Resignação na Adversidade

Resignação na Adversidade
Resignação na Adversidade
A dor, sob suas formas múltiplas, é o remédio supremo para as imperfeições, para as enfermidades da alma. Sem ela, não há cura possível. Assim como as doenças orgânicas são, com frequência, o resultado dos nossos excessos, as provações morais que nos atingem são a resultante das nossas faltas passadas. Cedo ou tarde, essas faltas recaem sobre nós, com suas consequências lógicas. É a lei de justiça, do equilíbrio moral. Saibamos aceitar-lhes os efeitos, como aceitamos os remédios amargos, as operações dolorosas que devem restabelecer a saúde, a agilidade ao nosso corpo. Quando os desgostos, as humilhações e a ruína nos oprimem, suportemo-los com paciência. O lavrador rasga o seio da terra para dela fazer jorrar a colheita dourada. Assim, da nossa alma dilacerada surgirá uma abundante colheita moral.

A ação da dor retira de nós o que é impuro e mau, os apetites grosseiros, os vícios, os desejos, tudo o que vem da Terra e deve retornar à Terra. A adversidade é a grande escola, o campo fértil das transformações. Graças aos seus ensinos, as más paixões transformam-se pouco a pouco em paixões generosas, em amor ao bem. Nada está perdido. Mas essa transformação é lenta e difícil. O sofrimento, a luta constante contra o mal, o sacrifício de si mesmo podem sozinhos realizá-la. Através deles a alma adquire a experiência e a sabedoria. O fruto verde e ácido, que era a alma, transforma-se, sob as ondas regeneradoras da prova, sob os raios do sol divino, em um fruto doce, perfumado, maduro para os mundos superiores.



Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte

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