As religiões

As religiões
As religiões
Todas as grandes religiões tiveram duas faces, uma aparente, a outra, secreta. Nessa é o espírito; naquela, a forma ou a letra. Sob o símbolo material, o sentido profundo dissimula-se. O bramanismo na Índia, o hermetismo no Egito, o politeísmo grego, o próprio Cristianismo, em sua origem, apresenta esse duplo aspecto. Julgá-las pelo seu lado exterior e vulgar é julgar o valor moral de um homem pelas suas vestimentas. Para conhecê-las, é necessário penetrar no pensamento íntimo que as inspira e faz sua razão de ser; do seio dos mitos e dos dogmas, é necessário separar o princípio gerador que lhes comunica a força e a vida. (...)

A religião é necessária e indestrutível, pois ela haure sua razão de ser na própria natureza do ser humano, da qual resume e exprime as aspirações elevadas. Ela é, também, a expressão das leis eternas, e, nesse ponto de vista, deve se confundir com a Filosofia, que faz passar do domínio da
teoria ao da execução, e torna-se viva e operante.

Mas, para exercer uma influência salutar, para voltar a ser um móvel de elevação e de progresso, a religião deve despojar-se dos disfarces de que se revestiu através dos séculos. O que deve desaparecer, não é o seu princípio, são, com os mitos obscuros, as formas exteriores e materiais. É preciso ter o cuidado de não confundir coisas tão dissemelhantes.



Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte.

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