Praticas Estranhas

Praticas Estranhas
Praticas Estranhas
Muitos, companheiros, sob a alegação de que todas as religiões são boas e respeitáveis, julgam que as tarefas espíritas nada perdem por aceitar a enxertia da práticas estranhas à simplicidade que lhes vige na base, lisonjeando indebitamente situações e personalidades humanas, supostas, capazes de beneficiar as construções doutrinárias do Espiritismo. 

No entanto, examinemos, sem parcialidade, a expressão contraditória de semelhante atitude, analisando-a, na lógica da vida. 

Criaturas de todas as plagas dos universos são filhas do Criador e chegarão, um dia, à perfeição integral. Mas, no passo evolutivo em que nos achamos, não nos é lícito estar com todas, conquanto respeitemos a todas, de vez que inúmeras se encontram em experiências diametralmente opostas aos objetivos que nos propomos alcançar. 

Não existem caminhos que não sejam viáveis e todos podem conduzir a determinado ponto do mundo. Contudo, somente os viajores irresponsáveis escolherão perlustrar atalhos perigosos e desfiladeiros obscuros, espinheiros e charcos, no Dédalo de aventuras marginais, ao longo da estrada justa.

O Julgamento

O Julgamento
O Julgamento
Uma lei, tão simples em seu princípio quanto admirável em seus efeitos, preside a classificação das almas no Espaço. 

Quanto mais sutis e rarefeitas forem as moléculas constituintes do perispírito, mais a desencarnação será rápida e mais amplos os horizontes abertos ao espírito. Em razão até da sua natureza fluídica e das suas afinidades, eleva-se em direção aos grupos espirituais que lhe são similares. Seu grau de depuração determina seu nível e o classifica no meio que lhe convém. Comparou-se, com alguma justeza, a situação dos espíritos nos céus à dos balões cheios de gás de densidades diferentes que, em razão de seu peso específico, subiriam a alturas variadas. É preciso apressar-se e acrescentar que o espírito é dotado de liberdade, que ele não está imobilizado num ponto, que pode, dentro de certos limites, deslocar-se e percorrer as regiões etéreas. Pode sempre modificar suas tendências, transformar-se pelo trabalho e pela prova e, por conseguinte, elevar-se à vontade na escala dos seres. 

Diante da Vida Social

Diante da Vida Social
Diante da Vida Social
Espiritualidade superior não se compadece com insulamento. 

Se o trabalho é a escola das almas, na esfera da evolução, o contato social é a pedra de toque, a definir-lhes o grau de aproveitamento. 

Virtude que não se reconheceu no cadinho da experiência figura-se metal julgado precioso, cujo valor não foi aferido. 

Talento proclamado sem utilidade geral assemelha-se, de algum modo, ao tesouro conservado em museu. 

Ninguém patenteia aprimoramento espiritual, a distância da tentação e da luta.(...) 

Todos somos chamados à edificação do progresso, com o dever de melhorar-nos, colaborando na melhoria dos que nos cercam. 

Entes Amados

Entes Amados
Entes Amados
A preocupação de prover as necessidades daqueles que estimamos não é tão somente legítima, é indispensável. E tudo o que pudermos ofertar-lhes em abnegação redundará em sementeira de luz e amor a frutescer, um dia, em amparo e felicidade para nós mesmos. 

Habitualmente, contudo, um problema aparece na lavoura afetiva a que nos consagramos: – tranca-se-nos o afeto, em torno das pessoas que a vida nos confiou à dedicação e eis que elas, a pouco e pouco, se transformam em prisioneiras de nossas exigências, sem que venhamos a perceber. 

Quando isso acontece, passamos instintivamente a entravar-lhes o passo e a influenciar-lhes, em demasia, o modo de ser. Daí nascem dificuldades e conflitos que é imprescindível saber evitar.(...) 

