O Orgulho, Riqueza e Pobreza

O Orgulho, Riqueza e Pobreza
O Orgulho, Riqueza e Pobreza
Quando o espírito não se sente suficientemente armado contra as seduções da riqueza, deve afastar-se dessa prova perigosa, procurar, de preferência, uma vida simples, longe das vertigens da fortuna e da grandeza. Se, apesar de tudo, a sorte o destina a ocupar um lugar mais elevado nesse mundo, não deve se regozijar, pois sua responsabilidade e seus deveres serão muito mais extensos. Colocado nas fileiras inferiores da sociedade, não deve se ruborecer jamais. O papel dos humildes é o mais meritório; são eles que suportam todo o peso da civilização; é do seu trabalho que vive e se alimenta a Humanidade. O pobre deve ser sagrado para todos, pois foi pobre que Jesus quis nascer e morrer; foi a pobreza que escolheram Epiteto, Francisco de Assis, Miguel Angelo, Vicente de Paulo e tantos nobres espíritos que viveram nesse mundo. Eles sabem que o trabalho, as privações, o sofrimento desenvolvem as forças viris da alma, enquanto que a prosperidade as diminui. No desapego das coisas humanas, uns encontraram a santificação, outros a potência que faz o gênio.


A pobreza nos ensina a nos compadecermos dos males dos outros, fazendo-nos melhor compreendê-los; ela nos une a todos aqueles que sofrem; valoriza mil coisas indiferentes para os que são felizes. Aqueles que não conheceram suas lições ignorarão sempre um dos lados mais comoventes da vida.

Não invejemos os ricos, cujo esplendor aparente esconde tantas misérias morais. Não nos esqueçamos de que, sob o cilício da pobreza escondem-se as virtudes mais sublimes, a abnegação, o espírito de sacrifício. Não nos esqueçamos também de que é pelos labores e o sangue, pela imolação contínua dos pequenos, que as sociedades vivem, defendem-se e renovam-se.




Autor: Léon Denis

Do livro: Depois da Morte

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