A vida moral

As doutrinas do nada fazem dessa vida um impasse e chegam, logicamente, ao sensualismo e à desordem. As religiões, fazendo da existência uma obra de salvação pessoal, muito problemática, consideram-na de um ponto de vista egoísta e acanhado.

Com a filosofia dos espíritos, esse ponto de vista muda, a perspectiva se alarga. O que devemos procurar, não é mais a felicidade terrestre, - a felicidade daqui é rara e precária, - é um melhoramento contínuo; e o meio de realizá-la, é a observação da moral sob todas as formas.

Com um tal ideal, uma sociedade é indestrutível; desafia todas as vicissitudes,todos os acontecimentos. Cresce na infelicidade, encontra na adversidade os meios de se elevar acima de si mesma. Despojada de ideal, embalada pelos sofismas dos sensualistas, uma sociedade só pode corromper-se e enfraquecer-se; sua fé no progresso, na justiça, apaga-se com a virilidade; ela não é senão um corpo sem alma e torna-se, fatalmente, a presa dos seus inimigos.

Feliz do homem que, nessa vida cheia de obscuridade e de armadilhas, caminha constantemente em direção ao objetivo elevado que discerne, conhece, do qual está certo! Feliz daquele que um sopro do alto inspira suas obras e leva-o adiante. Os prazeres deixam-no indiferente; as tentações da carne, as migrações enganosas da fortuna não têm mais domínio sobre ele. Viajor em marcha, o objetivo o chama; ele se precipita para atingí-lo.


Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte

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