À vista disso, os que desejamos tanto a felicidade das criaturas que se nos fazem extremamente queridas, saibamos respeitar-lhes a independência – o dom da independência que a Lei Divina a todos nos conferiu. 

O Centro Espírita

O Centro Espírita
O Centro Espírita
O Centro de Espiritismo Evangélico, por mais humilde, é sempre santuário de renovação mental na direção da vida superior. 

Nenhum de nós que serve, embora com a simples presença, a uma instituição dessa natureza, deve esquecer a dignidade do encargo recebido e a elevação do sacerdócio que nos cabe. 

Nesse sentido, é sempre lastimável duvidar da essência divina da nossa tarefa. 

O ensejo de conhecer, iluminar, contribuir, criar e auxiliar, que uma organização nesses moldes nos faculta, procede invariavelmente de algum ato de amor ou de alguma sementeira de simpatia que nosso espírito, ainda não burilado, deixou a distância, no pretérito escuro que até agora não resgatamos de todo. 

Formação e Direção de Grupos

Formação e Direção de Grupos
Formação e Direção de Grupos
Orai no início e no final de cada sessão; no início, para elevar vossas almas e atrair os espíritos sábios e esclarecidos; no final, para agradecer quando tiverdes obtido favores e ensinamentos. Que a vossa prece seja curta e fervorosa, e bem menos uma fórmula do que um impulso do coração. 

A prece desliga a alma humana da matéria, que a aprisiona, e a aproxima do foco divino. Ela estabelece uma espécie de telegrafia espiritual pela qual o pensamento do Alto, respondendo ao apelo da Terra, desce nas nossas regiões obscuras. Nossas explorações nos abismos do invisível seriam cheias de perigos, se não tivéssemos, acima de nós, seres mais poderosos e mais perfeitos para nos dirigir e clarear nosso caminho. 

Não é indispensável dedicar-se a evocações. No nosso grupo raramente as praticamos. Preferíamos dirigir um apelo aos nossos guias e protetores habituais, deixando a qualquer espírito a liberdade de se manifestar sob seu controle. Acontece o mesmo em muitos grupos de nosso conhecimento. Assim, cai por si mesmo o grande argumento de alguns adversários do Espiritismo, de que ele é culpado de se dedicar a evocações e de constranger os espíritos a descer novamente à Terra. O espírito, como o homem, é livre e não responde se não lhe agradam os apelos que lhe são dirigidos. Qualquer injunção é vã; qualquer encantação, supérflua. Aí estão procedimentos feitos para serem impostos aos simples.

Perante a Desencarnação

Perante a Desencarnação
Perante a Desencarnação
“Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte.” — Jesus. (João, 8:51.)



Resignar-se ante a desencarnação inesperada do parente ou do amigo, vendo nisso a manifestação da Sábia Vontade que nos comanda os destinos. 

Maior resignação, maior prova de confiança e entendimento. 

Dispensar aparatos, pompas e encenações nos funerais de pessoas pelas quais se responsabilize, abolir o uso de velas e coroas, crepes e imagens, e conferir ao cadáver o tempo preciso de preparação para o enterramento ou a cremação. 

Nem todo Espírito se desliga prontamente do corpo. 

Emitir para os companheiros desencarnados, sem exceção, pensamentos de respeito, paz e carinho, seja qual for a sua condição. 

A caridade é dever para todo clima. 

Proceder corretamente nos velórios, calando anedotário e galhofa em torno da pessoa desencarnada, tanto quanto cochichos impróprios ao pé do corpo inerte. 

Educação no Lar

Educação no Lar
Educação no Lar
Preconiza-se na atualidade do mundo uma educação pela liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, pouco a pouco, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, cedo ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos. 

O pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa, decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora. 

A tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus. O homem ou a mulher que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida terrestre, estão cegos e terminarão seus loucos esforços, espiritualmente falando, na vala comum da inutilidade. 

