Mediunidade gloriosa


Mediunidade gloriosa
Mediunidade Gloriosa
Na Idade Média, citemos duas grandes fi guras históricas: Cristóvão Colombo, o descobridor de um Novo Mundo, impulsionado por uma obsessão divina, e Joana d’Arc que obedece às suas vozes.

Na sua missão aventureira, Colombo era guiado por um gênio invisível. Tratavam-no de visionário. Nas horas das maiores dificuldades, ouvia uma voz desconhecida murmurar ao seu ouvido: “Deus quer que vosso nome ressoe, gloriosamente, através do mundo; dar-vos-ão as chaves de todos esses portos desconhecidos do Oceano que presentemente estão fechados por poderosas correntes”.

A vida de Joana d’Arc está em todas as memórias. Sabe-se que em todos os lugares, seres invisíveis inspiram e dirigem a virgem heroína de Domremy. Todos os acontecimentos de sua gloriosa epopeia são anunciados antecipadamente. Diante dela surgem aparições; vozes celestes ciciam-lhe ao ouvido. A inspiração nela flui como a corrente de uma onda rápida. No meio dos combates, nos conselhos, diante de seus juízes, por toda a parte, essa criança de 18 anos comanda ou responde com segurança, consciente do papel sublime que desempenha; nunca variando, nem na sua fé, nem nas suas palavras; inabalável, mesmo diante dos suplícios, mesmo diante da morte; iluminada e como transfigurada pela luz de um outro mundo. Ouçam-na!


Eu amo a Igreja e sou boa cristã. Porém, quanto às obras que tenho feito e ao meu advento, é preciso que eu espere no rei do Céu que me enviou.

Vim da parte de Deus e dos santos e santas do paraíso e da Igreja vitoriosa do Alto, e de seu comando; a essa Igreja submeto todos os meus atos e tudo o que tenho feito ou farei.

A vida de Joana d’Arc como médium e como missionária, seria sem igual na História, se antes dela não tivesse havido o supliciado do Calvário. Pode-se dizer, pelo menos, que nada de mais augusto foi visto, desde os primeiros tempos do Cristianismo.

A esses nomes gloriosos, temos o direito de acrescentar os dos grandes poetas. Depois da música, a poesia é um dos focos mais puros da inspiração; ela provoca o êxtase intelectual, que permite comunicar com os mundos superiores. Mais do que os outros homens, o poeta sente, ama e sofre. Todas as vozes da Natureza nele cantam. O ritmo da vida invisível regula a cadência de seus versos.

Todos os grandes poetas heroicos iniciam seus cantos por uma invocação aos deuses ou à musa; e os deuses invocados, isto é, os espíritos inspiradores respondem ao chamado. Eles murmuram ao ouvido do poeta mil coisas sublimes, mil coisas que dentre os fi lhos dos homens só ele ouve. 


Autor: Léon Denis
Do livro: No Invisível

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