No exercício da palavra |
Tu, porém, prega o que esteja em harmonia com a sã doutrina. — Paulo (Tito 2:1.)
Dizem os sábios da Antiguidade: És senhor da palavra que não disseste e escravo da que proferiste.
Sendo assim, cuida bem de teus discursos...
Há palavras que, embora nascidas de bons intentos, surgem revestidas com o fel do azedume, criando em quem as ouve a sensação de angústia...
Outras há que expressam a justiça, mas surgem envolvidas no véu escuro das cobranças, criando em quem as registra o sentimento de culpa...
Outras, ainda, aparentam concordância, mas chegam recheadas de dúvidas, dando origem a desconfianças.
Atenta, igualmente, para a tua voz, a fim de que ela não se apresente como um ingrediente avinagrado, descaracterizando a tua mensagem de estímulo ou de concórdia.
Observa o momento em que falas, para que não se torne em fator de repulsão, porquanto para tudo há
um momento certo.
Toma, por princípio, a vigilância, procurando analisar como te sentirias interiormente, se fossem os teus ouvidos que assinalassem o que teus lábios lançam nos ouvidos alheios.
Mede as consequências do que pretendes dizer, para que o arrependimento não te surpreenda mais adiante, arrancando-te lágrimas de compunção.
Domina o teu primeiro impulso, evitando que, pela precipitação, não venhas a destruir o valor do que tens a dizer.
Reflete antes; fala depois.
Calar é sempre melhor, quando não conseguires conter teu pensamento nem clarificar teu sentimento.
Falar, sim, mas apenas como recomenda a sã doutrina, isto é, só falar quando seja o Amor que nos inspire, levando quem nos ouve aos caminhos da Paz.
Autora: Icléa
Do Livro: Evangelho e Vida.
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