Servir sem Esmorecimentos

Servir sem Esmorecimentos
Servir sem Esmorecimentos
“O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade (...)

Ele sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem se lamentar.” (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, 2. ed. CELD, 2003. Cap. 17, item 3.)


Prezados companheiros, que Jesus Cristo traga a sua bênção de paz a todos os que aqui se encontram!

Estimulados pela fé, amparados pelo serviço que já realizam, prossigam, sem temores, pela vida afora. São essas palavras conhecidas, bem o sabemos, mas igualmente estimulantes para todos os que se dedicam a espalhar, por todos os cantos, a semente da Doutrina Espírita e da caridade, também.

As almas dedicadas a tal mister precisam do estímulo para dar continuidade às suas atividades. Nós outros, os espíritos de Deus, estamos aqui, nesta noite, para lhes dizer que todos os da Espiritualidade se reúnem no Centro, com vocês, para festejar a continuidade do trabalho no bem.

Seus guias, generosos amigos, que nunca cessam de amar, estão presentes na Casa Espírita, para que a fé não falte nos corações e o desânimo, a tristeza e a desarmonia não façam de cada alma pouso ou morada permanente.

Lembrando o Mestre

Lembrando o Mestre
Lembrando o Mestre
“Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele era animado pelo espírito divino e o ser mais puro de todos os que apareceram na Terra.” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, 1. ed. CELD. Comentário da pergunta 625.)




Lembrando o Mestre querido de todos nós, seus exemplos, seus atos, suas palavras, e sua mensagem, que é perene e deve ser analisada todo ano, na ocasião do Natal, tempo em que os corações se sentem mais voltados para a análise de sua presença na Terra, devemos insistir um pouco mais em torno do assunto, aproveitando a ocasião para fixar mais ainda os conceitos em torno do Mestre.

Recordemos Jesus todos os dias, todas as horas, não apenas pela sua mensagem cristã, não apenas pelo seu comportamento diante da vida, não apenas por ele nos servir de modelo; mas, acima de tudo, por representar para nós o elo de ligação mais direta com Deus, o Pai.

Jesus é, pois, para todos os cristãos, e para os espíritas em particular, aquele que representa mais diretamente, na Terra, a figura paterna de Deus.

Jesus, exemplo vivo

Jesus, exemplo vivo
Jesus, exemplo vivo
“Vida futura. (...) Esse dogma, portanto, pode ser considerado como a base do ensinamento do Cristo; é por isso que ele está colocado como um dos primeiros pontos no início desta obra, porquanto deve ser o alvo de todos os homens.” (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, 2. ed. CELD, 2003. Cap. 2, item 2.)



As alegrias espirituais decorrentes da Páscoa são acentuadas, no plano espiritual, pela vontade que temos de exaltar, amar Jesus e deixar-nos conduzir por ele sempre. O renascimento de Jesus, para nós, surge como um elemento de equilíbrio entre a vida e a morte.

Muitos espíritos, principalmente entre os recém-desencarnados, sentem a necessidade de falar da sobrevivência, de sentir a sobrevivência, de fixar em seu ser a noção de continuidade da vida. Os mais antigos, aqueles que já estão experimentados, que já vivem há muitos anos no plano espiritual, sentem a necessidade de ouvir falar da volta do Cristo, para que muitos deles sintam também a necessidade e a coragem precisa para voltarem às lides na carne.

Jesus, assim, é o exemplo vivo para todos, em qualquer circunstância, em qualquer estágio de evolução do espírito: para os menores, a sobrevivência, a continuidade da vida; para os mais experimentados, a necessidade do retorno, como uma decorrência natural do progresso do espírito.

Jesus, o Modelo

Jesus, o Modelo
Jesus, o Modelo
625. Qual é o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e de modelo?

“Vede Jesus.” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, 1. ed. CELD. Pergunta 625.)



Falar de Jesus sempre traz para os corações humanos a força espiritualizada e a alegria de vermos seu trabalho se expandir, pouco a pouco, nos corações humanos.

As lutas, os problemas e as dificuldades se ampliam, mas se amplia, também, no coração do homem, a necessidade de buscar uma solução que o faça engrandecer-se diante da própria dificuldade.

Busquemos, caros irmãos, a resposta para todos os nossos anseios e problemas na Doutrina Cristã. Busquemos em Jesus o modelo de comportamento. Façamos nossas atividades junto a ele. Cumpramos o nosso papel.

Diante da dor, da dúvida, da ansiedade, dos obstáculos, enfim, saibamos conservar no coração a imagem de Jesus. Saibamos conservar, no nosso íntimo ser, sua doutrina, e ele nos dirá palavras de estímulo, de trabalho, palavras que nos conduzirão pela vida afora. E nada melhor do que lembrar que ele realmente conduz nossos destinos!

No Exame Recíproco

No Exame Recíproco

No Exame Recíproco
“Consideremo-nos também uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras.” – Paulo. (Hebreus, 10:24.)


Algumas vezes somos constrangidos a examinar as diretrizes dos nossos companheiros de experiência, nas horas em que se mostram em atitude menos edificante.

Vimos determinados amigos em lances perigosos do caminho, até ontem. E até ontem terão eles:

entrado em negócios escusos;
caído em lastimáveis enganos;
perpetrado delitos;
descido a precipícios de sombra;
causado prejuízo a outrem, lesando a si mesmos;
fugido a deveres respeitáveis
desprezado valiosas oportunidades no erguimento do bem;
renegado a fé que lhes servia de âncora;
adotado companhias que lhes danificaram a existência;
abraçado a irresponsabilidade por norma de ação.

