Crendices e superstições

Crendices e superstições
Atraso moral e espiritual dos habitantes da Terra, a presença e a amplitude da feitiçaria e seus talismãs, que baterão em retirada ante a alvorada de luz e bênção da fé racional, que enfrenta a dúvida filosófica, as conquistas da inteligência e da técnica materialista, tranquilamente, em todas as épocas, dirimindo problemas e sustentando a confiança em Deus.

Paradoxalmente, a década em que o homem conseguiu a arrancada da Terra, nos rumos da lua, sonhando com a conquista de outros planetas é, também, a do retorno à barbárie e às crendices, em fuga espetacular dos cálculos computados em aparelhagens quase perfeitas para os abismos da imaginação desregrada.

A decantada morte da fé religiosa, prevista pelos expoentes da cultura materialista dos séculos passado e atual, de forma alguma poderia defrontar mais chocante reação das mentes tecnicizadas destes dias...


É verdade que o homem aturdido, decepcionado ante as promessas mirabolantes das doutrinas religiosas do passado, rebelouse, passando a “adorar” as máquinas que construiu, barafustando, porém, em direção das áridas províncias do ceticismo. Ressequido e inquietado, interiormente, deixou-se estimular pelo fantasioso,
ressuscitando velhas superstições a que ora se entrega em espetáculos deprimentes e ridículos (...)

Ninguém nega a interferência das forças vivas e pulsantes do Universo, no comércio contínuo com as mentes humanas. Daí às fantasias absurdas que subestimam a divindade e atribuem poderes excepcionais ao demônio — que é apenas a personificação simbólica que a si se atribuem espíritos viciosos e perversos — vai uma distância imensa de ética, cultura e razão...

No fundo, os supersticiosos padecem atrofia do espírito, preferindo o temor ao amor, sufocando a esperança nos crepes da desconfiança com que se desesperam e se realizam...

Iniciada a façanha da crendice e da superstição, só muito dificilmente empreende a viagem de volta à responsabilidade e à lucidez, que lhe exigem esforço, educação e disciplina intransferíveis, para que se possa alçar das mágoas, dos pauis das queixas e vulgaridades aos altiplanos da nobreza, edificação e paz.

Proliferam, vertiginosamente, os números dos enganados e os desditosos enganadores da Terra e do além-túmulo em nefário intercâmbio de loucura e desfaçatez.

Abjuram a verdade e afeiçoam-se à ilusão; abominam o bem e se comprazem na ignomínia.

Superstições, supersticiosos!

De todos os tempos as superstições e os supersticiosos são herança torpe do obscurantismo espiritual e da insensatez perniciosa, que encontram guarida porque o homem ainda prefere a treva à luz, a piedade ao respeito, o sofrimento ao amor...

Ninguém, no entanto, interfere nos planos e desígnios de Deus, por mais se esforce, presunçoso, e almeje.

Feiticeiros de todas as épocas que a desregrada imaginação popular deu azo a largas fantasias, são os médiuns vinculados aos espíritos da sombra, em realizações infelizes.

Epíteto genérico de que se utilizou a intolerância clerical para silenciar os imortais, foram e são homens do caminho de lutas de todos nós, um dia chamados a darem conta da mordomia de que estiveram investidos.

Com Jesus, o Libertador, deixa à margem do caminho crendices, superstições, ilusões, e cresce para o serviço da tua e da redenção de todos.

Através do Espiritismo compreenderás que, construtor do porvir, és árbitro da felicidade ou da própria desdita, herdeiro dos valores que possuis e legatário futuro das aquisições que reúnas.

Ilibado, sem peias mentais nem conexões morais degradantes com a retaguarda evolutiva, crê, ama e passa servindo, indene ao mal e aos maus, lecionando discernimento e fé com que, descompromissado com a ignorância, alcançarás a vitória sobre toda sombra e toda dor.



Autora: Joanna de Ângelis
Do Livro: Após a Tempestade.

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