O remédio justo

Perguntas, muitas vezes, pela presença dos espíritos guardiães, quando tudo indica que forças contrárias às tuas noções de segurança e conforto, comparecem, terríveis, nos caminhos terrestres.

Desastres, provações, enfermidades e flagelos inesperados arrancam-te indagações aflitivas.

Onde os amigos desencarnados que protegem as criaturas?

Como não puderam prevenir certos transes que te parecem desoladoras calamidades?

Se aspiras, no entanto, a conhecer a atitude moral dos espíritos benfeitores, diante dos padecimentos desse matiz, consulta os corações que amam verdadeiramente a Terra.

Auscuta o sentimento das mães devotadas que bendizem com lágrimas as grades do manicômio para filhos que se desvairaram no vício, de modo a que não se transfiram da loucura à criminalidade confessa.

Ouve os gemidos de amargura suprema dois pais amorosos que entregam os rebentos do próprio sangue no hospital, para que lhes seja amputado esse ou aquele membro do corpo, a fim de que a moléstia corrutora, a que fizeram jus pelos erros do passado, não lhes abrevie a existência...

Perquire o pensamento dos filhos afetuosos, ao carregarem, esmagos de dor, os pais endividados em doenças infectocontagiosas, na direção das casas de isolamento, a fim que não se convertam em perigo para a comunidade.

Todos eles trocam as frases de carinho e os dedos veludosos pelas palavras e pelas mãos de guardas e enfermeiros, algumas vezes desapiadados e frios, embora continuem mentalmente jungidos aos seres que mais amam, orando e trabalhando para que lhes retornem ao seio.

Quando vejas alguém submetido aos mais duros entraves, não suponhas que esse alguém permaneça no ouvido, por parte dos benfeitores espirituais que lhe seguem a marcha.

O amor brilha e paira sobre todas as dificuldades, à maneira do sol que paira e brilha sobre todas as nuvens.

Ao invés de revolta e desalento, oferece paz e esperança ao companheiro que chora, para que, à frente de todo o mal, todo o bem prevaleça.

Isso porque onde existem almas sinceras, à procura do bem, o sofrimento é sempre o remédio justo da vida para que, junto delas, não suceda o pior.

Autor: Emmanuel
Do livro: Livro da esperança

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