Fé
A fé é a mãe dos nobres sentimentos e das grandes ações. O homem profundamente convencido permanece inabalável diante do perigo, como no meio das provas. Acima das seduções, das adulações, das ameaças, mais alto que as vozes da paixão, ouve uma voz que ecoa nas profundeza das da sua consciência e cujos ruídos o sustentam na luta, advertem-no nas horas perigosas.

Para produzir tais resultados, a fé deve repousar sobre o fundamento sólido que se oferecem o livre exame e a liberdade de pensar. Ao invés de dogmas e de mistérios, deve apenas reconhecer os princípios decorrentes da observação direta, do estudo das leis naturais. Tal é o caráter da fé espírita.



A filosofia dos espíritos nos oferece uma crença que, por ser racional, é tanto mais robusta. O conhecimento do mundo invisível, a confiança numa lei superior de justiça e de progresso, tudo isso imprime à fé um duplo caráter de alma e de certeza.

O que se pode temer, com efeito, quando se sabe que nenhuma alma pode perecer, que após as tempestades e as dilacerações da vida, para além  da noite sombria onde tudo parece afundar-se, ver-se-á despontar o clarão radioso dos dias intermináveis?

Quando a velhice gelada avança, colocando seu estigma sobre nossa testa, apagando nossos olhos, enrijecendo nossos membros, curvando-nos sob nosso peso, vêm então com ela a tristeza, o desgoto de tudo e a grande sensação de fadiga, uma necessidade de repouso, como uma sede do nada. Oh! Nessa hora de pertubação, nesse crepúsculo da vida, como satisfaz e reconforta, a pequena luz que brilha na alma do crente, a fé no futuro infinito, a fé na justiça, na suprema bondade!


Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte

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