Irmãos necessitados


Irmãos necessitados
É preciso compreender — mas compreender substancialmente — que nem todo mendigo é aquele que te requisita socorro material. Muito mais que os irmãos em penúria do corpo, solicitam-te amparo aqueles outros companheiros em aflição ou desvalimento, na vida íntima, a te pedirem apoio e consolação.

Muita vez, alcançam-te a esfera pessoal expectantes ou irritadiços, ansiosos ou arrogantes, qual se de coisa alguma necessitassem. 

Entretanto, é preciso estender-lhe o verbo amigo para que se habilitem à paz e ao refazimento. 

Acolhe-os, pois, no clima da própria alma e dá-lhes do que puderes em fraternidade e ternura para que se restaurem. 


Justo entender que, de maneira geral, quantos nos rogam orientação e conselho, no imo de si mesmos já sabem, à saciedade, o que lhes compete fazer. 

Se cansados, não desconhecem que a fadiga não se lhes extinguirá num toque de mágica; se enfermos, estão cientes de que precisarão de remédio; se desiludidos, conhecem as farpas de angústia que lhes atormentam o coração, farpas essas que é imperioso retirar e esquecer; se carregam remorso, não ignoram que a dor da culpa não se lhes desaparecerá da consciência lesada, assim como por encanto. 

O que semelhantes irmãos necessitados esperam de nós, quase sempre, é um tanto mais de força, a fim de que possam seguir adiante. 

Compadece-te de quantos te procuram, mergulhados em dúvida ou desespero. 

Eles não aguardam de nós um milagre, cuja existência não admitem. Procuram simplesmente a caridade de uma palavra compreensiva ou um gesto de paz que lhes propiciem renovação e bom ânimo. 

Em suma, aspiram tão somente a saber que não se encontram sozinhos e que Deus, por intermédio de alguém, não lhes terá esquecido as necessidades do coração.


Autor: Emmanuel
Do livro: Rumo certo

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