Prosseguindo na Vida


Prosseguindo a vida
No estudo da palpitante questão da morte, muitas pessoas se detêm apenas no fenômeno biológico da desintegração molecular, que lhes impede a permanência, por mais largo tempo, guindadas ao carro do prazer.

Consideram-na como sendo o fim da existência do ser eterno, e não se permitem auscultar a Natureza onde se expressam os mais vibrantes quadros de transformação, de morte para imediato renascimento, ensinando a perenidade do fluxo vital em intérminos processos da renovação.

Aqui, aparece o córrego transparente e cantante; ali, se alarga o pântano estagnado e morto.

À frente, a árvore estuante e pejada de frutos; ao lado, o sarçal requeimado pelo Sol, quase sem vida.

Em uma área fresca, a abundância da horta abençoada; noutro espaço, o deserto árido...

O Trabalho


O Trabalho
O trabalho é uma lei tanto para as humanidades quanto para as sociedades do espaço. Desde o ser mais rudimentar até os espíritos angélicos que velam pelos destinos dos mundos, cada um faz sua parte no grande concerto universal.

Penoso e grosseiro para os seres inferiores, o trabalho suaviza-se à medida que a vida se depura. Torna-se uma fonte de prazeres para o espírito adiantado, insensível às atrações materiais, exclusivamente ocupado 
com estudos mais elevados.

É pelo trabalho que o homem doma as forças cegas da Natureza e preserva-se contra a miséria; é através dele que as civilizações se formam, que o bem-estar e a Ciência difundem-se.

O Egoísmo


O Egoísmo
O egoísmo é irmão do orgulho e procede das mesmas causas. É uma das mais terríveis doenças da alma, o maior obstáculo aos aperfeiçoamentos sociais. Por si só neutraliza, torna estéreis quase todos os esforços do homem para o bem. Assim, o combate deve ser a preocupação constante de todos os amigos do progresso, de todos os servidores da justiça.

O egoísmo é a persistência desse individualismo feroz que caracteriza o animal, como um vestígio desse estado
de inferioridade que já experimentamos. Mas o homem é, antes de tudo, um ser social, destinado a viver com seus semelhantes, e nada pode sem eles. Abandonado a si mesmo, seria impotente para satisfazer suas necessidades, desenvolver suas qualidades.

Interdependência Psíquica


Interdependência Psíquica
“Um desses últimos, que subjugava um rapaz de inteligência bem limitada, interrogado sobre os motivos desta escolha, respondeu-nos: ‘Tenho necessidade muito grande de atormentar alguém; uma pessoa razoável me repeliria; ligo-me a um idiota, que nenhuma força me opõe’.” (O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, cap. XXIII, item 245.)



O assunto pode ser controvertido, mas a realidade é que existem obsessores e obsidiados que passam a viver em regime de interdependência psíquica. 

O ódio mais acirrado termina, com o tempo, transformando-se em amor e o obsessor mais implacável acaba por despertar em si sentimentos de admiração por sua vítima. 

Obrigando obsessor e obsidiado à estreita convivência, a obsessão não deixa de ser um instrumento de aproximação afetiva entre os que se odeiam.

Honrai Pai e Mãe


Honrai pai e mãe
Declara o mandamento expresso da Lei Antiga: 

— “Honrarás pai e mãe.”

E Jesus, mais tarde, em complementação das verdades celestes, afirmou positivo:

— “Eu não vim destruir a Lei.” 

Entretanto, no decurso do apostolado divino, o Senhor chega a dizer: 

— “Aquele que não renunciar ao seu pai e à sua mãe não é digno de ser meu discípulo.” 

Ao primeiro exame, surge aparente desarmonia nos textos da lição. 

Contudo, é preciso esclarecer que Jesus não nos endossaria qualquer indiferença para com os benfeitores terrenos que nos ofertam a bênção do santuário físico. 

O Mestre exortava-nos simplesmente a desistir da exigência de sermos por eles lisonjeados ou mesmo compreendidos.

Espíritos


Espíritos
O medianeiro não confiará cegamente nos espíritos que por ele se manifestem. 

Não se esquecerá de que, muitas vezes, o médium é também chamado ao dever de cooperar com os espíritos em seu próprio esclarecimento. 

O espírito auxilia o médium, mas o médium igualmente pode auxiliar o espírito que o utiliza como instrumento. 