Aplicação Moral e Frutos do Espiritismo

Aplicação Moral e Frutos do  Espiritismo



Aplicação Moral e Frutos do  Espiritismo
O Espiritismo, sabiamente praticado, não é somente uma fonte profunda de ensinamento; é também um meio de treinamento moral. Os avisos, os conselhos dos espíritos, suas descrições da vida do Além influem nos nossos pensamentos e nos nossos atos; eles preparam uma lenta modificação do nosso caráter e de nossa maneira de viver.

Nada é mais impressionante do que ouvir, no decorrer das sessões de evocações, a narrativa, a confissão das angústias experimentadas pelo espírito que empregou mal sua vida terrestre; do egoísta, que apenas encontra a indiferença e o vazio em torno de si; do invejoso, que se sente mergulhado numa espécie de noite produzida pelo acúmulo de seus maus pensamentos, de seus maldosos propósitos.

Dentre numerosos fatos, citaremos este que se produziu no nosso grupo de estudos: o espírito de uma antiga vendedora de legumes de Amiens gostava de nos lembrar sua ansiedade e sua perturbação, quando, após o falecimento, encontrou-se no meio de espessas trevas, efeito das maledicências e disputas às quais ela frequentemente se entregava. Longa e penosa foi sua espera. Finalmente, após anos de incerteza, de morno isolamento, ela ouviu vozes: “Ora, Sophie; ora e arrepende-te”, diziam-lhe. Sophie orou. E sua prece fervorosa, como uma luz pálida, clareava a noite fluídica que a envolvia. Segundo sua expressão: “o negro se tornava cinza”, de um cinza que ia se atenuando cada vez mais, até que tivesse recobrado a liberdade relativa dos espíritos pouco adiantados.

Muito se Pedirá

Muito se Pedirá
Muito se Pedirá
Não nos esqueçamos de que Conhecimento Superior traduz responsabilidade.

* * *

Ninguém vive sem contas.
Muito se pedirá amanhã do que hoje recebes.
Nas bases da vida moram a equanimidade e a justiça.
Não amassarás teu pão com a areia do deserto.
Não proverás cântaro com os detritos do charco.
Recolherás o alimento da substância que te recebe carinho e sorverás a água pura da fonte que te merece cuidado.

* * *

Não jornadeies na Terra, indiferente ou distraído, como se atravessasses um campo inútil.

* * *

Não se confia a enxada ao lavrador para a exaltação da ferrugem, nem se entrega a máquina ao operário a fim de que se louve a preguiça.

* * *

A Natureza que sustenta o verme reclama-lhe serviço em favor do solo.

* * *

Objetivos do Intercâmbio Espiritual

Objetivos do Intercâmbio Espiritual
Objetivos do Intercâmbio Espiritual
Qual o objetivo do intercâmbio dos Espíritos desencarnados com os encarnados? Esse intercâmbio se constitui em missão para ambos?

O objetivo desse milenar intercâmbio, sempre foi e será, o de confirmar a imortalidade da alma e trazer a certeza de quão transitória é a vida na Terra.

O conhecimento e a aceitação dessas verdades, naturalmente já teriam libertado o homem de tudo que lhe satisfaz o orgulho e a vaidade, expressas na ambição das riquezas, nas lutas pelo poder, na conquista de autoridade...

Infelizmente, o silêncio obrigatório, mantido a esse respeito, por força de interesses imediatistas, obstruiu o caminho natural que a Humanidade percorreria dentro do tempo, impedindo-a de alcançar um maior progresso espiritual, porquanto o homem foi dominado pela dúvida quanto ao seu futuro, pelo medo da morte e o apego demasiado à vida física.

O advento da Doutrina Espírita representou, para a alma humana, a abertura de um novo canal pelo qual a água-viva do conhe cimento espiritual voltou a fluir.

Intensificou-se o intercâmbio, trazendo perspectivas novas para o Espírito humano, tendo em vista que a interação entre os dois mundos objetiva, igualmente, trazer a mensagem da renovação interior do Espírito imortal, a fim de que, desde já, possa ele propiciar ao mundo onde habita, um clima de felicidade, antecipando sua felicidade futura.

A Idéia de Deus

A Idéia de Deus
A Idéia de Deus
Os homens é que são obrigados a modificar suas leis, porque são imperfeitas; mas as Leis de Deus são perfeitas. (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, questão 616.) Tudo nos fala de Deus, o visível e o invisível. A inteligência o discerne; a razão e a consciência o proclamam. (Léon Denis. O Grande Enigma, Primeira parte, cap. VI.)


Deus, ainda pouco conhecido e sentido pelo homem terreno, deve estar sempre presente na mente e no sentimento dos seres, e em todos os seus atos.

A figura divina se nos apresenta como o Pai, e um pai dedicado à educação de seus filhos torna-os mais fortificados e conhecedores dos verdadeiros valores da vida.

Assim deve acontecer com a criatura terrena, na sua busca espiritual da razão e da fé. O divino Pai sempre se fará presente, educando seus filhos, fortalecendo-os e conduzindo-os, rumo à elevação.

No entanto, aquele que no seu caminhar se esquecer de Deus certamente vivenciará momentos de pesquisas infrutíferas e sem fé.

Muitos confundem Deus com a manifestação de certos fenômenos.

A Disciplina do Pensamento e a Reforma do Caráter

A Disciplina do Pensamento e a Reforma do Caráter
A Disciplina do Pensamento e a Reforma do Caráter
Em todas as nossas relações sociais, nos relacionamentos com nossos semelhantes, é necessário constantemente nos lembrarmos disto: os homens são viajantes em marcha, ocupando pontos diversos na escala evolutiva que todos nós galgamos.

Consequentemente, nada devemos exigir, nada devemos esperar deles, que não esteja de acordo com seu grau de adiantamento.

