A Ação dos Homens sobre os Espíritos Infelizes |
Nossa indiferença com relação às manifestações espíritas não nos privaria somente do conhecimento do futuro de além-túmulo; ao mesmo tempo nos tiraria a possibilidade de agir sobre os espíritos infelizes, de aliviar sua sorte, tornando-lhes mais fácil a reparação das faltas cometidas. Os espíritos atrasados, tendo mais afinidade com os homens do que com os espíritos puros, em razão da sua constituição fluídica ainda grosseira, são por isso mesmo mais acessíveis à nossa influência. Entretanto, em comunicação com eles, podemos cumprir uma generosa missão, instruí-los, moralizá-los e, ao mesmo tempo, melhorar, sanear o meio fluídico no qual todos vivemos. Os espíritos infelizes ouvem nosso apelo e nossas evocações. Nossos pensamentos simpáticos os envolvem como uma corrente elétrica, os atraem até nós, nos permitem conversar com eles por intermédio dos médiuns.
Acontece o mesmo com toda alma que deixa esse mundo. Nossas evocações despertam a atenção dos falecidos e facilitam seu desprendimento corporal. Nossas preces ardentes, semelhantes a jatos luminosos ou vibrações harmoniosas, os esclarecem e dilatam seu ser. É-lhes agradável pensar que não estão abandonados a si mesmos na imensidão, que há ainda sobre a Terra seres que se interessam pela sua sorte e desejam sua felicidade. Embora esta não possa, de maneira alguma, ser obtida através dessas preces, elas não são menos salutares para o espírito, que arrancam do desespero e dão forças fluídicas necessárias para lutar contra as influências perniciosas e sair de seu meio.
Todavia, é preciso não esquecer que as relações com os espíritos inferiores exigem uma certa segurança de vistas, de tato e de firmeza. Todos os homens não estariam aptos a tirar dessas relações os bons efeitos que se poderia esperar. É necessário possuir uma verdadeira superioridade moral para dominar esses espíritos, reprimir seus desvios e dirigilos no caminho do bem. Essa superioridade só se adquire através de uma vida isenta de paixões materiais. Nesse caso, os fluidos depurados do evocador comandam, facilmente, os fluidos dos espíritos atrasados.
Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte
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