A história do Espiritualismo Moderno começou por um caso de obsessão.
As manifestações da casa mal-assombrada de Hydesville, em
1848, e as tribulações da família Fox, que a habitava, são conhecidas.
Nós as recordaremos apenas através de um pequeno resumo.
Todas as noites, uma inteligência invisível aí se revelava através dos
ruídos violentos e contínuos, abrindo e fechando as portas, agitando os
móveis, arrancando as cobertas das camas. Mãos frias e rudes agarravam
as jovens senhoritas Fox, e o soalho oscilava sob uma ação desconhecida.
Casa Mal-Assombradas |
Por meio de pancadas dadas nas paredes — cada letra do alfabeto
sendo designada por um número correspondente de golpes — essa inteligência
afi rmava ter vivido na Terra. Ela soletrava seu nome, Charles
Rosna; indicava sua profissão de mascate e entrava em muitos detalhes
sobre seu fim trágico, detalhes ignorados de todos, cuja exatidão
foi reconhecida pela descoberta de ossadas humanas na adega, no lugar
preciso designado pelo espírito como sendo aquele em que seu cadáver
tinha sido enterrado após o assassinato.
Essas ossadas estavam misturadas com restos de carvão e de cal, que
demonstravam a intenção evidente de fazer desaparecer qualquer traço
desse acontecimento misterioso.
Os curiosos afluíram; a casa tornou-se insuficiente para conter a multidão
vinda de todas as partes. Houve até quinhentas pessoas reunidas
para ouvir os ruídos.
É através dessa manifestação tão nova e tão estranha para aqueles
que delas foram testemunhas, numa choupana de um pobre vilarejo do
Estado de Nova York, na presença de pessoas de condição mais modesta,
é que o segredo da morte foi divulgado por um ser invisível, no
silêncio da noite. Pela primeira vez, nos tempos modernos, um pouco
de claridade filtrou sob a porta que separa o mundo dos vivos do mundo
dos desencarnados.
Autor: Léon Denis
Do livro: No Invisível
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