Na ascenção espiritual

Determina a providência que todos os seres da Criação recebam esse ou aquele provimento de forças, segundo o desejo em que se expressam, de modo a cooperarem na evolução e no egrandecimento da vida.

Anseia o verme pelo alimento do subsolo e recebe a substância que lhe assegura a vitalidade, trabalhando porém, na fecundação da terra, até que outros impulsos lhe marquem a crisálida da consciência.

Aspira o animal de grande porte à pastagem nutritiva e recolhe o verde elemento do campo que lhe garante a sustentação e o equilíbrio, obrigando-se, entretanto, a colaborar nos processos de renovação e fertilidade da natureza, até que desperte para impulsos mais altos.

Pede o silvícola a proteção da floresta em que se lhe encrava o domicílio singelo e encontra meios de construir a taba, que lhe asila a existÊncia, colaborando na formação de bases para a civilização porvindoura, até que idéias mais elevadas lhe iluminem a mente.

Cada espírito estagia na situação de que necessita, detendo os recursos que a sabedoria infinita lhe empresta, servindo ao progresso, nesse ou naquele departamento do mundo, até que estabeleça para si mesmo aspirações mais nobres, capazes de alçá-lo à vida superior.

Abstenhamo-nos de usar a prece por arma de caça a vantagens inferiores.

Não nos demoremos em petições descabidas e injustas que somente nos agravariam a posição de almas reclusas nos círculos inquietantes da experiência terrestre.

Abracemos o trabalho edificante, compreendamos a dificuldade e a dor por auxiliares de nosso próprio burilamento e abreviaremos a nossa longa viagem para os cimos da evolução.
Emmanuel

Caridade e Raciocínio

Todos pensamos na caridade, todos falamos em caridade!...
A caridcade, indubitavelmente, é o coração que fala, entretanto, nas situações anormais da vida, há que ouvir o raciocínio, a fim de que ela seja o que deve ser.
Nada fere tanto como a visão de um ente querido, sob os tentáculos do câncer.
O coração chora. Mas se a radiografia sugere trabalho operatório, pede o raciocínio para que a cirurgia lhe revolva a carne atormentada, na suprema tentativa de recuperação.
Nada entenece mais do que abraçar um pequenino nas alegrias do lar.
O coração festeja. Mas se a criança brinca com fósforos, aconselha o raciocínio se lhe dê corrigenda.
Nada sensibiliza mais do que encontrar um alienado mental, atirado à rua.
O coração lamenta. Mas se o louco, em crise de fúria, carrega bombas consigo, prescreve o raciocínio seja ele contido à força.
Nada preoculpa mais que observar um companheiro, no abuso de entorpecentes.
O coração sofre. Mas se o irmão, vinculado a semelhante hábitos, distribui narcóticos, fazendo vítimas, solicita o raciocínio se lhe providencie a necessária segregação para o tratamento preciso.
O raciocínio, em nome da caridade, não tem decerto, a presunção de violentar consciência alguma, impondo-lhe freios drásticos que lhe objetivem o aperfeiçoamento compulsório (...)
Clareando a definição, comparemos a caridade, nascendo das profundezas da alma, como a fonte que se derrama espontânea, das entranhas da terra. A fonte pode ser volumosa ou escassa, reta ou sinuosa, jorrar da montanha ou descambar da planície, saciar monstros ou dar de beber às aves do céu, tudo dependendo da estrutura, do clima, do solo ou das circunst^ncias em que se movimente. Em qualquer Ângulo que se mostre, pode o sentimento louvar-lhe a beleza e exaltar-lhe a utilidade que fertiliza glebas, acalenta vidas, garante lares, multiplica flores e retrata as estrelas, mas, se nessa ou naquela fonte, aparecem culturas do esquistossomo, é necessário que o raciocínio intervenha e, para o bem geral, lhe impeça o uso.

Emmanuel

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...