Deus é Pai

Deus é Pai
Deus é Pai
“A inteligência de Deus se revela nas suas obras, como a de um pintor no seu quadro; mas as obras de Deus não são o próprio Deus, tanto quanto o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, CELD, questão 16, nota.)


Que o amor único de Deus inspire todas as almas para o bem!

Deus, o Pai, espírito acima de nossa compreensão.

O homem, pobremente, tenta definir-lhe as origens, os valores, as condições de vida.

Através dos milênios, houve quem pensasse em poder dominá- lo. Muitos tentaram fazê-lo. Sofreram amargamente a vergonha diante dos seus pares, o sofrimento dado pela insensatez. A incompreensão daqueles que pensaram poder dominar Deus chega a ser comovente, se podemos nos expressar desse modo, diante das crianças espirituais que tentam conduzir os homens, com a noção de que sejam eles, sacerdotes, condutores da palavra de Deus na Terra.


Cada vez que nos reportemos a Deus, pensemos, inicialmente, na grandiosidade da própria Natureza. Depois, comecemos a pensar na grandiosidade das estrelas, na grandiosidade das constelações, no Universo. Veremos que essa força tão poderosa, tanto quanto generosa, criadora de tantas belezas, realmente, não pode ser definida pelo homem. Se assim o é, como, dizem alguns, poderemos ter fé em um Criador, se não o concebemos? Realmente, para alguns homens, conceber Deus é extremamente difícil. Direi mais: impossível para todos os homens. De nossa parte, poderemos avaliar as condições do Pai na medida em que avaliamos as suas obras.

Como fazê-lo? Primeiramente, adotando a humildade como regra para analisar tudo e todas as coisas. A intolerância de alguns, atribuindo a Deus forças destrutivas, chega também a assustar. Outros pensam que podem definir Deus, apenas porque conseguem vasculhar o infinito das forças que existem em torno da Humanidade. Esses tais pensam que já conhecem Deus tão somente porque observam algumas coisas que ele produz. Percebem algumas coisas que existem no Universo e, por isso, creem que conhecem Deus. Outros mais, ainda, dizem que podem perceber Deus apenas porque são capazes de conhecer algumas de suas inúmeras leis.

Há cientistas tão orgulhosos, tão vaidosos do seu saber, que até mesmo se recusam a acreditar que alguém seja o Criador de tantas coisas. Filósofos, quantos existem que negam, até mesmo, a existência do Pai.

Por tudo isso, resta a nós, os religiosos de todos os tempos e de todos os templos, pensar em Deus como devemos fazê-lo, como Pai. O Criador de tudo, sim, é verdade; mas, acima de tudo, o doador da oportunidade de estudarmos, de aprendermos, de vivenciarmos uma experiência de luz e de crescermos espiritualmente.

Aos religiosos está a tarefa de mostrar ao povo que Deus, se não pode ser visto, pode ser entrevisto. Aos homens que pensam de forma elevada pode ser mostrado, também, que Deus é muito acima do que nós pensamos, mas é sempre uma unidade.

Filósofos, que pensais em tantas formas de conduzir a Humanidade, pensai que Deus detém a unidade, enquanto que todos nós nada fazemos senão tentar aproximar-nos dessa unidade.

Aqueles que aqui estão, tristes, sofridos, cansados, sofrendo as mais superlativas dores, como pensar em Deus, quando eles próprios sentem perdas, angústias, dores? Como pensar em Deus? Para estes, digo: Deus é aquele ser que nos sustenta a todos, que não nos dá provas que não possamos superar ou suportar. Deus é aquele que olha para nós não  com o objetivo de nos fazer sofrer, mas tão somente com o objetivo de nos fazer crescer espiritualmente.

Quando, em nosso coração, irromper a angústia, o clamor, falemos para nós mesmos: Deus é o Pai; sabe o que nós precisamos passar. Isto não quer dizer que devamos aceitar cegamente todas as dores que nos chegam. Ao contrário, devemos saber por que as dores nos chegam, para não repetirmos os erros. Até nos momentos de dor observamos a presença de Deus, porque, realmente, ele nos permite sentir dores; mas, se observarmos, todas as dores que sentimos, todas, sem exceção, nos educam. Salvo no caso daqueles que se recusam a aceitar a forma educativa da dor. Para estes, Deus também reserva alguma coisa. Para estes Deus oferece o tempo como agente educador.

Deus, assim, meus irmãos, é o Pai. É aquele que oferece o melhor para nós; mas é aquele, também, que deseja que o alcancemos.

O convite para todos, nesta noite, é o de pensarmos detidamente na ideia de Deus. Naquilo que Deus nos oferece e naquilo que precisamos buscar para entendê-lo.

Quando assim o fizermos, quando assim o entendermos, quando assim o percebermos, elevemos nossas preces e digamos: “Deus, Pai, ajuda-me a caminhar no entendimento de todas as coisas, pois que tenho a certeza de que desejas o melhor para nós, porque tu és meu Pai”.

Que a bondade deste mesmo Deus nos ajude e nos ampare a todos!



Autor: Antonio de Aquino
Do livro: Inspirações do Amor Único de Deus, vol. 3.

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