Existem coisas que o espírito aprende com o médium; por isso a necessidade de o médium estudar, indiretamente educando o espírito com o qual se afinize na tarefa. 

Raros os espíritos espíritas. 

Enquanto redijo estas linhas, observo que o médium de que me sirvo vai submetendo o que escrevo ao crivo de sua formação doutrinária.

Em Família


Em família
A família consaguínea é lavoura de luz da alma, dentro da qual triunfam somente aqueles que se revestem de paciência, renúncia e boa vontade. 

De quando a quando, o amor nos congrega, em pleno campo da vida, regenerando-nos a sementeira do destino.

Geralmente, não se reúnem a nós os companheiros que já demandaram à esfera superior, dignamente aureolados por vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de outras épocas, para restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de nossa alma, na jornada para os cimos da vida. 

Muitas vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de devedores em resgate de antigos compromissos. 

Se és pai, não abandones teu filho aos processos evolutivos da natureza animal, qual se fora menos digno de atenção que a hortaliça de tua casa.

Deus sabe


Deus sabe
Há momentos muito difíceis, que parecem insuperáveis, enriquecidos de problemas e dores que se prolongam, intermináveis, ignorados pelos mais próximos afetos, mas que Deus sabe. 

Muitas vezes te sentirás à borda de precipícios profundos, em desespero, e por todos abandonado. No entanto, não te encontrarás a sós, porque, no teu suplício, Deus sabe o que te acontece.

Injustiçado e sob o estigma de calúnias destruidoras, quando, experimentando incomum angústia, estás a ponto de desertar da luta, confia mais um pouco, e espera, porque Deus sabe a razão do que te ocorre.

Vitimado por cruel surpresa do destino, que te impossibilita levar adiante os planos bem formulados, não te rebeles, entregando-te à desesperação, porque Deus sabe que assim é melhor para ti.

Depois da Morte


Depois da morte
Filhos, depois da morte é que valorizareis, com maior propriedade, cada minuto que a Divina Providência vos concedeu no corpo físico... Além das estreitas fronteiras do túmulo é que lamentareis a oportunidade de ascensão espiritual que malbaratastes, permitindo-vos envolver em questiúnculas de somenos... 

Quando vos contemplardes, redivivos, na vida que se desdobra para lá do sepulcro, é que observareis o que fizestes de vós mesmos na imagem que se vos refletirá no espelho da própria consciência... 

Quando maior lucidez vos favorecer nas Dimensões do Infinito, sereis invadidos pelo inevitável remorso de 
quem, sobre a Terra, não se ocupou quanto deveria da Verdade que transcende os interesses imediatos dos homens... 

Pranteareis, então, a inversão de valores a que consagrastes a existência, reconhecendo-vos na condição do aluno leviano que tudo daria para voltar às primeiras lições, na escola que desprezou, e recomeçar o aprendizado...

Companheiros de Jornada


Companheiros de jornada
Tu os encontras nos mais variados caminhos da existência corporal. 

São companheiros de evolução, que se multiplicam em todo lugar, nem sempre, porém, amigos das tuas aspirações. 

Estão na mesma trilha que tu, o que não quer dizer que marchem de acordo contigo. 

Muitas vezes competirão por nonadas, disputando honrarias enganosas, que deixam ressaibo de amargura. 

Alguns, constituir-te-ão dificuldade a vencer, erguendo-se como obstáculos à tua frente. 

Inúmeros, sorrindo contigo, transformando-se, facilmente, em adversários rigorosos.   

Enganados nos propósitos que acalentam, não trepidam em convidar-te a duelos de qualquer tipo, desde que te possam suprimir ou afastar-te do teu caminho. No entanto, assim é a marcha.

Bons Espíritos


Bons espíritos
Quando em dificuldade, assinalas, contente, a mão que te oferta auxílio espontâneo. 

Se sofres, adquires ânimo novo perante alguém que te reanima. 

Doente, sabes ser reconhecido a quem te socorre. 

Em erro, apresentas-te renovado, diante daquele que te apoia o reajuste, sem recorrer à condenação. 

Solitário, encontras a presença do amor no companheiro que te dirige a boa palavra. 

Sabes que te enganas muitas vezes, apesar do teu devotamento à verdade, e que, em muitas circunstâncias, 
pareces abraçar a ingratidão e a agressividade, não obstante o propósito de honrar a justiça, e, por esse motivo, dignificas todos aqueles que te estendam bondade e compreensão.

