Evocação dos espíritos

Evocação dos espíritos
Evocação dos espíritos
Na antiguidade oriental, era comum a prática da evocação dos mortos, em todas as culturas, na intimidade dos templos, celebrizando os adivinhos, oráculos e sacerdotes, profetas e pítons que logravam traduzir-lhes o pensamento, através de cuja sensibilidade retornavam ao contato humano (...)

Esse intercâmbio reiniciou-se com Jesus, cujo advento foi anunciado pelos espíritos nobres e a vida toda assinalada pela incessante comunicação com os desencarnados, prosseguindo, Ele próprio, após a morte, inúmeras vezes, e culminando no inesquecível aparecimento ao jovem Saulo, a quem convocou, às portas de Damasco, para o ministério inigualável.

Logo depois, nas reuniões dos discípulos e continuadores da sua obra de amor, as comunicações espirituais se tornaram o veículo de segurança para o êxito das empresas iluminativas de consciências, tornando-se elemento de sustentação das comunidades nascentes (...)

Nos séculos seguintes, prosseguiram os fenômenos extraordinários, atestando a comunicabilidade dos espíritos, trazendo a mensagem confortadora de sustentação durante a Idade Média e a afirmação da sobrevivência no período da Idade Moderna. Allan Kardec, no entanto, sob o comando do Espírito de Verdade que lhe supervisionava a missão, evocou as entidades espirituais mais diferentes, com elas mantendo notáveis diálogos, graças aos quais elaborou a codificação espírita.


A tarefa missionária que lhe fora concedida, a elevada moral de que se revestia, a sinceridade e nobreza de propósitos que mantinha, a lucidez que lhe era peculiar funcionavam como credenciais para as evocações a fim de aprender, colher informações, conferir dados, aquilatar valores culturais e elaborar as obras, tendo a superior administração de Jesus, que retomava à Terra, na condição de o Consolador (...)

Nem todos os indivíduos, porém, dispõem daquelas credenciais para seguras evocações, correndo riscos de serem enganados pelos espíritos burlões, mistificadores, atrasados e perversos que pululam em torno dos homens e não respeitam senão as vibrações do caráter diamantino e as irradiações dos sentimentos elevados que os repelem (...)

Podem-se evocar os espíritos, sabendo-se, inicialmente, que nem todos têm condição de atender aos chamados, em se considerando o estado emocional e evolutivo em que se encontram, as disponibilidades de tempo e ocupação, as afinidades com os médiuns e outras condições sutis, igualmente importantes.

A presunção humana, que pensa tudo poder, torna-se grande impedimento na área das evocações sérias, abrindo campo vibratório para os intercursos vulgares e decepcionantes.

Bem agem aqueles que, interessados na aprendizagem, diante do intercâmbio espiritual, aguardam que ocorram os de natureza espontânea, podendo analisá-los e retirar deles as lições proveitosas, consoladoras, necessárias à fé racional e ao equilíbrio da paz interior.

A mediunidade colocada a serviço do bem, nas tarefas socorristas, faz-se instrumento dócil às comunicações naturais, enriquecidas de sabedoria, sob a orientação dos guias espirituais que selecionarão aqueles que se devem e podem comunicar, contribuindo para o próprio como para o progresso moral do médium e dos assistentes, pois que esta é a finalidade elevada do labor mediúnico, e não para atendimento de frivolidades, paixões ou mesmo questões sérias, porém inoportunas.



Autor: Vianna de Carvalho
Do Livro: Médiuns e Mediunidades

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