Os espíritos

Os espíritos
Os espíritos
“Ora, essas almas que povoam o Espaço são precisamente o que se chamam Espíritos; os Espíritos não são, pois, outra coisa senão as almas dos homens despojadas do seu envoltório corporal.” (O Livro dos Médiuns – Primeira Parte – Cap. 1 – item 2.)


Não sendo mais do que homens desencarnados, os espíritos, a princípio, não possuem uma sabedoria maior do que a dos que ainda mourejam no corpo físico. Afirmaríamos mesmo que a maioria dos espíritos vinculados à psicosfera do planeta encontra-se ainda em estágio primário de evolução intelectual e moral.

A desencarnação não confere a ninguém a auréola de santidade sem esforço ou o conhecimento que não se adquiriu à custa de ingentes sacrifícios.

Em desencarnando, nem todo espírito entra, por assim dizer, na posse do “patrimônio do passado”. Não raro, esse “passado”, para a maioria dos espíritos, apresenta-se medíocre em matéria de conquistas espirituais. Muitos não têm a lembrar senão dissabores e grandes equívocos. Poucos são aqueles cujas
experiências pretéritas, quando retomadas pela memória, acrescentam ao “presente” alguma coisa de útil (...)

Para que o espírito retome, de forma consciente e produtiva, o chamado “patrimônio do passado”, arquivado em seu subconsciente, é indispensável que ele possua discernimento para saber o que fazer de si mesmo e um certo grau de maturidade espiritual.

Estas considerações vêm a propósito da confiança cega que os médiuns, às vezes em interesse próprio, costumam depositar nos espíritos.

Os espíritos carecem de ser ouvidos sempre com cautela. Kardec, no serviço da Codificação, procurou ouvi-los reiteradas vezes através de médiuns diversos, em diferentes ocasiões (...)

Levemos ainda em consideração que, com o passar do tempo, tanto o médium quanto o espírito que habitualmente se comunica por seu intermédio podem modificar o seu ponto de visita sobre essa ou aquela questão. Isto é perfeitamente compreensível, de vez que a cada dia as nossas ideias vislumbram horizontes mais amplos. Médium ou espírito que admite mudanças para melhor, confessando humildemente seus enganos, revela-se muito mais confiável do que aquele que se julga infalível.



Autor: Odilon Fernandes
Do Livro: Mediunidade e Evang

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