A todos devemos a tolerância, a benevolência e mesmo o perdão, pois, se nos causam prejuízo, se nos ridicularizam e nos ofendem, é, quase sempre, em consequência da falta de compreensão e de saber, que resulta de um desenvolvimento insuficiente. Deus só pede aos homens aquilo que eles conseguiram adquirir com seus lentos e penosos trabalhos.

Durante o Serviço da Pregação

Durante o Serviço da Pregação
Durante o Serviço da Pregação
Muitos confrades que se candidataram para servir ao Evangelho desconhecem que devem fazê-lo em nome de Jesus!

Pode parecer prosaica a colocação, mas não é!

Num olhar detalhado, vários cooperadores apresentam a personalidade acima da tarefa. Querem representar o nome de Jesus, mas laboram de maneira muito pessoal e nada fraterna.

O representante da palavra há de se lembrar de que não está na Seara para ser servido, e sim para servir.

Destarte, que o expositor espírita não imagine estar construindo uma carreira profissional ou acadêmica, em que as exigências o tornem inacessível ou extremamente caro para o Movimento Espírita.

Há de se lembrar, também, que o servidor da palavra não é um artista ou personalidade que deva ser tratado com luxo ou exaltação.

Obsessores

Obsessores
Obsessores
Obsessor, em sinonímia correta, quer dizer “aquele que importuna”.

E “aquele que importuna” é, quase sempre, alguém que nos participou a convivência profunda, no caminho do erro, a voltar- se contra nós, quando estejamos procurando a retificação necessária.

No procedimento de semelhante criatura, a antipatia com que nos segue é semelhante ao vinho do aplauso convertido no vinagre da crítica.

Daí, a necessidade de paciência constante para que se lhe regenerem as atitudes.

Considerando, desse modo, que o presente continua o pretérito, encontramos obsessores reencarnados, na experiência mais íntima.

Muitas vezes, estão rotulados com belos nomes.

Vestem roupa carnal e chamam-se pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou companheiros familiares na lareira doméstica.

Em algumas ocasiões, surgem para os outros na apresentação de santos, sendo para nós benemerentes verdugos.

Ouvindo a Natureza

Ouvindo a Natureza
Ouvindo a Natureza
Em todos os ângulos da Vida Universal, encontramos, patentes, os recursos infinitos da Sabedoria Divina.

A interdependência e a função, a disciplina e o valor são alguns aspectos simples da vida dos seres e das cousas.

Interdependência – a vida vegetal vibra em regime de reciprocidade com a vida animal. A laranjeira fornece oxigênio ao cavalo e o cavalo cede gás carbônico à laranjeira.

Função – o futuro é o resultado principal da existência da planta.

A laranjeira, conquanto possua aplicações diversas, tem na laranja a finalidade maior da própria vida.

Disciplina – cada vegetal produz um só fruto específico. Existem infinitas qualidades de frutos, todavia a laranjeira somente distribui laranjas.

Valor – cada fruto varia quanto às próprias qualidades. A laranja pode ser doce ou azeda, volumosa ou diminuta, seca ou suculenta.

O Pensamento

O Pensamento
O Pensamento
É na comunhão frequente e consciente com o mundo dos espíritos que os gênios do futuro haurirão os elementos de suas obras. Desde já, a penetração nos segredos de sua dupla vida vem oferecer ao homem os auxílios e os esclarecimentos que as religiões decadentes não lhe poderiam proporcionar. Em todos os domínios, a ideia espírita vai fecundar o pensamento atuante.

A Ciência ficará devendo a ela uma renovação completa de suas teorias e de seus métodos. Ficar-lhe-á devendo a descoberta de forças incalculáveis e a conquista do universo oculto. Com ela, a Filosofia adquirirá um conhecimento mais extenso e mais preciso da personalidade humana. Esta, no transe e na exteriorização, é como uma cripta que se abre, repleta de coisas estranhas, e onde se esconde a chave do mistério do ser.

As religiões do futuro encontrarão, no Espiritismo, as provas da sobrevivência e as regras da vida no Além, ao mesmo tempo que o princípio de uma união estreita das duas humanidades, visível e invisível, em sua ascensão para o Pai comum. A arte, sob todas as suas formas, nele descobrirá fontes
inesgotáveis de inspiração e de emoção.

Chamados e Escolhidos

Chamados e Escolhidos
Chamados e Escolhidos
Estejamos convencidos de que ainda nos achamos a longa distância do convívio com os eleitos da glória celeste;

entretanto, pelo chamamento da fé viva que hoje nos traz ao conhecimento superior, guardemos a certeza de que já somos os escolhidos:

para a regeneração de nós mesmos;

para o esquecimento de todas as faltas do próximo, de modo a recapitular com rigor as nossas próprias imperfeições redimindo-as.

para o perdão incondicional, em todas as circunstâncias da vida;

para a atividade infatigável na confraternização verdadeira;

para auxiliar os que erram;

para ensinar aos mais ignorantes que nós mesmos;

para suportar o sacrifício, no amparo aos que sofrem, ainda sem a força da fé renovadora que já nos robustece o espírito;

Combatamos o Medo

Combatamos o Medo
Combatamos o Medo
“A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades às necessidades terrestres ou às suas aspirações celestes e futuras (...) Enfim, com a fé, não há más tendências que não possam ser vencidas.” (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, 2. ed. CELD, 2003. Cap. 19, item 12.)


Jesus nos ajude a todos, abençoando-nos o coração!

Vale ressaltar a direção do pensamento humano contrariamente ao medo.

O medo é o grande estímulo à perturbação, à insatisfação e à obsessão. Pelo medo, muitos homens se perderam, se perdem e provavelmente se perderão ainda.

Adquirir confiança em si mesmo, porém, pode, em alguns casos, ser um esforço próprio próximo da vaidade e da intolerância.

Já a confiança em Deus e em Jesus adquire-se apoiada na força que eles nos dão.

