A Vida no Além

A Vida no Além
A Vida no Além
Aqueles que têm o sentimento aflorado procuram, naturalmente com emoção, os que partiram. O sentimento da saudade, a ausência física e as sensações de desamor, de falta de proteção, muitas vezes aparecem, trazendo complicações para o dia a dia dos que ficam.

Os que partem, entretanto, levam consigo a emoção da busca do novo lugar para viver, das surpresas que vão aparecendo diariamente e do convívio com aqueles que os antecederam e que já estão no outro plano há muito tempo, construindo um lugar onde morar, no mundo dos espíritos. São surpresas muito agradáveis.

Para os que estão chegando ao outro lado, a vida assume caracteres novos: amizades, lugar de paz, sentimentos que vão sendo corrigidos, esquecimento daquilo que pertence exclusivamente à Terra; e busca de valores diferenciados.

Nessa luta e nesse aprendizado, o espírito recém-chegado ao mundo invisível sente, a maior parte das vezes, o desejo de ir avante, porque a sede do desconhecido e do saber se somam e fazem com que a alma siga adiante.

A Evolução das Idéias Básicas

A Evolução das Idéias Básicas
A Evolução das Idéias Básicas
As claras noções da religião natural foram obscurecidas pelo prazer. A ficção e a fantasia engendraram o erro, e este, congelado no dogma, levantou-se como um obstáculo no caminho dos povos. A luz foi velada por aqueles que se acreditavam os depositários, e as trevas em que queriam envolver os outros fizeram-se neles e em torno deles. Os dogmas perverteram o sentido religioso, e o interesse de casta falseou o senso moral. Daí, um amontoado de superstições, de abusos, de práticas idólatras, cujo espetáculo projetou tantos homens na negação.

A reação, entretanto, se anuncia. As religiões imobilizadas nos seus dogmas como múmias sob suas bandagens, enquanto tudo caminha e evolui em torno delas, enfraquecem-se a cada dia. Perderam quase toda influência sobre os costumes e a vida social e estão destinadas a morrer; mas como todas as coisas, as religiões morrem apenas para renascer. A ideia que os homens fazem da verdade se modifica e se amplia com os tempos. É por isso que as religiões, que são manifestações temporárias, vistas parciais da eterna verdade, devem transformar-se, já que fizeram sua obra e não respondem mais aos progressos e às necessidades da Humanidade. À medida que esta avança no seu caminho, é-lhe necessário novas concepções, um ideal mais elevado, e ela as encontra nas descobertas da Ciência e nas intuições engrandecedoras do pensamento.



Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte

Ver

Ver
A visão não é exclusivamente dos olhos.

Refletir é ver com a consciência.

Imaginar é ver com o sentimento.

Calcular é ver com o raciocínio.

Recordar é ver com a memória.

Por isso mesmo, a visão é propriedade vasta e complexa do espírito que se amplia e se enriquece, constantemente, à medida que poderes e emoções se nos desenvolvem e aperfeiçoam.

Quem deseje realizar aquisições psíquicas de clarividência, com proveito, nos celeiros da vida, ilumine o próprio coração, a fim de que o entendimento em se exteriorizando, através de nossos sentidos, nos regenere o mundo interior, reajustando-nos o idealismo e equilibrandonos os desejos, na direção do Bem Infinito.

Quem procura o “lado melhor” dos acontecimentos, a “parte mais nobre das pessoas” e a expressão mais útil das cousas” está conquistando preciosos acréscimos da visão espiritual.

Enquanto nos confiamos às paixões perturbadoras, tateando nas trevas do egoísmo ou do ódio, varando o gelo da indiferença, atravessando o incêndio da incompreensão e do desvario ou vencendo os pântanos do desregramento e da intemperança, não poderemos senão ver superficialmente os problemas inquietantes e dolorosos que à Terra se ajustam.

Façamos luz no espírito e conseguiremos descobrir os horizontes da própria imortalidade.