A Vida no Espaço

A Vida no Espaço
A Vida no Espaço
Segundo algumas doutrinas religiosas, a Terra é o centro do Universo e o céu arredonda-se como abóbada acima de nós. É na sua parte superior, dizem, que se assenta a morada dos bem- aventurados, e o inferno, habitação dos réprobos, prolonga suas sombrias galerias nas entranhas do próprio globo.

A ciência moderna, de acordo com o ensino dos espíritos, mostrando-nos o Universo semeado de inumeráveis mundos habitados, trouxe um golpe mortal a essas teorias. O céu está em toda parte; em toda parte o incomensurável, o insondável, o infinito; em toda parte um formigamento de sóis e de esferas, dentre os quais nossa Terra é apenas ínfima unidade. 

No meio dos Espaços, não há mais moradas circunscritas para as almas. Tanto mais livres são quanto mais puras, percorrem a imensidão e vão onde as levam suas afinidades e suas simpatias. Os espíritos inferiores, entorpecidos pela densidade de seus fluidos, ficam como que pregados ao mundo onde viveram, circulando na sua atmosfera ou misturando-se aos humanos. 

Discípulos

Discípulos
Discípulos
“E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.” – Jesus. (LUCAS. 14:27.)


Os círculos cristãos de todos os matizes permanecem repletos de estudantes que se classificam no discipulado de Jesus, com inexcedível entusiasmo verbal, como se a ligação legítima com o Mestre estivesse circunscrita a problema de palavras.

Na realidade, porém, o Evangelho não deixa dúvidas a esse respeito. 

A vida de cada criatura consciente é um conjunto de deveres para consigo mesma, para com a família de corações que se agrupam em torno dos seus sentimentos e para com a Humanidade inteira.

E não é tão fácil desempenhar todas essas obrigações com aprovação plena das diretrizes evangélicas. 

Imprescindível se faz eliminar as arestas do próprio temperamento, garantindo o equilíbrio que nos é particular, contribuir com eficiência em favor de quantos nos cercam o caminho, dando a cada um o que lhe pertence, e servir à comunidade, de cujo quadro fazemos parte. 

Reuniões Sérias

Reuniões Sérias
Reuniões Sérias
“Todo médium que deseja sinceramente não ser joguete da mentira deve, pois, procurar trabalhar em reuniões sérias. (...)” (O Livro dos Médiuns, cap. XXIX, Segunda Parte, item 329.) 


Não existem reuniões sérias sem dirigentes sérios e, consequentemente, sem participantes sérios. 

Não estamos nos referindo àquela seriedade carrancuda, porque seriedade não e banir a alegria do coração, afivelando dura máscara na face. 

Seriedade nas reuniões espíritas é sinônimo de responsabilidade, de disciplina e de devotamento. (...) 

Toda espécie de trabalho, para produzir os melhores frutos, carece de disciplina e abnegação. 

Os espíritos sérios não participam de reuniões que não sejam sérias, deixando-as entregues aos espíritos desocupados. 

Reunião séria é uma reunião em que se deve evitar a improvisação de local, de dia e de horário, porque os espíritos sérios necessitam de programar-se com antecedência para dar a elas a cobertura espiritual indispensável. 

Às vezes, por puro convencimento, determinados médiuns se julgam tão íntimos dos espíritos que os imaginam sempre à sua disposição, como se eles não tivessem mais o que fazer. 

Contradição

Contradição
Contradição
Muitos companheiros, a pretexto de se guardarem contra o mal, evitam contato com esse ou aquele círculo de serviço, caindo frequentemente em males de maior monta.

E para isso, quase sempre, recorrem a negativas de várias espécies.

Dizem-se pecadores, mas fogem deliberadamente ao ensejo que lhes propicia a aquisição de virtude.

Afirmam-se devedores, quando, nesse aspecto lhes cabe maior diligência na solução dos compromissos de que se oneram.

Declaram-se inúteis, ausentando-se dos quadros de trabalho em que poderiam mostrar os préstimos de que são mensageiros.

