A sociedade do futuro |
“(...) Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não deu ao homem, inutilmente, a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.” (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, questão 766.)
Que o amor único de Deus inspire todas as almas para o bem!
Todos os homens sentem necessidade, às vezes imediatas, de conviver com outras pessoas, iluminando o próprio pensamento e construindo núcleos sociais que os tornem capazes de ser felizes, pacificados, voltados para o equilíbrio. É um sinal de progresso.
A Humanidade, que avança cada vez mais no intercâmbio entre as várias coletividades, torna-se assim uma sociedade conhecida, e todos os homens que vivem esse grande processo de progresso sentem-se conhecedores uns dos outros, iluminados pela cultura, pelo saber, pelo conhecimento, enfim, que traz a todos o equilíbrio, a noção do belo, o engrandecimento do ser. Outros, porém, existem que reclamam dessa
convivência; são aqueles que pensam em pátria, são aqueles que ainda não são capazes de ver o homem como membro do Universo. Estão limitados às suas nações, às suas culturas. Não que isso não seja
importante; mas a sociedade dos homens é muito grande e comporta convivência entre todas as culturas e entre vários momentos.
Infelizes aqueles que não pensam assim, infelizes os que somente veem os hábitos do seu grupamento! Esses isolam-se; parece que apenas estão voltados para si próprios, esquecendo-se do próximo, e com isso se estiolam. Seu destino é o desaparecimento.
Como é diferente, no entanto, aquela sociedade em que o homem aprende a viver com o próximo, abre seu coração, diz para aquele que é o seu irmão: Vem! Compartilha comigo aquilo que eu conheço. Compartilha comigo aquilo que sei. Compartilha comigo aquilo que me interessa, que me agrada, que me embeleza os olhos. Este será o homem do futuro, que não terá em suas mãos nem em sua mente outro sinal senão o da convivência e não verá na sociedade senão aqueles que também precisam evoluir, conhecer, caminhar. (...)
No caminho em busca de Deus, o homem não pode trazer dentro de si sinais de isolamento, sinais de ideias próprias, mas sim da grande convivência e da ideia de Deus. No dia em que assim agir, o homem acalentará
o futuro, porque dirá para si próprio: Eis que progrido, porque sei viver com muitos! Eis que caminho, porque muitos estão ao meu lado! Eis que venço a mim mesmo, porque o egoísmo deixou de fazer parte de minha existência!
Ah, meus irmãos! Abençoada doutrina esta, a doutrina dos espíritos, que há tanto tempo nos chama a atenção sobre esta necessidade! (...)
E assim, cada um de nós, em todos os momentos, está vendo que a Doutrina Espírita, antecipando em muito as conquistas da sociedade humana, lembra que a vida de insulamento é a vida do egoísta, é a vida do que não quer ser incomodado por coisa alguma, é a vida daquele que apenas pensa em si mesmo. O futuro está na convivência e o progresso se fará com auxílio de todos. A felicidade não será mais compartilhada apenas por grupos sociais restritos, mas sim por toda a Humanidade.
Aguardemos, caros irmãos, que esse dia chegue para todos indistintamente. Enquanto isto não se dá, que cada um de nós vá promovendo individualmente a sua transformação, para que, um dia, possa fazer parte da grande sociedade humana. Nesse dia, haverá paz, porque, então, abraçaremos o estrangeiro com tanto amor e vigor quanto abraçaremos o nacional, o irmão, e diremos do fundo do coração: Sê bem-vindo, meu irmão!
Muita paz!
Autor: Antonio de Aquino
Do Livro: Inspirações do Amor Único de Deus, vol. 3.
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