Auxílio e esforço próprio |
Amemos a consolação, usando-a, porém, à maneira do óleo que lubrifica a máquina, sem exonerá-la da atividade precisa.
O Criador estabelece auxílio incessante para todas as necessidades da Criação, mas determina que a lei do trabalho seja cumprida em todas as direções.
A árvore encontra adubo no solo e alimento na atmosfera; no entanto, deve produzir o fruto, conforme a espécie a que pertence.
A ostra, conquanto usufrua o agasalho da concha e se rejubile na água nutriente do mar, fabrica a pérola, no âmago de si mesma.
Não fujas, assim, à responsabilidade de pensar e realizar.
Rogas o amparo da eterna sabedoria.
Solicitas a inspiração dos mensageiros da luz.
Requisitas esse ou aquele obséquio de amigos desencarnados.
Pedes concurso incessante às forças da Natureza.
Não te falta o apoio do céu e da Terra; todavia, ninguém te consegue isentar das próprias obrigações.
Raciocina e perceberás que o auxílio e o esforço próprio funcionam conjugados em todos os lances da experiência.
O costureiro faz a roupa; contudo, se pretende vestir-te, não há de envergá-la.
O médico prescreve a medicação; mas para curar-te, não deve ingeri-la.
O professor explica regras; no entanto, não te substitui a cabeça na assimilação dos ensinamentos.
O fotógrafo tira-te expressivo retrato; entretanto, se procura fixar-te a imagem, não te toma o lugar diante da objetiva.
Agradeçamos as contribuições que a bondade divina e a fraternidade humana nos estendam a cada passo, mas não nos esqueçamos do dever de servir, voluntariamente, no bem de todos, a favor de nós mesmos, porquanto as leis do Universo corrigem o mal, onde o mal apareça; contudo, em matéria de aperfeiçoamento moral, jamais constrangem a consciência. Ou trabalhamos espontaneamente e progredimos, conquistando a própria elevação, ou preferimos parar e estacamos em ponto morto.
Autor: Emmanuel
Do Livro: Encontro Marcado
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