O sono


O sono
Às vezes, a alma se afasta, durante o repouso do corpo, e são as impressões de suas viagens, os resultados de suas buscas, de suas observações, que se traduzem pelo sonho. Neste estado, um elo fluídico liga-o ainda a seu organismo material e por este elo sutil, espécie de  fio condutor, as impressões e as vontades da alma podem transmitir-se ao cérebro. É pelo mesmo processo que, nas outras formas do sono, a alma comanda seu envoltório terrestre, controla-o, dirige-o. Esta direção que, no estado de vigília, durante a incorporação, se exercia de dentro para fora, vai ocorrer em sentido inverso, nos diversos estados de desprendimento. A alma, emancipada, continuará a influenciar o corpo, através deste elo  fluídico que continuamente os liga, um à outra. Então, com sua potência psíquica reconstituída, a alma exercerá sobre seu organismo carnal um comando mais eficaz e mais seguro. O caminhar dos sonâmbulos, à noite, em lugares perigosos, com inteira segurança, é uma evidente demonstração deste fato. 


Assim também ocorre com a ação terapêutica provocada pela sugestão. Esta é eficaz, principalmente, porque facilita o desprendimento da alma, garantindo-lhe seu poder de controle absoluto, a liberdade necessária para dirigir a força vital acumulada no perispírito e, deste modo, reparar as perdas sofridas pelo corpo físico. Constatamos este fato nos casos de dupla personalidade. A segunda personalidade, mais completa, mais íntegra que a personalidade normal, substitui-se a ela, com um objetivo curativo, por meio de uma sugestão exterior, aceita e transformada em autossugestão pelo espírito do sujet. De fato, este nunca abdica seus direitos e poderes de controle. Como disse Myers: “Não é a ordem do magnetizador, mas, antes, a faculdade do sujet que representa o nó da questão”. 



Autor: Léon Denis
Do Livro: O Problema do Ser e do Destino

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