Todos enxergam alguma coisa na vida comum, entretanto, raros sabem ver.

Ajustemo-nos aos princípios do Vidente Divino que soube contemplar as necessidades humanas, com amor e perdão, do alto da cruz, e, por certo, começaremos, desde agora, a penetrar na claridade sublime de nossa própria ressurreição.


Autor: Emmanuel
Do livro: Indulgência

Suicidas

Suicidas
Suicidas
Não condenes as vítimas da loucura e do sofrimento que se retiram do mundo pelas portas do suicídio.

Ninguém lhes viu talvez a luta insana. E não sabes até que ponto sorveram o veneno da angústia na taça de fel!...

Faze silêncio, diante dos que caíram no paroxismo da desesperação e da dor.

Na batalha do mundo, quantos despem o manto da carne, roídos no âmago da alma pelas chagas de aflitivas desilusões!... 

Quantos procuram fugir ao nevoeiro do vale, arrojando-se às trevas do despenhadeiro cruel!...

E, pedindo a paz do Senhor para os que descem à sombra da rendição antes do triunfo, ora também pelos que armam as garras da treva contra si próprios no pelourinho da maldade e da calúnia:

Pelos que perturbam o caminho alheio, aniquilando a própria existência;

Pelos que rendem culto à perversidade, consumindo-se na ilusão de que destroem o próximo;

Pelos que se afogam no charco da viciação;

Lugar Depois da Morte

Lugar Depois da Morte
Lugar Depois da Morte
Muitas vezes perguntas, na Terra, para onde seguirás, quando a morte venha a surgir...

Anseias, decerto, a ilha do repouso ou o lar da união com aqueles que mais amas...

Sonhas o acesso à felicidade, à maneira da criança que suspira pelo colo materno...

Isso, porém, é fácil de conhecer.

Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações; nos compromissos do plano familiar; nas responsabilidades da vida pública; no campo dos negócios materiais; na luta pelo próprio sustento...

O dever, no entanto, é impositivo da educação que nos obriga a parecer o que ainda não somos, para sermos, em liberdade, aquilo que realmente devemos ser.

Não olvides, assim, enobrecer e iluminar o tempo que te pertence.

Não nos propomos nivelar homens e animais; contudo, numa comparação reconhecidamente incompleta, imaginemos seres outros da Natureza trazidos ao regime do espírito encarnado na esfera física.

Aos Médiuns da Cura

Aos Médiuns da Cura
Aos Médiuns da Cura
Que a bondade de Deus esteja com todos vocês, caros filhos; que a luz dos céus também esteja com todos.

Estamos nos dirigindo a vocês, lembrando certos objetivos essenciais para tarefas como a cura.

Podemos destacar que os trabalhadores da cura são desenvolvidos sob ponto de vista duplo, os médiuns devem ver dois aspectos: a cura se distingue pela cura física, atendendo às doenças orgânicas e também às doenças espirituais, perispirituais; devemos também levar em conta que o médium deve atender à necessidade orgânica, estar mentalmente preparado para o trabalho.

As necessidades orgânicas, todos já conhecem: alimentação sadia, ausência de álcool — tanto a bebida, dita social, quanto qualquer bebida que contenha álcool — o médium deve se precatar.

Os benfeitores espirituais de vocês sentem-se, certamente, dificultados e também humilhados quando vocês chegam em condições precárias, orgânicas, aqui; porque são estes espíritos seus percutidores sentem que falharam na missão educativa de seus médiuns. Quando beberem lembrem-se antes destes guias que desejam o bem de vocês, que fazem um enorme esforço para sustentar o trabalho!

Morte: Nova Dimensão da Vida

Morte: Nova Dimensão da Vida
Morte: Nova Dimensão da Vida
Que a bondade de Deus permaneça com todos, instruindo-os sempre para o bem!

Vida e morte, estágios diferentes para um mesmo espírito, assemelham-se ao trabalho contínuo de Deus, burilando um espírito, até que esse fique exatamente numa única posição: a de vida espiritual.

