Os obsessores |
(...) Os obsessores são as almas impertinentes que vigiam as operações humanas e as de natureza espiritual, distorcendo o raciocínio, sob o comando da loucura egocêntrica, que os torna famigerados.
Encontramo-los nos mais variados departamentos do relacionamento social, cultural, científico e filosófico, nas artes e nas religiões.
A maioria deles, constituída por antagonistas do progresso, enfrenta as ideias renovadores, tentando obstaculizar, ora aderindo aparentemente, depois gerando perturbação e desordem; noutros momentos, levantando barreiras de oposição sistemática.
Profundamente cruéis, perderam a sensibilidade ao longo das reencarnações impiedosas a que se afeiçoaram.
Com muita propriedade, Jesus conclama a criatura humana encarnada ou desencarnada à vigilância, e Allan Kardec, com muita sabedoria, na área do intercâmbio mediúnico, adverte quanto ao perigo das obsessões.
Os obsessores são as almas dos homens que viveram na Terra, com prestígio e poder, não se conformando
com a transitoriedade carnal que os despiu e expulsou dos tronos e dominações enganosos.
Permanecem vinculados àquelas paixões, gerando, atrevidamente, o combate que pretendem manter contra a Divindade, embora inutilmente.
Apesar de saberem que não lograrão êxito nas façanhas têm, por outro lado, a certeza de que retardarão a marcha do progresso, dividindo as criaturas e infelicitando-as, momentaneamente, porque são vinculadas aos ideais nobres.
Noutros momentos, espicaçando os sentimentos inferiores e geralmente estabelecendo linhas de comportamento infeliz, tornam amargurados e ressentidos os seres.
A obsessão pode dar-se por motivos pessoais — desforço e inveja — gerais — revolta contra os ideais elevados — e de loucura — desespero contra tudo e todos.
Ocorre porque as suas vítimas são endividadas perante a Consciência Cósmica.
O nosso labor estende-se à faixa dos obsessores — nossos irmãos cruéis e infelizes, pelos quais devemos orar, de quem nos devemos compadecer e a respeito de cuja existência deveremos precatarmos com todas as forças do coração, as veras do sentimento e a lucidez da alma — e aos homens encarnados nas áreas das provações redentoras.
Autor: João Cléofas
Do livro: Suave Luz nas Sombras.
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