Asseveram-se imperfeitos, desertando da luta capaz de conferir-lhes mais amplo burilamento.

Escrevem longas confissões de remorso, sem ânimo de gastar ligeiros minutos na reparação dos erros em que se anunciam incursos.

Proclamam-se cansados, esquecendo-se de que, assim, exigem mais dura cooperação dos semelhantes, em diversas ocasiões, muito mais fatigados do que eles mesmos.

Intitulam-se doentes, reclamando o sacrifício dos outros.

Trabalho, Sobriedade e Continência

Trabalho, Sobriedade e Continência
Trabalho, Sobriedade e Continência
A sobriedade e a continência caminham juntas. Os prazeres da carne enfraquecem-nos, enervam-nos, desviam-nos do caminho da sabedoria. A volúpia é como um mar onde o homem vê soçobrar todas as suas qualidades morais. Desde que a deixamos penetrar em nós, é uma onda que nos invade, nos absorve, e que apaga tudo o que há de luzes, de generosas chamas no nosso ser. Longe de satisfazer-nos, ela apenas atiça nossos desejos. Modesta visitante no início, termina por dominar-nos, por possuir-nos completamente. 

Evitem os prazeres corruptores, onde a juventude estiola-se, onde a vida se desseca e se altera. Escolham cedo uma companheira e sejam-lhe fiel. Constituam uma família. É o quadro natural de uma existência honesta e regular. O amor da esposa, a afeição dos filhos, a atmosfera sã do lar são preservativos soberanos contra as paixões. No meio desses seres que nos são caros, que veem em nós seu único apoio, o sentimento de nossa responsabilidade cresce. Nossa dignidade, nossa circunspecção aumentam; compreendemos melhor nossos deveres e, nas alegrias que essa vida nos proporciona, haurimos forças que tornam seu cumprimento fácil. Como ousar cometer atos dos quais nos envergonharíamos sob olhar de nossa esposa e de nossos filhos? Aprender a dirigir os outros, é aprender a dirigir-se a si próprio, a tornar-se prudente e sábio, a afastar tudo o que pode manchar nossa existência. 



Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte

Separação e Consciência

Separação e Consciência
Separação e Consciência
(...) A separação, seja qual for o tratamento legal com que se recubra, seja separação simples, desquite ou divórcio, em sendo uma medida extrema para os envolvidos nas dificuldades, somente deveria ser evocada e aplicada em casos igualmente extremos, quando o desrespeito humano chegasse ao absurdo ou a violência despenhasse para a agressão física ou para os disparates morais, capazes de promover ainda piores resultados. 

Ninguém deverá ser forçado a conviver com alguém com quem não se ajusta ou não mais se ajusta, quando tenha tido o ensejo da experiência a dois. Ao mesmo tempo não se deverá menosprezar os sinais da responsabilidade decorrente das escolhas levianas, dos conúbios da paixão enganadora, nos quais um procura iludir o outro com mentirosos envolvimentos para o abandono de mais tarde. 

Sem hesitação, afirmamos que toda separação traumatiza o psiquismo de um ou de outro, ou dos dois, em admitindo que as pessoas não são feitas de mármore, frias, ainda que tentem passar essa imagem aos que as cercam ou se esforcem por não incomodar os afetos e amigos. (...) 

Abusos da Mediunidade

Abusos da Mediunidade
Abusos da Mediunidade
Na primeira fileira dos abusos que devemos assinalar, é preciso colocar as fraudes, as velhacarias. As fraudes são ou conscientes e desejadas, ou, então, inconscientes; nesse último caso, elas são provocadas, seja pela ação de espíritos malévolos, seja pelas sugestões exercidas sobre o médium pelos experimentadores e os assistentes. 

As fraudes conscientes provêm, ora de falsos médiuns, ora de médiuns verdadeiros, porém desleais, que fizeram de sua faculdade uma fonte de proveitos materiais. Desprezando a nobreza e a importância de sua missão, de uma qualidade preciosa, fazem um meio de exploração e não temem dissimulá-la através dos artifícios, quando o fenômeno escapa. 

