A Consciência


A consciência
A segmentação da consciência parece, às vezes, tão efetiva, e os tipos que surgem, tão diferentes do tipo normal, que se poderia julgar estar diante de várias consciências autônomas, alternando-se em um mesmo indivíduo. Acreditamos, como Myers, que não é isto o que ocorre. O que há neles é simplesmente uma variedade de estados sucessivos, coincidentes com a permanência do eu. A consciência é uma, porém, se manifesta diversificadamente: de uma forma restrita, na vida normal, pelo fato de ser limitada pelo organismo; mais plena, mais ampla, nos estados de desprendimento; finalmente, de maneira total, integral, por ocasião da morte, após a separação definitiva, como o demonstram as manifestações e ensinos dos espíritos. Logo, a cisão é apenas aparente. A única distinção a fazer entre os variados estados da consciência é uma diferença de graus. Estes graus podem ser numerosos. A margem parece considerável, por exemplo, entre o estado de incorporação e a exteriorização completa. A personalidade permanece idêntica, através do encadeamento dos fatos de consciência, que um elo ininterrupto liga uns aos outros, desde as modificações mais simples do estado normal, até os casos em que há uma transformação da inteligência e do caráter; desde a simples ideia
fixa, os sonhos, até a projeção da personalidade no mundo espiritual, nesse Além, onde a alma recobra a plenitude de suas percepções e de seus poderes.



No próprio curso da existência terrestre, vemos, da infância à velhice, o eu se modificar sem parar; a alma
atravessa uma sucessão de estágios: ela é um incessante vir-a-ser. Entretanto, em meio a estas fases diversas,
seu controle sobre o organismo não varia. A fisiologia faz ressaltar esta sábia e harmoniosa coordenação de
todas as partes do ser, as leis da vida orgânica e do mecanismo nervoso, que não podem ser explicadas sem a
presença de uma unidade central. Esta unidade soberana é a fonte e a conservadora da vida; desta, é ela quem
encadeia todos os elementos e todos os aspectos.

Foi graças a uma conclusão não menos lamentável das teorias materialistas que os “psicólogos” da escola oficial chegaram a considerar o gênio como uma neurose, já que pode ser a utilização, em mais larga escala, dos poderes psíquicos ocultos no homem.


Autor: Léon Denis
Do livro: O Problema do Ser e do Destino

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