Afinal o que
são dependências?
O ser humano
nasce dependente e assim permanece por muitos anos. Nessa relação se constrói a
personalidade de cada indivíduo nessa encarnação. Entretanto há alguns que
distorcem o sentido da dependência e passam a agir assim ao longo da vida, e o
excesso favorece o adoecimento. Há as dependências químicas (álcool, drogas e
tabaco) e as emocionais. Sendo que a última é a base de todas elas.
O que são
compulsões?
As compulsões
são saciadas por alguns objetos que aliviam a angústia das necessidades
afetivas. Contudo esse alívio é passageiro, decorre daí que a falta que subjaz
a toda compulsão nunca é devidamente preenchida por qualquer objeto externo. E
a premência de voltar a consumir o tal objeto é tão urgente que em sua ausência
se sente dor. Está formado o círculo pernicioso da compulsão alimentando o
vazio e criando dependência de algum objeto.
Esse trânsito
entre a compulsão finalizando com a dependência desestrutura muitas vidas,
causa muitas dores e conflitos internos, estando na origem mesmo de muitas patologias,
especialmente as mentais.
E é no
socorro desses nossos irmãos que sofrem muitas vezes quietos, isolados que a
proposta de um grupo psicoterápico se abre para acolher, amparar e ajudar no
propósito de autoconhecimento. Entendendo que este é o caminho para a
libertação do Espírito. O conhece-te a ti mesmo.
O grupo
psicoterápico é um espaço privilegiado de reflexão, conversa, conhecimento do
outro (espelhamento), amparo e acolhimento por mais de um indivíduo ao mesmo
tempo e conhecimento de si mesmo. O objetivo é que através desse aparato a
pessoa que sofre por compulsão e dependência comece a encontrar força em si
mesma para transformar-se.
A experiência
grupal está presente desde o nascimento do ser humano, vivemos, crescemos e
trabalhamos em grupos. Na
atividade psicoterápica cada individuo tem a oportunidade de se conhecer e entender
como ele/ela funciona em grupos: o papel que desempenha, as expectativas e as
fantasias inconscientes de como se comporta e como é visto no seu dia-a-dia nos
grupos que participa. Como Gabbard nos sugere: “Os grupos tem alto poder de
regressão e possibilita que os pacientes entrem em contato com seus medos mais
primitivos”.
Dessa forma o
trabalho com dependentes visa justamente trazer à luz da consciência o que de mais
primitivo faltou ao sujeito, e o por quê essa falta tem a urgência de ser
preenchida por algum objeto compulsivo.
Aliado a isso
tem toda a estrutura que o Centro Espírita pode oferecer, que
contribui para a reflexão acerca da vida espiritual, o conhecimento desta, a
movimentação dos fluidos, a mobilização da vontade através de metas que
valorizem a vida, a importância do pensamento e a necessidade de controle dele.
Lembrando com
Leon Denis a importância da mobilização da vontade e do pensamento. Denis nos
informa que toda alma humana tem dois centros de potencialidade: a exterior que
mobiliza o ego e que é presente através da personalidade a cada encarnação e a
interior onde está inscrita nossa consciência mais profunda, “o templo de Deus
em nós”. Alcançar essa consciência mais profunda é possível através da vontade.
“A utilização persistente, tenaz, desta faculdade mestra permitir-nos-á
modificar nossa natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria, a
doença e a morte”. É esse percurso que é visado para o grupo.
E o caminho
que reformula e fortalece a vontade passa pelo pensamento criador. Ele
reformula o que pensamos como agimos e assim vamos construindo nossa vida.
“Modelamos nossa alma e seu invólucro com nossos pensamentos; estes produzem
formas, imagens que se imprimem na matéria sutil de que se compõe o corpo
fluídico”. Entender a singularidade desses processos é o desafio
que os psicólogos que atendem aos dependentes e compulsivos se impõem para que
a mudança íntima seja efetiva.
Portanto
ajudar cada irmão que sofre a descobrir e reformular sua vontade, entender sua
potencialidade criadora, para que busque melhorar-se e aperfeiçoar-se no
sentido da preservação da vida, e observar que a possibilidade de cura
espiritual está em si, é a meta do trabalho do grupo de Dependências e
Compulsões que tem como mentora espiritual Yvonne Pereira do Amaral.
Pois atender
o ser humano em sua dimensão bio-psico-social-espiritual é o objetivo dos
trabalhadores da OSAA.
Autor: AME Lagos
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