Os falsos médiuns encontram-se um pouco por toda a parte. Uns não passam de maus brincalhões que se divertem à custa do vulgo e traem-se a si mesmos, cedo ou tarde. 

Há outros, hábeis, industriosos, para quem o Espiritismo é apenas uma mercadoria; eles se esforçam para imitar as manifestações, visando um meio de ganhar dinheiro. Vários têm sido desmascarados em plena sessão; alguns têm sido a causa de processos de repercussão. Nessa ordem de fatos, temos visto se produzirem os mais audaciosos embustes. Alguns homens, usando da boa-fé daqueles que os consultam, não hesitaram em profanar os sentimentos mais sagrados e em lançar a suspeita sobre uma Ciência e doutrinas que podem ser um meio de regeneração. O sentimento de sua responsabilidade lhes escapa, com muita frequência, mas a vida de além-túmulo lhes reserva surpresas desagradáveis.




Autor: Léon Denis
Do livro: No Invisível

Pena de Morte

Pena de Morte
Pena de Morte
Todos os fundadores das grandes instituições religiosas, que ainda hoje influenciam ativamente a comunidade humana, partiram da Terra com a segurança do trabalhador ao fim do dia.

Moisés, ancião, expira na eminência do Nebo, contemplando a Canaã prometida.

Sidarta, o iluminado construtor do Budismo, depois de abençoada peregrinação entre os homens, abandona o corpo físico, num horto florido de Kucinagara.

Confúcio, o sábio que plasmou todo um sistema de princípios morais para a vida chinesa, encontra a morte num leito pacífico, sob a vigilância de um neto afetuoso.

E, mais tarde, Maomé, o criador do Islamismo, que consentiu em ser adorado pelos discípulos, na categoria de imortal, sucumbe em Medina, dentro de sólida madureza, atacado pela febre maligna.

Com Jesus, entretanto, a despedida é diferente.

O divino fundador do Cristianismo, que define a Religião Universal do Amor e da Sabedoria, em plena vitalidade juvenil, é detido pela perseguição gratuita e trancafiado no cárcere.

O Egoísmo

O Egoísmo
O Egoísmo
Não nos sentemos jamais a uma mesa bem servida sem pensar naqueles que sofrem de fome. Esse pensamento tornar- nos-á mais sóbrios, comedidos nos nossos apetites e gostos. Pensemos nos milhões de homens curvados sob os ardores do estio ou sob as duras intempéries e que, em troca de um magro salário, retiram do solo os produtos que alimentam nossos festins e enfeitam nossas residências. Lembremo-nos de que, para iluminar nossa casa com uma luz resplandecente, para fazer jorrar nos nossos lares a chama benfeitora, homens, nossos semelhantes, capazes como nós de amar, de sentir, trabalham sob a terra, longe do céu azul e do alegre sol, e, de picareta em punho, perfuram durante toda sua vida as entranhas da terra. Saibamos que, para ornar nossos salões de espelhos de cristais brilhantes, para produzir os inumeráveis objetos dos quais se compõem nosso bem-estar, outros homens, aos milhares, semelhantes a réprobos na fornalha, passam sua existência no calor calcinante dos altos fornos das fundições, privados do ar, extremados, consumidos antes do tempo, não tendo como perspectiva senão uma velhice desnudada e sofredora. Saibamos que, todo esse conforto do qual desfrutamos com indiferença é comprado com o suplício dos humildes e o esmagamento dos pequenos. Que esse pensamento penetre em nós, nos persiga, obsedie; como uma espada de fogo, ele expulsará o egoísmo dos nossos corações e forçar-nos-á a consagrar os nossos bens, nossos lazeres, nossas faculdades ao aperfeiçoamento do destino dos fracos.


Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte

Casamento

Casamento
Casamento
O casamento ou a união permanente de dois seres, como é óbvio, implica o regime de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua. 

Essa união reflete as Leis Divinas que permitem seja dado um esposo para uma esposa, um companheiro para uma companheira, um coração para outro coração ou vice-versa, na criação e desenvolvimento de valores para a vida.

Imperioso, porém, que a ligação se baseie na responsabilidade recíproca, de vez que na comunhão sexual um ser humano se entrega a outro ser humano e, por isso mesmo, não deve haver qualquer desconsideração, entre si. 

Quando as obrigações mútuas não são respeitadas no ajuste, a comunhão sexual injuriada ou perfidamente interrompida costuma gerar dolorosas repercussões na consciência, estabelecendo problemas cármicos de solução, por vezes, muito difícil, porquanto ninguém fere alguém sem ferir a si mesmo.

Indiscutivelmente, nos Planos Superiores, o liame entre dois seres é espontâneo, composto em vínculos de afinidade inelutável. Na Terra do futuro, as ligações afetivas obedecerão a idêntico princípio e, por antecipação, milhares de criaturas já desfrutam no próprio estágio da encarnação dessas uniões ideais, em que se jungem psiquicamente uma à outra, sem necessidade da permuta sexual, mais profundamente considerada, a fim de se apoiarem mutuamente, na formação de obras preciosas, na esfera do espírito. 

Conflitos

Conflitos
Conflitos
As pessoas em seus conflitos, não param para refletirem sobre elas de uma maneira objetiva, construtiva, educacional.

Não levam em consideração que Deus em tudo estar a oferecer oportunidades de reflexões e crescimento, através das nossas escolhas e tomadas de decisões.

Sendo assim, esta em nós o mérito ou demérito dos resultados por nós alcançados. Mas para tal reflexão, faz-se mister que exercitemos a nossa humildade. Pois sem ela a nossa avaliação fica comprometida.

Devemos nos colocar "pequenos", mas "grande" em reconhecer as nossas fragilidades, e simplicidade em contar com Deus através do amparo dos bons espíritos.

Enxergando as crises, como lições a serem aprendidas, o propósito das nossas encarnações estará bem encaminhada.

Acreditamos ser hoje a época mais apropriada para a semeadura dessas idéias, tendo em vista a facilidade e o volume de informações que chegam a todos nós, dando-nos conforto e discernimento sobre o amor de Nosso Pai.


Autor: Walnei Santiago


Charlatanismo e Venalidade

Charlatanismo e Venalidade
Charlatanismo e Venalidade
A perfídia dos espíritos malévolos não é o único escolho que o Espiritismo encontra na sua estrada; outros perigos ameaçam-no e, esses, vêm dos homens. O charlatanismo e a venalidade, mais temível que a hostilidade mais escarnecida, podem invadir e arruinar as novas doutrinas, como invadiram e arruinaram a maioria das crenças que se sucederam nesse mundo. Produtos espontâneos e mórbidos de um meio corrompido, desenvolvem-se e espalham- se em quase toda a parte. A ignorância da maioria favorece e alimenta essa fonte de abusos. Desde então, inúmeros falsos médiuns, exploradores de todos os graus, procuraram no Espiritismo um meio de fazer dinheiro. O magnetismo, nós o vimos, não está mais ao abrigo desses industriais e, sem dúvida, é preciso ver aí uma das causas que afastaram, durante longo tempo os sábios do estudo dos fenômenos. 

Entretanto, deve-se compreender que a existência de produtos falsificados não dá o direito de negar a dos produtos naturais. Porque saltimbancos intitulam-se físicos, conclui-se daí que as ciências físicas são indignas de atenção e de exame? A fraude e a mentira são consequências inevitáveis da inferioridade das sociedades humanas. Sempre à espreita das ocasiões de enriquecer-se às custas da credulidade, insinuam-se em toda a parte, sujam as melhores causas, comprometem os princípios mais sagrados. 

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