Por Neubert Danilo da Silva Rojas
O mesmo se dá com a vaidade, que preenchendo sem completar, iluminando com o brilho que cega, acompanha bem de perto o jovem que, confuso por desconhecer suas aptidões e características, lhe dá ouvidos. Assim, por se encontrar em meio às incríveis oscilações da sua idade e atormentado constantemente pelo temor de ser excluído em seu grupo social, esse jovem, sem uma boa orientação, opta por valores e comportamentos muito distantes dos quais ele realmente ele poderia ser, mas que são compatíveis com a sua bagagem de espírito milenar.
Bagagem essa acostumada ao glamour atribuído àqueles que, afastando-se do "ridículo" que era ouvir seu coração, adaptavam-se com grande fidelidade aos valores da época, determinados por criaturas que sabiam menos que eles, mas julgavam-se possuidoras da verdade e de todo poder, oprimindo, assim, nossos bons impulsos e inspirações divinas, impondo a crença de sermos pecaminosos e impuros, provindos de um passado perverso, incapazes de qualquer boa realização por nós mesmos.
Como dar ouvidos aos sons originários de um cômodo donde acreditávamos provirem as coisas erradas? Porta que nem sequer abre, quão mais adentrá-la, explorá-la, descobri-la, dominá-la...
"E, assim, o homem abandona-se - necessitado ainda de algo para preencher o vazio que se formou - no momento que a vaidade se voluntaria com o gosto."
Ouvir a vaidade é como dar atenção a uma multidão de pessoas estranhas ditando a forma que seu coração deve sentir e acatar; é abandonar a si mesmo para abraçar uma série de valores desconhecidos e perigosos.
O jovem que desejar realmente fazer o bem para o mundo deve, antes de dar ouvidos à vaidade, ouvir atentamente o que o coração tem a dizer ( mesmo que esteja em contradição com seus próprios interesses passageiros ), para se aprender a viver em harmonia com ele, tarefa essa que, antes de qualquer outra, deve ser conquistada e desenvolvida por cada um.
Deus seria injusto ao colocar a verdadeira felicidade tão longe de nós, guardada por figuras tão perversas e esquisitas, perdidas nos complexos labirintos que os homens desorientados descrevem, acessível somente por quem adentra a complicada filosofia do homem do mundo. Sermos campeões dessas coisas não nos trará a felicidade, não!
Abrace seu coração, descubra quem você é e esforce-se para ser feliz sendo você mesmo, e ainda que as pessoas o desdenhem, não dê atenção e perdoe-as. Pois quem vê um jardim e não sabe lhe dar o valor, nunca tentou por si mesmo plantar uma flor.
Fonte: Revista de Estudos Espíritas
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