Céu e Inferno


Os adeptos do Espiritismo têm conhecimento acerca da imortalidade da alma e as informações sobre o além à vida física, através de farta literatura espírita. E um tema que chama a atenção de todos é o pensar acerca as questões das penas e os gozos dos espíritos.

Essa reflexão tão importante está anotada por Allan Kardec em “O Livro dos Espíritos” e muitas almas, todos os dias, buscam livros e centros espíritas, sedentos de explicação para continuarem a normalidade de suas vidas, em várias situações, principalmente quando do afastamento de seus amores, considerados como perdas irreparáveis.

E nas tarefas mediúnicas, nos centros espíritas quantos desencarnados se apresentam, trazendo suas experiências, males e bem realizados nas vivências na Terra e as dores pelo distanciamento de seus queridos e das suas ocupações quando encarnados.

Portanto é de grande importância esclarecer sobre o bem-estar possível tanto para a comunidade dos vivos e dos mortos, sobre a vida continuar para além dos portais da vida terrena.

Céu e inferno é assunto que ainda transita na ideia de muitas criaturas, de forma contundente, e Doutrina Espírita vem esclarecer, tirando dúvidas e informando.

Chorar e viver sem rumo, sem explicação e sem orientação sobre essas questões faz o ser sofrer por ter noção apenas acerca de um céu que abraça os eleitos e um inferno que pune eternamente. Mas faz toda a diferença em seu viver, ao tomarem conhecimento de que o inferno criado como um determinado espaço, embaixo, ou de um céu, em cima, que caracterizam simplesmente a crença de uma fase histórica da humanidade, quando a verdade era encoberta, é uma forma figurada de se ver.

Uma vez esclarecida, a criatura pode reiniciar sua trajetória, compreendendo-se como espírito imortal, responsável pelo que empreende, sem culpas, ciente que as oportunidades são inúmeras para planejar melhor os caminhos que deseja seguir, alimentando a ideia de que tudo o que construímos hoje pode trazer bons resultados adiante.

Encontramos atualmente orientações que se multiplicam e fornecem subsídios para meditação sobre o tema, apontando caminhos, que serão seguidos ou não, de acordo com a liberdade de escolha de cada um. Saber que não estamos sós, que temos ajuda, suporte, orientação é muito importante e dilata o nosso potencial de crer para autorrealização.

Somos hoje, uma humanidade informada, buscando cada vez mais esclarecimento, e nos cabe o papel de divulgadores do bem para consolo de muitos.

Na verdade, o inferno é resultado de um comportamento antifraterno, e alimentado por ações precipitadas e pensamentos deletérios.

As penas e gozos principiam na nossa intimidade, porque a paz é construída em nosso interior e não externamente, mas se irradia externamente.

Quem cria um céu ou um inferno em seu viver, busca localizá-lo a qualquer custo, mas são os valores que guiam nossas vidas, a alimentação de pensamentos, intenções e sentimentos variados, um estado e não um lugar circunscrito. A transformação necessária vem de dentro para fora.

Para se acreditar em justiça divina, não se pode pensar num local circunscrito, onde apenas os eleitos têm acesso, que vivem em plena harmonia, sem qualquer exercício; enquanto outros sofrem indefinidamente, sem perdão.

Deus é Pai, justo e bom, nos conhece profundamente, pois nos criou e Jesus trouxe essa noção numa época em que as criaturas adoravam a um deus, para ser agradado, por isso sacrificavam animais e faziam oferendas. A eliminação desses costumes, só é possível com a ideia de um Deus de Amor. E o resumo dos dez mandamentos em dois, traz inscrito a necessidade de uma Lei de Amor para todos, indistintamente, direcionando o nosso comportamento.

Para Deus não há privilegiados ou preteridos. Todos foram criados perfectíveis, isto é, com potencial para tornar-se perfeito. Logo, todos podem buscar em suas potências íntimas como se desenvolver plenamente, não se pode assumir um lugar sinônimo de inatividade e outro de sofrimento eterno.

Os espíritos nos esclarecem através do Codificador, que “as penas e gozos são inerentes ao grau de perfeição dos Espíritos”. E Jesus destacou que o Reino dos Céus está dentro de nós mesmos.



             
          Autor: Magdala Monteiro

Fonte: Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Questão 1012 

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