Mediunidade e Doutrina

Mediunidade e Doutrina
Mediunidade e Doutrina
As decepções daqueles que chegaram a observar falhas na mediunidade, em geral, provêm, portanto, do prejuízo de considerarem os médiuns instrumentos infalíveis sob a ação dos espíritos, seres privilegiados incapazes de produções menos excelentes. Provém ainda da falta de estudo da Doutrina, pois as obras da Codificação espírita, como as demais que realizam a estrutura doutrinária espírita, previnem contra todos esses contratempos, explicam-nos e ensinam-nos a compreendê-los e contorná-los, a fim de corrigi-los, evitando males maiores.

Jamais nos devemos esquecer, por isso mesmo, de que não só Allan Kardec, mas todas as entidades que ditaram a Revelação Espírita aconselharam o exame rigoroso, o estudo atento de tudo quanto é ditado e revelado pelo Além. “Não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades” — lá previne o próprio Espírito de Verdade, no capítulo VI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.


O Espiritismo não se circunscreve à produção deste ou daquele médium, mas impõe-se pelo conjunto magistral de leis que o apontam como revelação superior do invisível, iluminada pela Verdade. Descrer da sua veracidade e grandeza de princípios e possibilidades, somente porque este ou aquele médium mais responsável não conseguiu transmitir na íntegra o pensamento de um instrutor espiritual, ou porque uma entidade de nível moral inferior molestou-o com insinuações perturbadoras, empanando-lhe o brilho da produção mediúnica, é testemunhar falta de cultura doutrinária e escassez de espírito de observação.

Mistificações, infiltrações do subconsciente, interferências animistas, etc., são igualmente fenômenos psíquicos dignos de serem estudados, e não motivações para o desmoronamento da crença individual ou o desrespeito ao médium; e quando, porventura, nos encontrarmos diante desses fatos, cumpre-nos compreendê-los, sem, de forma alguma, considerar desacreditada uma doutrina que apresenta os mais apreciáveis foros de grande revelação celeste. E jamais, jamais vejamos em qualquer médium um ser extraordinário alcandorado de angelitude, mas apenas uma alma em progresso, a quem Deus outorgou possibilidades de adiantamento moral-espiritual, servindo o próximo, alma de quem próprio compromisso mediúnico exigirá inauditos esforços, mesmo sacrifícios, para o bom cumprimento do dever à frente da lei da Criação.



Autora: Yvonne Pereira
Do livro: A Luz do Consolador.

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