A vontade


A vontade
É pela vontade que dirigimos nossos pensamentos para um objetivo preciso. Na maioria dos homens, os pensamentos  flutuam incessantemente. Sua mudança constante, sua variedade infinita deixam pouco espaço às 
influências superiores. É preciso saber concentrar-se, pôr seu eu em consonância com o pensamento divino. Então, produz-se a fecundação da alma humana pelo Espírito divino, que a envolve, a penetra, que a torna apta a realizar nobres tarefas, que a prepara para a vida do Espaço, cujos esplendores, neste mundo, ela imprecisamente entrevê. Os espíritos elevados se veem e se compreendem pelo pensamento. Seus pensamentos são harmonias penetrantes, ao passo que, muitas vezes, os nossos são apenas discordância e confusão. Aprendamos, pois, a servir-nos de nossa vontade e, através dela, a unir nossos pensamentos a tudo 
o que é grandioso, à harmonia universal, cujas vibrações enchem o Espaço e embalam os mundos.

Suicidas


Suicidas
Não condenes as vítimas da loucura e do sofrimento que se retiram do mundo pelas portas do suicídio.

Ninguém lhes viu talvez a luta insana. E não sabes até que ponto sorveram o veneno da angústia na taça de fel!...

Faze silêncio diante dos que caíram no paroxismo da desesperação e da dor.

Na batalha do mundo, quantos despem o manto da carne, roídos no âmago da alma pelas chagas de aflitivas desilusões!... Quantos procuram fugir ao nevoeiro do vale, arrojando-se às trevas do despenhadeiro cruel!...

E, pedindo a paz do Senhor para os que descem à sombra da rendição antes do triunfo, ora também pelos que armam as garras da treva contra si próprios no pelourinho da maldade e da calúnia:

Pelos que perturbam o caminho alheio, aniquilando a própria existência;

O bem sem ostentação


O bem sem ostentação
“(...) Qualquer classe social a que pertençais, sempre tereis alguma coisa que possa ser partilhada.” (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XIII, item 16.)


Eis que continuamos a falar da caridade, sob a forma de beneficência.

Diz-nos o trecho do Evangelho acerca da necessidade de fazermos o bem discretamente e movidos do desejo tão somente de ajudar.

Para atingir esse estado, o homem precisará ter passado por outros que irão tirá-lo da área de selvageria para a área do amor ao próximo. Ele passará pela fase do egocentrismo; passará pela fase do desejar
aparecer e chegará à fase culminante do seu progresso, que é o bem sem ostentação.

Para chegar a esse estágio, repito-me, os homens passarão por muitos outros. E nesses outros todos por que passarem, encontrarão pessoas conhecidas.

Provas e Bênçãos

Provas e bênçãos
Esforçando-te por superar as dificuldades e contratempos, nas áreas da reencarnação, recorda o patrimônio das bênçãos de que dispões, a fim de que os dissabores e empregos educativos da existência não te sufoquem as possibilidades de trabalhar e de auxiliar.

Atravessas incompreensões e tribulações em família, entretanto possuis saúde relativa e recursos ainda que mínimos para vencê-las construtivamente até que se extingam de todo.

Sofres com entraves do parente difícil, todavia guardas contigo a luz da compreensão de modo a ajudá-lo a solver os conflitos e inibições de que se sente objeto.

A semente


A semente
“E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão de trigo ou de outra qualquer semente.” Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 15, VERSÍCULO 37.)



Nos serviços da Natureza, a semente reveste-se, aos nossos olhos, do sagrado papel de sacerdotisa do Criador e da Vida.

Gloriosa herdeira do poder divino, coopera na evolução do mundo e transmite silenciosa e sublime lição, tocada de valores infinitos, à criatura.

Exemplifica sabiamente a necessidade dos pontos de partida, as requisições justas de trabalho, os lugares próprios, os tempos adequados.

Há homens inquietos e insaciados que ainda não conseguiram compreendê-la. Exigem as grandes obras de um dia para outro, impõem medidas tirânicas pela força das ordenações ou das armas ou pretendem trair as leis profundas da Natureza; aceleram os processos da ambição, estabelecem domínio transitório, alardeiam mentirosas conquistas, incham-se e caem, sem nenhuma edificação santificadora para si ou para outrem.

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