Fé, Esperança e Consolações

Fé, Esperança e Consolaçõe
Fé, Esperança e Consolaçõe
Compenetrados da ideia de que essa vida não é senão um instante no conjunto da nossa existência imortal, aceitamos com paciência os males inevitáveis que ela engendra. A perspectiva dos tempos que se nos abrem, dar-nos-á o poder de dominar as misérias presentes e de nos colocar acima das flutuações da fortuna. Sentir-nos-emos mais livres, mais bem armados para a luta. Conhecendo a causa dos seus males, o espírita compreende a necessidade deles. Sabe que o sofrimento é legítimo e aceita-o sem murmurar. Para ele, a morte nada destrói, os laços afetivos persistem na vida de além-túmulo, e todos aqueles que aqui se amaram, reencontram-se, libertos das misérias terrestres, longe dessa dura morada; só há separação para os maus. Dessas convicções resultam consolações desconhecidas dos indiferentes e dos céticos. Se, de uma extremidade à outra do globo, todas as almas se comunicassem nessa fé poderosa, assistir-se-ia à maior transformação moral que a História jamais registrou.


Entretanto, essa fé, bem poucos homens a possuem. O Espírito de Verdade falou à Terra, mas esta não prestou atenção aos seus apelos. Não foram os poderosos que o escutaram, foram os humildes, os pequenos, os deserdados, todos aqueles que têm sede de esperança. A revolução espírita encontrou, primeiro, uma viva oposição nos meios religiosos e científicos. Esse estado de coisas tende a atenuar-
se. Bem poucos homens têm a coragem de se desdizerem e de confessar que se enganaram; a maioria prefere combater durante toda sua vida uma verdade que pode comprometer seus interesses, ou arruinar suas afirmações. Outros, em segredo, reconhecem a beleza, a grandeza dessa doutrina; mas suas exigências morais os assustam. Presos aos seus prazeres, querendo viver à sua maneira, sem se preocupar com o Além, afastam de seu pensamento tudo o que os levaria a romper com esses hábitos perniciosos, mas desejados. Esses comportamentos serão para eles, em consequência, a fonte de amargas recordações.

Nossa sociedade enfebrecida preocupa-se mediocremente com um ensino moral. Muitas opiniões contraditórias se chocam, se entrechocam; em meio a esse estado confuso, elevado pelo turbilhão da vida material, o homem pouco reflete.

Mas todo espírito sincero que procura a fé e a verdade encontrá-las-á na nova revelação. Uma influência do Alto derramar-se-á sobre ele e o guiará na direção dessa luz nascente que, um dia, iluminará a Humanidade inteira.



Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte

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