O Amor

O Amor
O Amor
É o chamamento de ser a ser, é o amor que provocará, no fundo das almas embrionárias, os primeiros alvores do altruísmo, da piedade, da bondade. Mais alto, na escala evolutiva, iniciará o ser humano nas primeiras alegrias, nas únicas sensações de felicidade perfeita que lhe é dado experimentar sobre a Terra, sensações mais fortes e mais doces que todos os prazeres físicos, conhecidas apenas pelas almas que sabem amar de verdade.

Assim, por etapas, sob a influência e sob a luz do amor, a alma se desenvolverá, crescerá, verá ampliar-se o círculo de suas sensações. Lentamente, o que nela era só paixão, desejo carnal, depurar-se-á, transformar-se-á em um sentimento nobre e desinteressado. A afeição por um só ou por alguns tornar-se-á afeição por todos: pela família, pela pátria, pela Humanidade. E a alma adquirirá a plenitude de seu desenvolvimento, quando estiver apta a compreender a vida celeste, que é toda amor, e a participar dela.


O amor é mais forte que o ódio, mais forte que a morte. Se o Cristo foi o maior dos missionários e dos profetas, se conquistou tanta ascendência sobre os homens, foi porque trazia em si um reflexo mais potente do amor divino. Jesus passou pouco tempo na Terra; três anos de evangelização foram-lhe sufi cientes para conquistar o espírito das nações. Não foi pela Ciência nem pela arte da oratória que ele seduziu, cativou as multidões, mas, pelo amor. E, depois de sua morte, seu amor permaneceu no mundo, como um foco sempre vivo, sempre ardente. É por isso que, apesar dos erros e dos equívocos de seus representantes, apesar de tanto sangue derramado por eles, tantas fogueiras armadas, tantos véus estendidos sobre seu ensinamento, o Cristianismo continua sendo a maior das religiões. Ele disciplinou, amoldou a alma humana, suavizou o temperamento violento dos bárbaros, afastou raças inteiras do sensualismo ou da bestialidade.

O Cristo não é o único exemplo a citar. De modo geral, em nossa esfera, pode-se constatar que emanam, de almas eminentes, irradiações, eflúvios regeneradores, que constituem algo como uma atmosfera de paz, uma espécie de proteção, de preservação, de providência particular. Todos aqueles que vivem debaixo desta benfazeja influência moral sentem uma calma, uma paz de espírito, uma espécie de serenidade que representa uma prévia das quietudes celestes. Esta sensação é mais notável ainda, nas reuniões espíritas dirigidas e inspiradas por almas superiores; muitas vezes, experimentamo-la, nós mesmos, em presença das entidades que presidiam os trabalhos de nosso grupo de Tours.

Estas impressões se acham cada vez mais vivas, à medida que nos afastamos dos planos inferiores, onde reinam os impulsos egoístas e fatais, e galgamos os degraus da gloriosa hierarquia espiritual, para aproximarnos do foco divino. Podemos constatar, assim, por uma experiência que vem completar nossas intuições, que cada alma é um sistema de forças e um gerador de amor, cuja potência de ação aumenta com a elevação.



Autor: Léon Denis
Do livro: O Problema do Ser e do Destino

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