A Prece |
Nessas conversas da alma com a Potência Suprema, a linguagem não deve ser preparada, anotada com antecedência; deve variar segundo as necessidades, o estado do espírito do ser humano. É um grito, um lamento, uma efusão ou um canto de amor, um ato de adoração, um inventário moral feito sob o olhar de Deus, ou, ainda, um simples pensamento, uma lembrança, um olhar levantado para os céus.
Não há horas para a prece. É bom, sem dúvida, elevar seu coração a Deus no início e no fim do dia. Mas se se sentirem indispostos, não orem. Em compensação, quando sua alma for abrandada, transportada por um sentimento profundo, pelo espetáculo do Infinito, mesmo que seja à beira dos oceanos, sob a claridade do dia ou sob a cúpula cintilante das noites, no meio dos campos e dos bosques sombrios, no silêncio das florestas, orem, então; é boa e grande toda causa que molhe seus olhos de lágrimas, faça dobrar seus joelhos e jorrar do seu coração um hino de amor, um grito de adoração em direção à Potência Eterna que guia seus passos na beira dos abismos.