A morte, que ceifa tantas vidas, colocando tantos corações em processo de angústia, de saudade, de dor, de lágrima e sofrimento, deveria ser encarada, eficazmente, como mais uma transformação, mais uma porta de transformação do espírito humano.

Nós, espíritas, entendemos que a morte nada mais é do que uma passagem para uma nova dimensão. 

Hoje, quando tantos estão elaborando pensamentos em torno da vida e da morte, repetimos com Jesus: “Vou para o Pai”.

Cada um de nós deve encarar esse fenômeno como o de ida para o mais além, para o mais elevado. 

Utilidade dos Estudos Psicológicos

Utilidade dos Estudos Psicológicos
Utilidade dos Estudos Psicológicos
A educação dispensada às gerações é complicada, mas não lhes esclarece o caminho da vida, não as prepara para as lutas da existência. O ensino clássico pode oferecer cultura, ornar a inteligência; não capacita a agir, a amar, a se dedicar. Muito menos ainda, a ter uma concepção do destino que desenvolva as energias profundas do eu e oriente nossos ímpetos, nossos esforços em direção a um objetivo elevado. No entanto, esta concepção é indispensável a todo ser, a toda sociedade, pois ela é a sustentação, a consolação suprema nas horas difíceis, a fonte das sólidas virtudes e das altas inspirações.

Carl du Prel narra o seguinte fato:

“Um amigo meu, professor universitário, sofreu a dor de perder sua filha, o que reacendeu nele o problema da imortalidade. Dirigiu-se a seus colegas, professores de Filosofia, esperando encontrar consolações em suas respostas. Foi uma amarga decepção: pedira pão e ofereceram-lhe uma pedra; procurava uma afirmação e responderam-lhe com um ‘talvez’”!

Francisque Sarcey, este protótipo do professor universitário, escrevia “Estou nesta terra. Ignoro completamente como aqui cheguei e por que me jogaram aqui. Também desconheço como sairei daqui e o que será de mim, quando daqui tiver saído”.

A Certeza da Vida

A Certeza da Vida
A Certeza da Vida
A crença nos espíritos é inata.

Por mais que tentem apagar das mentes a recordação das vidas anteriores que o espírito teve...

Por mais que tentem inocular no homem uma visão materialista da vida após a morte, com o término de tudo...

Por mais que tentem afogar a comunicação da sobrevivência do homem nas águas escuras da descrença...

Por mais que tentem dizer que o espírito não existe e não sobrevive...

Por mais que tentem tirar a confiança do homem em seu próprio progresso...

Não o conseguirão!

Estudar Sempre

Estudar Sempre
Estudar Sempre
“Se abraçaste na Doutrina Espírita o roteiro da própria renovação, em toda parte és naturalmente chamado a fi xar-lhe os ensinos.” Emmanuel


A maioria dos homens habituou-se a crer que médium só o é aquele que, em mesa específica de trabalhos mediúnicos, psicografa ou fala, ouve ou vê os Espíritos, alivia ou cura os enfermos.

O pensamento geral, erroneamente difundido além-fronteiras do Espiritismo, é de que médium somente o é aquele que dá passividade aos desencarnados, oferecendo-lhes a organização medianímica para a transmissão da palavra falada ou escrita.

Em verdade, porém, médiuns somos todos nós que registramos, consciente ou inconscientemente, ideias e sugestões dos Espíritos, externando-as, muita vez, como se fossem nossas.

Ao discutirmos tema elevado, em qualquer lugar e hora, somos, algumas vezes, intérpretes de Espíritos sérios, que de nós se aproximam atraídos pela seriedade da conversação.

Contrariamente, em momentos de invigilância vocabular, no trato com problemas humanos, atraímos Espíritos desajustados que, sintonizados conosco, nos fazem porta-vozes de suas induções.