A confiança que é ensinada pela Doutrina Espírita adquire-se pela força do conhecimento que ela transmite.

Seara e Seareiros

Seara e Seareiros
Seara e Seareiros
A Seara é grande e poucos são os ceifeiros. Rogai ao Pai que envie trabalhadores para a sua vinha. – Jesus (Mateus – 9: 37 e 38.)


A Seara de Jesus é o mundo, onde Ele, com Seu sacrifício, lançou as sementes até então guardadas em seus celeiros de luz.

Através dos tempos, os ceifeiros foram os corações de boa vontade e fé constante, chamados para cuidar da gleba que ora se apresenta fértil ora árida. E, no decorrer dos milênios, tais ceifeiros sempre foram poucos.

Reunidos, muitas vezes, em grupos afins, vieram ao mundo oferecendo suor e lágrimas para que germinassem o Amor e a Paz, a Beleza e a Ciência.

De outras vezes, surgiram, não em grupos, mas isolados, enfrentando solidão, incompreensões e abandono, mas trabalhando, incessantemente, a fim de que a parte que lhes tocou na sementeira se desenvolvesse, oferecendo seus frutos opimos.

Ainda hoje, são poucos os que assim se erguem, assemelhandose a estrelas cadentes, percorrendo os céus dos ideais, iluminando a noite escura que acoberta a Terra...

A Consciência. O Sentido Íntimo

A Consciência. O Sentido Íntimo
A Consciência. O Sentido Íntimo
Abaixo da superfície do eu, superfície agitada pelos desejos, pelas esperanças e pelos temores, fica o santuário onde reina a Consciência Integral, calma, pacífica, serena, o princípio da Sabedoria e da Razão, das quais a maioria dos homens só toma conhecimento através de surdas impulsões ou vagos reflexos entrevistos.

Todo o segredo da felicidade, da perfeição está na identificação, na fusão em nós desses dois planos ou focos psíquicos. A causa de todos os nossos males, de todas as nossas misérias morais está na sua oposição.

Na Critique de la Raison Pure, o grande filósofo Koenigsberg demonstrou que a razão humana, isto é, aquela razão de superfície de que falamos, nada podia, por si só, apreender nem provar, sobre aquilo que diz respeito às realidades do mundo transcendental, às origens da vida, ao espírito, à alma, a Deus. Esta argumentação leva, lógica e necessariamente, à conclusão de que existe em nós um princípio, uma razão mais profunda que, graças à revelação interior, inicia-nos nas verdades e nas leis do mundo espiritual.

Ociosidade

Ociosidade
Ociosidade
Sorrateiramente se instala na casa mental, entorpecendo a vontade. 

Disfarça-se de cansaço, sugerindo repouso.

Justifica-se como necessidade de refazimento de forças, exigindo, cada vez, maior soma de horas.

Apresenta-se como enfermidade, impondo abandono de tarefas.

Desculpa-se, em nome da exaustão das energias, que deseja recobrar.

Reage contra qualquer proposição de atividade que implique inconveniente esforço.

A ociosidade é cruel inimigo da criatura humana e fator dissolvente que se insinua nas tarefas do bem, nas comunidades que laboram pelo progresso.

Após vencer aquele de quem se apossa, espalha o seu ar mefítico, contaminando quantos se acercam da sua vítima, que se transforma em elemento pernicioso, refugiando-se em mecanismos de evasão de responsabilidade sob a condição de abandonado pela fraternidade alheia.

O ocioso faz-se ególatra; termina impiedoso.

Solicita direitos, sem cumprir com os deveres que lhe dizem respeito.

Obsessão e Evangelho

Obsessão e Evangelho
Obsessão e Evangelho
A quem diga que o Espiritismo cria obsessões na atualidade do mundo, respondamos com os próprios Evangelhos.


Nos versículos 33 a 35, do capítulo 4, no Evangelho de Lucas, assinalamos o homem que se achava no santuário, possuído por um Espírito infeliz, a gritar para Jesus, tão logo lhe marcou a presença : “que temos nós contigo?” E o Mestre, após repreendê-lo, conseguiu retirá-lo, restaurando o equilíbrio do companheiro que lhe sofria o assédio.

Temos aí a obsessão direta.

Nos versículos 2 a 13, do capítulo 5, no Evangelho de Marcos, encontramos o auxílio seguro prestado pelo Cristo ao pobre gadareno, tão intimamente manobrado por entidades cruéis, e que mais se assemelhava a um animal feroz, refugiado nos sepulcros.

Temos aí a obsessão, seguida de possessão e vampirismo.


Nos versículos 32 e 33, do capítulo 9, no Evangelho de Mateus, lemos a notícia de que o povo trouxe ao Divino Benfeitor um homem mudo, sob o controle de um Espírito em profunda perturbação, e, afastado o hóspede estranho pela bondade do Senhor, o enfermo foi imediatamente reconduzido à fala.

As missões

As missões
As missões
Tudo se encadeia na Natureza; ao mesmo tempo em que o espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a execução dos desígnios da Providência. (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, questão 573.)

O homem é um ser progressista... Progredir é sua missão na Terra, é seu maior dever. (Léon Denis. O Progresso, cap. I.)


Filhos, cada criatura humana traz, dentro de si, as marcas do progresso constituído e, simultaneamente, vê assinalado em si mesma o objetivo de sua vida.

Caminhamos, do passado até os presentes dias, com noções mais ou menos fragmentárias do que fizemos e sentimos em nós mesmos, as falhas que tenhamos cometido e o bem que tenhamos deixado de fazer. Por isso é que elaboramos, quase sempre, um roteiro de atos e um elenco de atitudes a serem tomadas mais adiante.

O homem sente, e às vezes até pressente, o que fez e o que lhe cabe fazer para consolidar a conquista do progresso feito. Nestas horas é que fica delineado o caráter da missão a ser cumprida.

