O Espiritismo

O Espiritismo
O Espiritismo
O Espiritismo, sabiamente pra ti cado, não é somente uma fon te profunda de ensinamento; é também um meio de treinamento moral. Os avisos, os conselhos dos espíritos, suas descrições da vida do Além influem nos nossos pensamentos e nos nossos atos; eles preparam uma lenta modificação do nosso caráter e de nossa maneira de viver.

Nada é mais impressionante do que ouvir, no decorrer das sessões de evocações, a narrativa, a confissão das angústias experimentadas pelo espírito que empregou mal sua vida terrestre; do egoísta, que apenas encontra a indiferença e o vazio em torno de si; do invejoso, que se sente mergulhado numa espécie de noite produzida pelo acúmulo de seus maus pensamentos, de seus maldosos propósitos.

Dentre numerosos fatos, citaremos este que se produziu no nosso grupo de estudos: o espírito de uma antiga vendedora de legumes de Amiens gostava de nos lembrar sua ansiedade e sua perturbação, quando, após o falecimento, encontrou-se no meio de espessas trevas, efeito das maledicências e disputas às quais ela frequentemente se entregava. Longa e penosa foi sua espera. Finalmente, após anos de incerteza, de morno
isolamento, ela ouviu vozes: “Ora, Sophie; ora e arrepende-te”, diziamlhe. Sophie orou. E sua prece fervorosa, como uma luz pálida, clareava a noite fluídica que a envolvia. Segundo sua expressão: “o negro se tornava cinza”, de um cinza que ia se atenuando cada vez mais, até que tivesse recobrado a liberdade relativa dos espíritos pouco adiantados.

Não há aí um exemplo para se guardar? Notemos, sobretudo, que a descida do espírito no mal, fatalmente implica numa diminuição proporcional de liberdade. Os pensamentos e os atos criam em torno da alma culpada uma atmosfera fluídica sombria que se condensa, se contrai, pouco a pouco, e a encerra como numa prisão.

Vemos na Terra uma aplicação dessa lei de equilíbrio moral e de justiça nas enfermidades cruéis, a privação dos sentidos, as paralisias prolongadas que, muitas vezes, são as consequências do passado, a repercussão longínqua das faltas cometidas.



Autor: Léon Denis
Do Livro: No Invisível.

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