Ajudemos o inimigo

Ajudemos o inimigo
Ajudemos o inimigo
Tão necessário se faz o auxílio espontâneo aos inimigos, na preservação de nossa paz, quão imprescindível se torna a remoção apressada de um foco infeccioso, à nossa porta, em benefício da nossa própria saúde, visto que, alimentar o adversário, é manter um núcleo de raios destruidores contra nós.

Todos somos distribuidores de cargas eletro-magnéticas, geradas em nosso próprio ser.

A simpatia é corrente de auxílio que estendemos em nosso favor.

A antipatia é força asfi xiante que lançamos em prejuízo próprio.

Toda energia projetada de nossa alma nos responde invariavelmente na reação de quem nos partilha as experiências.

Quem arremessa espinhos, improvisa chagas, cujas emanações lhe procuram a atmosfera pessoal. Quem semeia flores, recolhe o perfume da cooperação e da boa vontade.

Claro que não podemos tratar todas as situações com elixires de pétalas adocicadas, porque, muitas vezes, a nossa melhor energia é convidada ao serviço sacrificial e quase sempre incompreendido da defesa; entretanto, ainda mesmo nas horas mais difíceis convém mobilizar todos os recursos do bem, ao nosso alcance, para que o respeito não ceda lugar à revolta e para que a sinceridade amiga não se converta em disfarce injusto.

Educação e papel dos médiuns

Educação e papel dos médiuns
Educação e papel dos médiuns
Na Antiguidade, os sujets jovens, revelando aptidões especiais, eram retirados do mundo, colocados fora de qualquer influência degradante, nos lugares consagrados ao culto, cercados de tudo o que podia elevar seu pensamento e seu coração, neles desenvolver o sentido do belo. Assim eram as virgens vestais, as druidisas, as sibilas, etc.

Aconteceria o mesmo com as escolas de profetas e videntes da Judeia, colocadas longe do ruído das cidades. No silêncio do deserto, na paz dos cimos, os iniciados sabiam atrair para si as influências superiores e interrogar o invisível. Graças a essa educação, chegava-se a resultados que nos surpreendem.

Tais procedimentos são inaplicáveis hoje. As exigências sociais nem sempre permitem ao médium consagrar-se como conviria à cultura de suas faculdades. Sua atenção é desviada por mil necessidades da vida em família, suas aspirações, entravadas pelo contato de uma sociedade mais ou menos frívola e corrompida.

Os Tempos são Chegados

Os Tempos são Chegados
Os Tempos são Chegados
Vocês devem levar em consideração o seguinte: Os tempos realmente são chegados; estamos no limiar de um milênio, em que a sociedade está sendo convidada a pensar de um modo diferente. A fase das discussões filosóficas, as discussões religiosas, passou; o homem terreno não quer mais discutir isso. O homem terreno quer encontrar o caminho da felicidade; ele quer que a sua vida se transforme; ele precisa que a sua natureza encontre o seu rumo. O homem terreno não está mais querendo discutir virtudes teologais, nada disso; ele quer virtude comum ao simples mortal. Todas as vezes que o Espiritismo se apresenta à sociedade, deve se apresentar da seguinte maneira: “O caminho é esse, o roteiro para se chegar ao caminho é esse também e o resultado será este aqui”. Quando a gente começa a discutir temas que não levam a lugar nenhum, o homem comum se desinteressa deles, porque é um tema que ele sente que não tem mais nada a ver com as suas necessidades. Nem se está mais para discussões bizantinas, acadêmicas, que não levam a coisa alguma. O homem quer solução para os seus momentos de dor, de suas dificuldades; ele precisa disso. Então, quando aparecer qualquer companheiro internauta que queira dizer, provocar assuntos que não tenham a ver com a necessidade do homem terreno, vocês cortem. Entre essas discussões, está sobre autores não espíritas, mesmo que sejam bons. Não interessa esse tipo de discussão, porque ninguém discute o tema em si; as pessoas discutem a tese para poder ter o que argumentar, ter o que discutir. Então, nós não devemos perder tempo. Devemos falar as necessidades das criaturas, os problemas das pessoas, iluminar-lhes os corações é o que elas estão precisando. Elas estão precisando só disso. Elas não estão precisando de nada, nada, nada além disso. Então, por nossa orientação, vocês cortem. E quando não puderem cortar, vocês não alimentem. Porque às vezes vocês não podem continuar ou não podem ser grosseiros interrompendo uma pessoa; podem não ter essa facilidade. E se não puderem fazer isso, vocês vão ter que entretecer a conversa. Mas daí a dar continuidade à mesma, volto a dizer, passa a ser perda de tempo, porque o homem terreno não precisa disso e nós precisamos estar atentos às necessidades do homem terreno. O espírita tem que estar atento à essa necessidade.