Origem e autenticidade dos Evangelhos

Origem e autenticidade dos Evangelhos
Origem e autenticidade dos Evangelhos
Nos tempos passados, bem antes da vinda de Jesus, a palavra dos profetas, como um raio encoberto da verdade, preparava os homens para os ensinamentos mais profundos do Evangelho.

Porém, já deturpado pela versão dos Setenta, o Antigo Testamento não dava mais, nos últimos séculos antes de Cristo, senão uma vaga intuição das verdades superiores.

“As verdades eternas, que são os pensamentos de Deus”, nos diz uma eminente individualidade do Espaço, “foram comunicadas ao mundo em todas as épocas, levadas a todos os meios, postas ao alcance das inteligências com uma bondade paternal. Mas o homem muitas vezes não as tem reconhecido. Desdenhoso dos princípios ensinados, levado por suas paixões, ele sempre passou perto de grandes coisas sem as ver. Esse descuido da nobre moral, causa de decadência e de corrupção, levaria as nações a sua perda, se a mão da adversidade e as grandes comoções da História, agitando profundamente as almas, não tornassem a trazê-las em direção a verdade”.

Veio Jesus, espírito poderoso, missionário divino, médium inspirado. Ele veio, encarnando entre os humildes, a fim de dar a todos o exemplo de uma vida simples e, no entanto, cheia de grandeza, vida de abnegação e de sacrifício, que devia deixar traços indeléveis sobre a Terra.

Morte e atavios

Morte e atavios
Morte e atavios
(...) A morte é a libertadora do Espírito, após este haver concluído a etapa a que se entregou, com o objetivo de crescer e iluminar-se.

Deve ser divulgada como bênção, já que o fardo carnal constitui experiência evolutiva, que um dia cessa.

Abordada com naturalidade, da mesma forma como são esperados os que irão nascer, o júbilo deve substituir o pesar, a esperança deve superar a angústia da saudade, porque o desencarnado prosseguirá vivendo, reencontrará os que o anteciparam na grande viagem de volta e trabalharão em favor dos que permanecerão estagiando no mundo.

Informado de que os fenômenos biológicos são necessários transitoriamente, o indivíduo se equipa de recursos eternos que sempre conduz no coração e na mente, como alguém que se preparasse, tendo em vista uma larga existência, tomando cuidados com a saúde e com os investimentos, a fim de encontrar-se feliz, quando chegar a velhice, o cansaço...

Toda a existência física tem por meta preparar o Espírito para a despedida dos despojos, o que acontecerá irrecusavelmente, quando menos se espere.

A essa tranquilidade se somará a esperança de que a tarefa ora interrompida poderá ser continuada mais tarde, quando do futuro retorno ao proscênio terrestre, mediante a dádiva da reencarnação.

Paciência e bondade

Paciência e bondade
Paciência e bondade
A paciência é essa qualidade que nos ensina a suportar com calma todos os aborrecimentos. Não consiste em apagar em nós qualquer sensação, em nos tornar indiferentes, inertes, mas em procurar, além dos horizontes do presente, as consolações que nos fazem considerar fúteis e secundárias as tribulações da vida material.

A paciência conduz à benevolência. Como espelhos, as almas nos devolvem o reflexo dos sentimentos que nos inspiram. A simpatia atrai a simpatia, e a indiferença engendra o amargor.

Aprendamos, quando for necessário, a reprimir com doçura, a discutir sem arrebatamento, a julgar todas as coisas com benevolência e moderação: fujamos de tudo o que apaixona e sobre-excita.

Abstenhamo-nos, sobretudo, da cólera, que é o despertamento de todos os instintos selvagens, amortecidos em nós pelo progresso e a civilização, uma reminiscência de nossas vidas obscuras. Em cada homem, o animal subsiste ainda através de certos aspectos, o animal que devemos domar pela força, se não quisermos ser dominados, escravizados por ele. Na cólera, esses instintos adormecidos despertam e fazem do homem uma fera. Assim, dissipa-se toda dignidade, toda razão, todo respeito de si mesmo. A cólera cega-nos, faz-nos perder a consciência de nossos atos e, na sua fúria, pode conduzir ao crime.

Comprometimento com o bem

Comprometimento com o bem
Comprometimento coo o bem
“Entre todos aqueles que ouvem a palavra divina, poucos são os que a guardam e a colocam em prática... Eis por que Jesus disse: Haverá muitos chamados e poucos escolhidos.” (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, 3.ed. CELD. Cap. XVIII, item 2.)


Que Jesus Cristo esteja com todos vocês, agora e sempre!

(...) Todas as vezes que estivermos relacionando os nossos feitos ou pensando no que deixamos de fazer, deveremos nos lembrar de que a Doutrina Espírita tem para nós o tempo seguro quanto às realizações da nossa própria encarnação. Ela nos direciona, orienta-nos, mas também, simultaneamente, alerta-nos: o que não for bem feito, o que não for concluído corretamente ou o que não se fizer terá que se fazer de uma outra vez, numa outra circunstância, talvez diferente, pior ou não; certamente, sem aqueles grandes amigos que estariam ao nosso lado, se tivéssemos feito o bem que deveríamos fazer, na hora e ocasião certas.

Fascinação

Fascinação
Fascinação
Levantara-se a dama, de esquisita maneira, e, rodopiando sobre os calcanhares, qual se um motor lhe acionasse os nervos, caiu em convulsões, inspirando piedade.

Jazia sob o império de impassíveis entidades da sombra, sofrendo, contudo, mais fortemente, a atuação de uma delas que, ao enlaçá-la, parecia interessada em aniquilar-lhe a existência.

A infortunada senhora, quase que uivando, à semelhança de loba ferida, gritava a debater-se no piso da sala, sob o olhar consternado de Raul que exorava a Bondade Divina em silêncio.

