O bem sem ostentação


O bem sem ostentação
“(...) Qualquer classe social a que pertençais, sempre tereis alguma coisa que possa ser partilhada.” (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XIII, item 16.)


Eis que continuamos a falar da caridade, sob a forma de beneficência.

Diz-nos o trecho do Evangelho acerca da necessidade de fazermos o bem discretamente e movidos do desejo tão somente de ajudar.

Para atingir esse estado, o homem precisará ter passado por outros que irão tirá-lo da área de selvageria para a área do amor ao próximo. Ele passará pela fase do egocentrismo; passará pela fase do desejar
aparecer e chegará à fase culminante do seu progresso, que é o bem sem ostentação.

Para chegar a esse estágio, repito-me, os homens passarão por muitos outros. E nesses outros todos por que passarem, encontrarão pessoas conhecidas.


Às vezes reclamamos de que este ou aquele companheiro apregoa o bem que faz, as atitudes que toma; apregoa mesmo o próprio projeto de renovação. Pode parecer infantilidade para muitos, pode parecer até mesmo tolice para outros, mas são as fases do progresso do espírito. Para ele, é necessário anunciar que já é capaz de fazer alguma coisa em torno do bem. Não se sentirá tranquilo se as pessoas não souberem o que ele já faz; não se sentirá confiante para seguir em frente se não lhe disserem: muito bem, aplausos! São fases que todos nós, espíritos imortais, passamos e ultrapassamos.

Com Jesus, representante máximo de Deus na Terra, as coisas se passaram de um modo diferente. Seu estado de espírito era outro; sua evolução também era outra e assim ele nos ensinou o sublime da caridade, ou seja, a caridade anônima, que ajuda sempre que pode e faz mais: vê onde existe necessidade para socorrer. Não poderia ser de outro modo. Jesus, sempre Jesus, o Mestre do amor!

Entretanto, ele não é visto, em momento algum, criticando quem pensa de um modo errado. O Mestre até mesmo nos dá exemplos do que não devemos fazer, mas jamais critica; isto porque, com a sua imensa compreensão acerca dos seres humanos, entende que há pessoas que precisam anunciar a si para se fazerem notadas.

Quanto a nós, os trabalhadores da casa espírita, analisemos a nossa situação, o nosso modo de ser, e verifiquemos se não existe ainda, em nosso sentimento, a necessidade de sermos compreendidos pelo
que fazemos; de sermos observados quando prometemos alguma coisa a alguém; de sermos vistos na hora em que damos qualquer benefício. Se, por acaso, sentirmos que ainda somos desse tipo, façamos um esforço sincero, correto, coerente para mudarmos de classe. Mas não nos aflijamos por isso. Tudo na vida vem a seu tempo. Nós já sabemos como devemos fazer e iremos trabalhar, devagar, mas sempre com firmeza, na conquista dos maiores valores espirituais. Superando a fase inicial do ser humano que exige ser reconhecido, façamos todos os esforços possíveis para, de imediato, passarmos para uma classe melhorada, classe daqueles que fazem o bem de modo tão espontâneo, que consideram o bem que fazem como uma simples obrigação de um espírito imortal que vive na Terra ajudando, exemplificando e  progredindo sempre.


Autor: Balthazar
Do livro: Pela Graça Infi nita de Deus, vol. 1

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