“Entre as causas que podem opor-se à manifestação de um espírito, umas lhe são pessoais e outras, estranhas. Entre as primeiras, é
preciso colocar suas ocupações ou as missões que desempenha e das
quais não pode desviar-se para ceder aos nossos desejos; neste caso,
sua visita fica, apenas, adiada.” (O Livro dos Médiuns, cap. XXV,
Segunda Parte, item 275.)
Embora permaneçam vinculados à Terra, nem todos
os espíritos encontram-se em condições de comunicar-se
mediunicamente com os que se demoram no campo da
luta física. Nem médiuns para tal cometimento teríamos
em número suficiente, se os espíritos pudessem se manifestar como desejariam...
Quando desencarnam, os espíritos prosseguem em suas
atividades no Mundo Espiritual: alguns ascendem a regiões
superiores da vida, em obediência aos impositivos da própria evolução, e outros precipitam-se nas regiões infelizes
de onde não conseguem se ausentar com facilidade.
Algemados a preconceitos de caráter religioso, dos
quais não se libertam mesmo depois da morte, alguns espíritos recusam-se a “voltar” e a manter contato com os que
procuram saber como estão; outros, reencontrando antigas
afinidades, como que se “esquecem” dos laços consanguíneos a que se prenderam por determinado tempo...
Alguns, se se manifestassem, certamente haveriam
de complicar a situação dos que pelejam no mundo culpando-os pelas dificuldades que faceiam deste outro lado
da vida; outros abordariam assuntos “censurados” pelos
Benfeitores Espirituais, de vez que não lhes assiste o direito de se utilizar de um médium para intraquilizar os
homens...
Alguns simplesmente não se expressam porque, dentro de um período relativamente curto, são reconduzidos
à reencarnação, e outros, em se vendo fora do corpo, se
revelam indiferentes aos companheiros da retaguarda material...
Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, faz uma consideração de suma importância: “...uma primeira conversa
não é sempre tão satisfatória como se poderia desejar, e é
por isso também que os próprios espíritos, frequentemente, pedem para serem chamados de novo”. Pode acontecer, portanto, que numa primeira comunicação o espírito
deixe a desejar; somente com o tempo, criando uma sintonia maior com o médium, ele irá se soltar mais, conseguindo expressar-se com o desembaraço necessário.(...)
Somos de opinião que, de um modo geral, as pessoas
deveriam evitar obter diversas mensagens de um mesmo
espírito, através de médiuns diferentes. Temos visto muita
gente perder a fé por isso. Julgando os referidos comunicados contraditórios, porque não possuem o indispensável conhecimento doutrinário para discerni-los, acabam
cavando o abismo da própria descrença.
Autor: Odilon Fernandes
Do livro: Mediunidade e Evangelho
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