Autor: Cairbar Schutel
Do livro: Cairbar Responde

O Livro Base

O Livro Base
O Livro Base
“Com muita propriedade, afirmou Allan Kardec que os Espíritos elevados se ligam de preferência aos que procuram instruir-se.” Emmanuel O Livro dos Médiuns constitui a base do aprendizado espírita, no que toca, especificamente, ao problema mediúnico.

Evidentemente, a Espiritualidade Superior, com Emmanuel e André Luiz de modo especial, tem realizado, em nossos dias, notável trabalho de desenvolvimento de tudo quanto nele foi apresentado, por tratado experimental, assim como companheiros encarnados têm dado sua cota de participação em torno do palpitante tema “mediunidade”.

Todavia, a exemplo do que acontece com os demais livros da Codificação kardequiana, especialmente os que formam o “Pentateuco-Luz”, O Livro dos Médiuns é obra indispensável nas instituições espíritas e junto aos irmãos encarregados de tarefas expositivas.

No Grande Adeus

No Grande Adeus
No Grande Adeus
Cerraste os olhos dos entes amados, orvalhando-lhes o rosto inerte com as lágrimas que te corriam da ternura despedaçada, e inquiriste, sem palavras, para onde se dirigiam no grande silêncio.

Disseste adeus, procurando debalde aquecer-lhes as mãos frias, desfalecentes nas tuas, e colaste neles o ouvido atento, no peito hirto, indagando do coração prostrado a razão por que parou de bater.

Entretanto, o vaso impassível nada pode informar, quanto à destinação do perfume.

Ergue as antenas da prece, no santuário da tua alma, e perceberás o verbo inarticulado dos que partiram...

Saberás, então, que te comungam a dor, estendendo-te as mãos ansiosas.

Arrojados à vida nova, querem dizer-te que ressurgiram. Extasiados, perante o sol que a imortalidade lhes apresenta, suspiram por transfundir a saudade e o amor, no cálice da esperança, para que não desfaleças.

Libertos do cárcere em que ainda te encontras, rogam-te a paz e conformação, para que possam, enfim, demandar a renascente manhã que lhes acena dos cimos...

Em Tours

Em Tours
Em Tours
Dessa vez a família Denis veio se fixar em Tours, definitivamente. Transferida, empurrada para cá e para lá, desde a saída de Foug, ela iria encontrar, finalmente, nessa cidade, uma estabilidade ardentemente desejada pela mãe e pelo filho. No entanto, os meios de subsistência continuavam precários.

O adolescente que, na estação de Moux, mantinha os registros com sua bela letra e manejava o telégrafo, teve, como em Bordeaux, de se dedicar a trabalhos braçais, para os quais não tinha condições físicas.

Aos 16 anos, escreveu ele, numa faïencerie de Tours, “eu carregava, às costas, os cestos com os produtos quando eram retirados do forno”.

(...) Na impossibilidade de fazer melhor, frequentava as aulas noturnas de uma escola da vila. (...)

(...) Tudo o atraía para os estudos geográficos. Sem dúvida, já sonhava com viagens e longas excursões. (...)