Coleando pelo chão, adquiria animalesco aspecto, não obstante sob a guarda generosa de sentinelas da casa. Áulus e o irmão Clementino, usando avançados recursos magnéticos, interferiram no deplorável duelo, constrangendo o obsessor a desvencilhar-se, de certo modo, da enferma que continuou, ainda assim, dominada por ele, a estreita distância.

Após reerguer a doente, auxiliando-a a sentar-se, rente ao marido, nosso instrutor deu-se pressa em explicar- nos:

Com Denis, um novo olhar

Com Denis, um novo olhar
Com Denis, um novo olhar
Os espíritos concorrem para a harmonia do Universo, executando as vontades de Deus, de quem são os ministros. (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, questão 558.)

Espaços e mundos! Que maravilhas nos reservais? Imensidões siderais, profundezas sem limites, dais a impressão da majestade divina. (Léon Denis. O Grande Enigma, cap. X.)



Filhos,

Que Jesus nos abençoe!

No sentido humano, o Céu pode representar apenas algo que estimula a imaginação, ou mesmo o desejo de penetrar no que é supostamente impenetrável aos olhos dos encarnados e de muitos desencarnados.

O Céu, com suas estrelas e galáxias cujas origens se perdem no tempo e no espaço, tem demonstrado às criaturas quão grande é o Universo e o quanto ainda, neste vasto espaço perceptível ao homem, será preciso compreender para se penetrar na Criação Divina.

O homem ainda caminha muito lentamente para essa compreensão.

A Ciência, com seus progressos, tem colaborado bastante; no entanto, há muito que se realizar e se descobrir não só se olhando para cima, para o Céu, mas também para dentro de si mesmo, do próprio “eu”.

A crise moral

A crise moral
A crise moral
O espírito humano flutua, indeciso, entre as solicitações de duas potências.

De um lado, as religiões com seu cortejo de erros e de superstições, seu espírito de dominação e de intolerância; mas também, com as consolações das quais são a fonte e as fracas luzes que guardaram das verdades primordiais. Do outro, a Ciência, materialista nos seus princípios como nos seus fins, com suas frias negações e sua tendência exagerada ao individualismo; mas também, com o prestígio das suas descobertas e de seus benefícios.

E esses dois colossos, a religião sem provas e a Ciência sem ideal, desafiam-se, exterminam-se, combatem-se sem poder vencer-se, pois cada uma delas responde a uma necessidade imperiosa do homem, uma, falando ao seu coração, a outra, dirigindo-se ao seu espírito e à sua razão. Em torno delas acumulam-se as ruínas de numerosas esperanças e de aspirações destruídas; os sentimentos generosos enfraquecem-se, a divisão e o ódio substituem a benevolência e a concórdia.

No meio dessa confusão de ideias, a consciência perdeu o seu caminho. Ela vai, ansiosa, ao acaso e, na incerteza que pesa sobre ela, o bem e o justo curvam-se. A situação moral de todos os infelizes que se dobram sob o fardo da vida tornou-se intolerável; entre duas doutrinas que apenas oferecem como perspectivas às suas dores, como termo aos seus males, uma, o nada, a outra, um paraíso quase inacessível ou uma eternidade de suplícios.

No corpo

No corpo
No corpo
Há quem menospreze o corpo, alegando com isso honorificar a alma; no entanto, isso é o mesmo que combater a escola, sob o estranho pretexto de beneficiar o aprendiz.

Leve observação, porém, nos fará lembrar a importância da vida física.

Diz-se, muitas vezes, que o corpo é adversário do espírito; contudo, é no corpo que dispomos daquele bendito anestésico do esquecimento temporário, com que a cirurgia da vida, nos hospitais do tempo, nos suprime as chagas morais instaladas por nós mesmos, no campo íntimo; nele, reencontramos os desafetos de passadas reencarnações, nas teias da consanguinidade ou nas obrigações do grupo de serviço para a quitação necessária de nossos débitos, perante a lei que nos governa os destinos; com ele, entesouramos, pouco a pouco, os valores da evolução e da cultura; auxiliados por ele, perdemos os derradeiros resquícios de herança animal, que carregamos por força da longa vivência nos reinos inferiores da Criação, a fim de que nos elevemos aos topes da inteligência; integrados nele, é que somos pacientemente burilados pelos instrumentos da Natureza, ante a glória espiritual que a todos nos aguarda, no Infinito, na condição de filhos de Deus; e, finalmente, é ainda no corpo que somos defrontados pelos grandes amores, a começar pela abnegação dos anjos maternais da Terra, que nos presidem o estágio no plano físico, habilitando-nos para aquisição dos mais altos títulos da escola da experiência.

Meditemos em tudo isso e saibamos ver no corpo a harpa sublime em que a sabedoria do Senhor nos ensina, século a século, existência a existência e dia por dia, a bendita ciência do crescimento e da ascensão para a Vida Imortal.



Autor: Emmanuel
Do livro: Instrumentos do Tempo.

Percepção nos animais

Percepção nos animais
Percepção nos animais
“Os irracionais não possuem faculdades mediúnicas propriamente ditas. Contudo, têm percepções psíquicas embrionárias, condizentes ao seu estado evolutivo, através das quais podem indiciar as entidades deliberadamente perturbadoras, com fins inferiores, para estabelecer a perplexidade naqueles que os acompanham, em determinadas circunstâncias .” (Emmanuel)


“A alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem.”

O provérbio sugere-nos observações em torno do tema “percepção nos animais”.

Têm alma, sim, os animais.

Naturalmente, sem os múltiplos atributos da alma humana, enriquecida com as experiências milenarmente adquiridas, no curso de sucessivas reencarnações.

A sensibilidade dos animais provém da existência de uma alma rudimentar.

