Não apenas ignorância da realidade espiritual, mas aflição ante a sua legitimidade.
Conhecer a verdade é penetrá-la; viver a verdade, no entanto, é renovar-se para ela.
Muitos que trazem da Terra o cômputo do conhecimento espírita, não obstante se identificarem com a vida espiritual, perturbam-se face ao que deixaram de fazer, o que planejaram fazer e o que fizeram erradamente.
Ao despertar na Vida Verdadeira, o homem, de um só golpe, olha a retaguarda, percebendo em clara visão tudo quanto poderia ter realizado e não o fez. Esse conhecimento dá-lhe sofrimento, perturba-o.
Não é a desencarnação em si que faz sofrer. Antes, é a evidência do que não se realizou que torna o espírito sofrido. Por isso, o Codificador do Espiritismo, com muita lucidez, anotou a resposta dos imortais de que o conhecimento do Espiritismo oferece, naturalmente, recurso para impedir a perturbação, mas que os atos são os grandes contributos a fim de que o homem, sabendo da sua realidade íntima e conhecendo o que fez de nobre, tenha o impedimento da aflição interior.
Desse modo, identificado com o espírito de amanhã que o Espiritismo nos revela, não apenas fiquemos na informação, mas nos modifiquemos, para que a nossa consciência não se nos transforme em algoz, fazendo sofrer, em consideração ao que ficou perdido ou aplicado errada e audaciosamente contra cada um.
Autor: João Cléofas
Do livro: Intercâmbio Mediúnico
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