A caridade |
O homem caridoso faz o bem ocultamente; dissimula suas boas ações, enquanto que o vaidoso proclama o pouco que faz. “A mão esquerda deve ignorar o que dá a direita”, disse Jesus. “Aquele que faz o bem com ostentação já recebeu sua recompensa”.
Dar em segredo, ser indiferente aos elogios dos homens, é mostrar uma verdadeira elevação de caráter, é se colocar acima dos julgamentos de um mundo passageiro e procurar a justificação de seus atos na vida que não termina.
Nessas condições, a ingratidão, a injustiça não podem atingir o homem caridoso. Ele faz o bem porque é seu dever e sem esperar nenhuma vantagem, nenhuma recompensa; deixa à lei eterna o cuidado de fazer gotejar as consequências de seus atos, ou melhor, nem pensa nisso. É generoso. Para estimular os outros, sabe privar-se a si mesmo, ciente de que não há nenhum mérito em dar seu supérfluo. É por isso que o óbulo do pobre, a moeda da viúva, o pedaço de pão repartido com o companheiro de infortúnio, têm mais valor do que a generosidade do rico. O pobre, na sua penúria, pode ainda socorrer o mais pobre que ele.