Eles têm sentimentos, análogos aos dos seres humanos, têm percepções extrafísicas.

A exemplo de nós outros, nascem, alimentam-se, dormem, procriam, amam, agridem, morrem.

Feitiços

Feitiços
Feitiços
Augusto Comte ensinava que o homem religioso, analogamente aos seus antepassados dos períodos primevos, prende-se a múltiplos feitiços, pela necessidade de uma fé materializada, sendo a religião uma crendice que o escraviza e amesquinha.

E na atualidade não faltam aqueles que afirmam, estribados em grosseiro materialismo, que a “religião é ópio para a massa”.

Examinando a questão, somos de acordo que a ignorância engendrou, desde épocas mui recuadas, pequenos feitiços para reter em suas malhas quantos não dispunham de lucidez espiritual para elucidar os problemas da fé em suas variadas manifestações...

Nessa época primeira da luta, entre o instinto que cede lugar à inteligência que se afirma, as manifestações dos mortos ensejavam falsas concepções sobre a vida de além-túmulo; e os viandantes da imortalidade imanados às formas grosseiras da matéria compraziam-se em exigir banquetes de sangue e gozo, lecionando exorcismos e práticas compatíveis ao próprio estado evolutivo em que se demoravam.

Desde então, as práticas de Goécia se desenvolveram, avançando através das gerações para, na Idade Média, serem reprimidas a ferro e fogo, em hediondas quanto brutais mancomunações.

Resignação na Adversidade

Resignação na Adversidade
Resignação na Adversidade
Só a ignorância das leis universais nos faz considerar nossos males como desgostos. Se compreendêssemos quanto esses males são necessários ao nosso adiantamento, se soubéssemos apreciar-lhes o amargor, não nos pareceriam mais um fardo. Todos nós odiamos a dor, mas só lhes sentimos a utilidade quando deixamos o mundo onde ela exerce seu império. Entretanto, sua obra é fecunda. Faz eclodir em nós tesouros de piedade, de ternura, de afeição. Aqueles que nunca a conheceram têm pouco mérito. Sua alma foi esclarecida apenas superficialmente. Nada neles é profundo, nem o sentimento nem a razão. Não tendo suportado o sofrimento, permanecem indiferentes, insensíveis ao dos outros.

Na nossa cegueira, maldizemos nossas existências obscuras, monótonas, dolorosas; mas quando elevarmos nossos olhares acima dos horizontes limitados da Terra; quando tivermos discernido o verdadeiro motivo da vida, compreenderemos que essas vidas são preciosas, indispensáveis para domar os espíritos orgulhosos, para nos submeter a essa disciplina moral sem a qual não há progresso.

Livres das nossas ações, isentos de males, de cuidados, deixamo-nos levar pelo ardor das nossas paixões, pela sedução do nosso caráter. Longe de trabalhar pelo nosso melhoramento, não fazíamos senão juntarmos às nossas faltas passadas, faltas novas, enquanto que, comprimidos pelo sofrimento, em existências humildes, habituamo-nos à paciência, à reflexão, adquirimos essa calma do pensamento que, sozinha, permite ouvir a voz do Alto, a voz da razão.

O Espírita diante do Mundo

O Espírita diante do Mundo
O Espírita diante do Mundo
“Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração daqueles que se reúnem sob os olhos do Senhor e imploram a assistência dos bons espíritos.” (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 10.)


(...) Como o espírita deve comportar-se diante de situações tão angustiantes como as que vivemos? 

Sabemos que não existe efeito sem causa. Almas que necessitavam passar por provações dolorosas foram reunidas, em determinadas circunstâncias, para sofrer o impacto da Lei. Umas libertaram-se; alçaram voos para regiões inimagináveis por elas mesmas quando estavam encarnadas. Outras ainda estão presas às sensações de dor, de sofrimento, de angústia. Aqueles que provocaram o mal permanecem enredados aos crimes que perpetraram.

E o espírita, como há de agir diante de tanta confusão? Devemos, em primeiro lugar, recordar a oração, a ligação com Deus, buscando contrapor ao desequilíbrio de tantas criaturas a vibração de equilíbrio que a oração traz; contrapor ao sentimento de vingança a mensagem de amor, de compreensão; contrapor ao sentimento de ódio a mensagem de confiança em Deus, que de tudo e de todas as coisas toma conta.

Médium Inesquecível

Médium Inesquecível
Paulo de Tarso
Estudando mediunidade e ambiente, recordemos um dos médiuns inesquecíveis dos dias apostólicos: Paulo de Tarso.

Em torno dele, tudo era contra a luz do Evangelho.

A sombra do fanatismo e da crueldade não se instalara apenas no Sinédrio, onde se lhe situava o corte dos mentores e amigos, mas também nele próprio, transformando-o em perigoso instrumento da perseguição e da morte.

Feria, humilhava e injuriava a todos os que não pensassempelos princípios que lhe norteavam a ação.

Mas desabrocha-lhe a mediunidade inesperadamente.

Vê Jesus redivivo e escuta-lhe a voz.

Aterrado, reconhece os enganos em que vivera.

Entretanto, não perde tempo em lamentações inúteis.

Não sucumbe desesperado.

Não se confia à volúpia da autocondenação.

Não foge à luta pela renovação íntima.

Sintonia com o Bem

Sintonia com o Bem
Sintonia com o Bem
“(...) entre os invisíveis, também existem os que se satisfazem em fazer vítimas, quando encontram oportunidade. Essas vítimas são, bem entendido, os médiuns que não tomam precauções.” (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XXI, item 11. CELD.)


É sabido por todos os espíritas que mediunidade pressupõe intercâmbio, ligação com as forças do Bem. Entretanto, há de se pensar naquelas outras forças que igualmente procuram comunicar-se, sem que para isso estejam ligadas ao bem.

