O assunto pode ser controvertido, mas a realidade é que existem obsessores e obsidiados que passam a viver em regime de interdependência psíquica.
O ódio mais acirrado termina, com o tempo, transformando-se em amor e o obsessor mais implacável acaba por despertar em si sentimentos de admiração por sua vítima.
Obrigando obsessor e obsidiado à estreita convivência, a obsessão não deixa de ser um instrumento de aproximação afetiva entre os que se odeiam.
Temos acompanhado casos nos quais obsessor e obsidiado permanecem tão interligados no processo simbiótico a uni-los, que não suportam a separação, à maneira dos xifópagos, que renascem com este ou aquele órgão em comum...
Vinculando-se psiquicamente ao obsidiado, o obsessor igualmente se lhe compromete com o carma, feito o
professor, ao ceder aos alunos parte do seu patrimônio intelectual, que estes, por sua vez, cederão, acrescido de seus próprios méritos, a quantos vierem a receber-lhe a influência...
A Lei Divina permite que muitos espíritos obsessores se localizem junto aos espíritos que obsedam, objetivando-lhes o progresso comum; sim, porque o obsidiado, por sua vez, pode ter muito que transmitir ao obsessor, inclusive lições de paciência, de solidariedade, de fé, de perdão, de esperança...
Tornemo-nos conscientes da realidade da obsessão, mas não nos permitamos nela estacionar psicologicamente, remoendo-lhe as consequências, qual doente que estimasse o próprio estado de invalidez de que se prevalecesse, para sobreviver sem maiores esforços.
Não esqueçamos que o mal sobrevive no mundo, alimentado pela ideia de quem lhe garante a existência fictícia
Autor: Odilon Fernandes
Do livro: Mediunidade e obsessão
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