Os espíritos atrasados têm envoltórios espessos, impregnados de fluidos materiais. Sentem, ainda depois da morte, as impressões e as necessidades da vida terrestre. A fome, o frio, a dor subsistem para os mais grosseiros dentre eles. Seu organismo fluídico, obscurecido pelas paixões, só pode vibrar fracamente e suas percepções são, portanto, mais restritas. Eles nada sabem da vida do Espaço. Tudo neles e em torno deles são trevas.
A alma pura, livre das atrações bestiais, transforma seu perispírito e o torna semelhante a si mesma. Quanto mais esse perispírito for sutil, vibrará com mais força, suas sensações se ampliarão. Participa de modos de existência dos quais podemos apenas ter uma ideia. Embriaga-se das alegrias da vida superior, das magníficas harmonias do Infinito. Tal é a tarefa do espírito humano e a sua recompensa: pelos seus longos trabalhos, habituar-se com novos sentidos, de uma delicadeza e de um poder sem limites; dominar as suas paixões brutais, fazer do espesso envoltório primitivo uma forma diáfana, resplandecente de luz. Eis a obra determinada para todos e que todos devem perseguir através das etapas inumeráveis, na estrada maravilhosa que os mundos desenvolvem sob seus passos.
Do Livro: Depois da Morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário ou sugestão! Sua opinião é muito importante para nós!