São elas: as forças da revolta, que reclamam de tudo e de todas as coisas; as forças do desequilíbrio, que tentam minar o trabalho daqueles que se dedicam ao bem, e que igualmente tentam destruir edifícios solidamente estruturados; as da inércia, que tentam adormecer os trabalhadores da caridade; as forças do mal, que pretendem ocupar o lugar que Jesus já conquistou nos corações humanos, forças que ainda, infelizmente para o homem da Terra, pululam em torno da humanidade e que não podem encontrar espaço junto aos encarnados para se manifestar.

A Educação

A Educação
A Educação
Uma boa educação moral, raramente, é obra de um mestre. Para despertar na criança as primeiras aspirações pelo bem, para corrigir um caráter difícil é preciso ter, ao mesmo tempo, perseverança, firmeza, uma ternura da qual só o coração de um pai ou de uma mãe é suscetível. Se os pais não conseguem corrigir seus filhos, como aquele que conduz muitas crianças poderia fazê-lo?

Essa tarefa não é tão difícil como se poderia imaginar. Ela não exige uma ciência profunda. Pequenos e grandes podem preenchê-la, se estiverem compenetrados do objetivo e das consequências da educação. É preciso lembrar sempre de uma coisa, é que esses espíritos vieram até nós para que os ajudemos a vencer seus defeitos e os preparemos para os deveres da vida. Aceitamos com o casamento a missão de dirigi-los; cumpramo-la com amor, mas um amor isento de fraqueza, pois a afeição desmedida está cheia de perigos. Estudemos, desde o berço, as tendências trazidas pela criança das existências anteriores, apliquemo-nos a desenvolver as boas, a sufocar as más. Não devemos dar-lhes muitas alegrias, para que, habituados desde cedo à desilusão, essas almas jovens compreendam que a vida terrestre é árdua, que não se deve contar senão consigo mesmo, com seu trabalho, única coisa que proporciona a independência e a dignidade.

Unânimes em Cristo

Unânimes em Cristo
Unânimes em Cristo

Companheiro espírita!

Não vaciles entre Saulo e Paulo. Entre os dois não há titubeios.

Decide-te, desde agora, pelo segundo, seguindo-lhe os exemplos.

O cronômetro do Espiritismo marca a hora da unificação, unificação de todos os esforços e de todos os ideais em torno do mesmo alvo: honrar, em testemunho e suor, a mensagem do Cristo!

Se pregas, evita controvérsia e sarcasmo; conduze a mensagem do Cristo nas palavras de instrução e consolo.

Se escreves, foge à condenação e à polêmica; divulga a mensagem do Cristo nas páginas de entendimento e libertação.

Se educas, esquece o pessimismo e a tristeza; semeia a mensagem do Cristo nas lições de paz e serviço ao próximo.

Mediunidade e Fidelidade

Mediunidade e Fidelidade
Todos destacamos a excelência da mediunidade nas demonstrações da sobrevivência.

Um companheiro apresenta sinais evidentes de força psíquica em exteriorização e reconhecemos nele um instrumento potencial para as manifestações de espiritualidade.

Inclinamo-lo a apassivar-se, diante das inteligências desencarnadas que o cercam e, quase sempre, exortamo-lo a regimes de adestramento físico para que se lhe ajustem as possibilidades orgânicas ao comando das entidades que lhe influenciam a mente.

Bastará, no entanto, apenas isso?

Que dizer de alguém que viesse a fabricar valioso automóvel sem a menor preocupação de preparar um motorista adequado à máquina, com a prática do manejo de suas peças e com todos os conhecimentos da sinalização necessária do trânsito?

Atendamos à mediunidade desenvolvida, mas de que vale o aparelho medianímico sem a orientação daquele que responderá por seu uso?

A Prece

A Prece
A Prece
Nessas conversas da alma com a Potência Suprema, a linguagem não deve ser preparada, anotada com antecedência; deve variar segundo as necessidades, o estado do espírito do ser humano. É um grito, um lamento, uma efusão ou um canto de amor, um ato de adoração, um inventário moral feito sob o olhar de Deus, ou, ainda, um simples pensamento, uma lembrança, um olhar levantado para os céus.

Não há horas para a prece. É bom, sem dúvida, elevar seu coração a Deus no início e no fim do dia. Mas se se sentirem indispostos, não orem. Em compensação, quando sua alma for abrandada, transportada por um sentimento profundo, pelo espetáculo do Infinito, mesmo que seja à beira dos oceanos, sob a claridade do dia ou sob a cúpula cintilante das noites, no meio dos campos e dos bosques sombrios, no silêncio das florestas, orem, então; é boa e grande toda causa que molhe seus olhos de lágrimas, faça dobrar seus joelhos e jorrar do seu coração um hino de amor, um grito de adoração em direção à Potência Eterna que guia seus passos na beira dos abismos.

Kardec

Kardec
Kardec
Em nossas fileiras, cuidemos para divulgar o Consolador com qualidade e respeito. Jamais façamos, da hora da pregação, um show em que os pândegos do mundo se apresentam para divertir as massas.

Espiritismo é doutrina séria, que expressa alegria nas ideias sublimes que divulga e tem como objetivo o esclarecimento e conforto espiritual.

Não façamos da mediunidade um jogo de adivinhação em que a buena dicha engana e diverte, repudiemos, com postura cristã, as tentações do dinheiro e da corretagem.

Edifiquemos Centros onde a burocracia não atrapalhe a simplicidade do Evangelho e as portas estejam sempre abertas aos necessitados de todo jaez.

Ergamos obras benemerentes que eduquem e libertem, evangelizando e transformando o homem.

Apresentemo-nos com coragem, a fim de que nossas instituições alcancem os objetivos que os Espíritos do Senhor vêm traçando para o Espiritismo na Terra.

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