador, examinemos o comportamento do homem - criatura imperfeita - perante as criações estruturadas por ele mesmo.

Determinada companhia de armadores constrói um navio; contudo, não o arremessa ao mar sem a devida assistência. Comandantes, pilotos, maquinistas e marinheiros constituem-lhe a equipagem para que atenda dignamente aos seus fins. Quando alguma brecha surge na embarcação, ninguém se lembra de arrojá-la ao fundo. Ao revés, o socorro habitual envida o máximo esforço, de modo a recuperá-la. E se algum sinistro sobrevém, doloroso e inevitável, o assunto é motivo para vigorosos estudos, a fim de que novos barcos se levantem amanhã, em mais alto nível de segurança.

Na mesma diretriz, o avião conta com mecânicos adestrados, em cada estação de pouso; o automóvel dispõe, na estrada, dos postos de abastecimento, a locomotiva transita sobre trilhos certos e chaves condicionadas; a fábrica produz com supervisores e técnicos; o hospital funciona com médicos e enfermeiros; e a habitação recolhe o amparo de engenheiros e higienistas.

Em todas as formações humanas respeitáveis, tudo está previsto, de maneira que o trabalho seja protegido e os erros retificados, com aproveitamento de experiência e sucata, sempre que esse ou aquele edifício e essa ou aquela máquina entrem naturalmente em desuso.

Isso acontece entre homens, cujas obras estão indicadas pelo tempo a incessante renovação.

Em matéria, pois, de castigos, depois da morte, reflitamos, sim, na justiça da lei que determina realmente seja dado a cada um conforme as próprias obras; entretanto, acima de tudo e em todas as circustâncias, aceitemos Deus, na definição de Jesus, que no-lo revelou como sendo o "Pai nosso que está nos céus."

Autor: Emmanuel
Do livro: Justiça Divina

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