Foi nessa época que nosso estudante solitário alimentou um desejo que há muito tempo estava em seu coração: adquirir, com seus próprios recursos, a Geografi a Universal de Malte-Brun, que era publicada em fascículos, ilustrados por Gustave Doré.

Fundamentos da Revelação Espírita

Fundamentos da Revelação Espírita
A revelação espírita, por sua natureza, apresenta duas características: é ao mesmo tempo revelação divina e revelação científica. Inclui-se na primeira, porque o seu aparecimento foi providencial e não o resultado da iniciativa de um desejo premeditado do homem; porque os pontos fundamentais da Doutrina têm sua origem no ensino dado pelos espíritos encarregados por Deus de esclarecer os homens acerca das coisas que ignoravam, que não podiam aprender por si mesmos, e que deveriam conhecer agora que estão aptos a compreendê-las. Inclui-se na segunda, porque esse ensino não é privilégio de indivíduo algum, mas é dado a todos da mesma maneira; porque os que o transmitem e os que o recebem não são, de maneira alguma, seres passivos, dispensados do trabalho de observação e pesquisa, porque não renunciam ao seu raciocínio e ao seu livre-arbítrio; porque a verificação não lhes é impedida, mas, ao contrário, recomendada; enfim, porque a Doutrina não foi ditada completa, nem imposta à crença cega; porque ela é deduzida, pelo trabalho dos homens, a partir da observação dos fatos que os espíritos colocam sob os seus olhos, e das instruções que dão a eles, instruções que os homens estudam, comentam, comparam e das quais tiram suas próprias conclusões e aplicações. Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é que a sua origem é divina, que a iniciativa pertence aos espíritos e que a elaboração é o fruto do trabalho do homem.


Autor: Allan Kardec
Do livro: A Gênese. CELD


Deus e a razão de viver

Deus e a razão de viver
Deus e a razão de viver
Pela graça infinita de Deus, paz!

Balthazar, pela graça de Deus.

Conversarmos sobre Deus é o mesmo que meditarmos com bastante profundidade acerca da razão de viver.(...)

Não pensemos, assim, num Deus arbitrário, injusto ou mesmo infeliz ao ponto de provocar sofrimento aos outros. Ao contrário, pensemos sempre num Deus que nos dá aquilo de que precisamos para corrigir ou mesmo para transformar o que existe em nós. Dores, sofrimentos, angústias, lutas, enfim, todo esse enorme contingente de energias que visitam a sociedade terrena, de forma individual ou coletiva, só é possível em função do sentimento que Deus permite acontecer.

Não haverá, portanto, dores maiores do que aquelas que as criaturas possam suportar, porque Deus sabe que elas falhariam se tivessem que passar por essas dores. Não há dores maiores ou menores para ninguém, porque Deus dá a cada um segundo as suas necessidades.(...)

A Ideia de Deus

A Ideia de Deus
A Ideia de Deus
Sem dúvida, não se pode demonstrar a existência de Deus através de provas diretas e sensíveis. Deus não é percebido pelos sentidos. A Divindade ocultou-se sob um véu misterioso, talvez, para nos forçar a procurá-la, o que é bem o exercício mais nobre e o mais fecundo da nossa faculdade de pensar e, também, para nos deixar o mérito de descobri-la. Mas, há em nós uma força, um instinto seguro, que nos leva até ela e nos afirma sua existência com mais autoridade do que todas as demonstrações e todas as análises.

Em todos os tempos, sob todos os climas —, e é a razão de ser de todas as religiões —, o espírito humano sentiu a necessidade de se elevar acima de todas as coisas móveis, perecíveis, que constituem a vida material e que não podem lhe dar uma completa satisfação; quis prender-se ao que é fixo, permanente, imutável no Universo; compreendeu que a existência de um Ser absoluto e perfeito, no qual identifica todas as potências intelectuais e morais. Encontrou tudo isso em Deus, e nada além dele pode nos dar essa segurança, essa certeza, essa confiança no futuro, sem as quais flutuamos em todos os ventos da dúvida e da paixão.

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