Entendendo Dependências e Compulsões


Dependências e Compulsões 2











Afinal o que são dependências?

O ser humano nasce dependente e assim permanece por muitos anos. Nessa relação se constrói a personalidade de cada indivíduo nessa encarnação. Entretanto há alguns que distorcem o sentido da dependência e passam a agir assim ao longo da vida, e o excesso favorece o adoecimento. Há as dependências químicas (álcool, drogas e tabaco) e as emocionais. Sendo que a última é a base de todas elas.

O que são compulsões?

As compulsões são saciadas por alguns objetos que aliviam a angústia das necessidades afetivas. Contudo esse alívio é passageiro, decorre daí que a falta que subjaz a toda compulsão nunca é devidamente preenchida por qualquer objeto externo. E a premência de voltar a consumir o tal objeto é tão urgente que em sua ausência se sente dor. Está formado o círculo pernicioso da compulsão alimentando o vazio e criando dependência de algum objeto.


Esse trânsito entre a compulsão finalizando com a dependência desestrutura muitas vidas, causa muitas dores e conflitos internos, estando na origem mesmo de muitas patologias, especialmente as mentais.

E é no socorro desses nossos irmãos que sofrem muitas vezes quietos, isolados que a proposta de um grupo psicoterápico se abre para acolher, amparar e ajudar no propósito de autoconhecimento. Entendendo que este é o caminho para a libertação do Espírito. O conhece-te a ti mesmo.

O grupo psicoterápico é um espaço privilegiado de reflexão, conversa, conhecimento do outro (espelhamento), amparo e acolhimento por mais de um indivíduo ao mesmo tempo e conhecimento de si mesmo. O objetivo é que através desse aparato a pessoa que sofre por compulsão e dependência comece a encontrar força em si mesma para transformar-se.

A experiência grupal está presente desde o nascimento do ser humano, vivemos, crescemos e trabalhamos em grupos. Na atividade psicoterápica cada individuo tem a oportunidade de se conhecer e entender como ele/ela funciona em grupos: o papel que desempenha, as expectativas e as fantasias inconscientes de como se comporta e como é visto no seu dia-a-dia nos grupos que participa. Como Gabbard nos sugere: “Os grupos tem alto poder de regressão e possibilita que os pacientes entrem em contato com seus medos mais primitivos”.

Dessa forma o trabalho com dependentes visa justamente trazer à luz da consciência o que de mais primitivo faltou ao sujeito, e o por quê essa falta tem a urgência de ser preenchida por algum objeto compulsivo.

Aliado a isso tem toda a estrutura que o Centro Espírita pode oferecer, que contribui para a reflexão acerca da vida espiritual, o conhecimento desta, a movimentação dos fluidos, a mobilização da vontade através de metas que valorizem a vida, a importância do pensamento e a necessidade de controle dele.

Lembrando com Leon Denis a importância da mobilização da vontade e do pensamento. Denis nos informa que toda alma humana tem dois centros de potencialidade: a exterior que mobiliza o ego e que é presente através da personalidade a cada encarnação e a interior onde está inscrita nossa consciência mais profunda, “o templo de Deus em nós”. Alcançar essa consciência mais profunda é possível através da vontade. “A utilização persistente, tenaz, desta faculdade mestra permitir-nos-á modificar nossa natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria, a doença e a morte”. É esse percurso que é visado para o grupo.

E o caminho que reformula e fortalece a vontade passa pelo pensamento criador. Ele reformula o que pensamos como agimos e assim vamos construindo nossa vida. “Modelamos nossa alma e seu invólucro com nossos pensamentos; estes produzem formas, imagens que se imprimem na matéria sutil de que se compõe o corpo fluídico”. Entender a singularidade desses processos é o desafio que os psicólogos que atendem aos dependentes e compulsivos se impõem para que a mudança íntima seja efetiva.

Portanto ajudar cada irmão que sofre a descobrir e reformular sua vontade, entender sua potencialidade criadora, para que busque melhorar-se e aperfeiçoar-se no sentido da preservação da vida, e observar que a possibilidade de cura espiritual está em si, é a meta do trabalho do grupo de Dependências e Compulsões que tem como mentora espiritual Yvonne Pereira do Amaral.

Pois atender o ser humano em sua dimensão bio-psico-social-espiritual é o objetivo dos trabalhadores da OSAA.

Autor: AME Lagos

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