Somos Espíritos Imortais

Somos Espíritos Imortais
Somos Espíritos Imortais
“O espírito dispõe sempre das faculdades que lhe são próprias. Ora, não são os órgãos que dão as faculdades, e sim estas que impulsionam o desenvolvimento dos órgãos.” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, perg. 370.)

Que o amor único de Deus inspire todas as nossas almas para o bem!

Quantas vezes teremos olhado para nós mesmos e indagado: Por que tenho este corpo? Ou, olhando para um filho, perguntado: Quem será este que aqui está?

Diante da pessoa com quem convivemos, teremos dito: Quem será a alma que comigo compartilha a vida, a existência?

Quase sempre, o ser humano lança na conta de Deus suas lutas reencarnatórias, sem se dar conta de que elas são o resultado de suas decisões ao longo das existências. Dizemos, por exemplo, quando temos um filho, que foi Deus quem o mandou; que a esposa é aquela companhia de que se necessita; que o companheiro de vida foi destinado à criatura; enfim, lançamos na conta da Lei de Deus todas as possibilidades de vida em comum. Entretanto, a Doutrina Espírita, a pouco e pouco, esclarece o ser humano, dizendo-lhe, sempre e mais, das responsabilidades que a vida oferece.


Cada vez mais, vamos entendendo que a pessoa que compartilha conosco a existência não foi escolhida aleatoriamente. Razões profundas fizeram com que essa criatura estivesse ao nosso lado. O filho não é mais aquele ser angélico que olhamos no berço, dizendo: Eis aí uma representação de Deus junto a mim. Nossa reflexão já se faz desta forma: Oh! alma que estás aí representada, que tive eu contigo? Ou: o que é que tu tens comigo?

A vida vai se tornando, assim, uma vida de relação compartilhada, equilibrada, mas ao mesmo tempo uma vida voltada para o sentimento do progredir.

O homem, portanto, ao se dar conta de que está em um corpo, dirá para si mesmo: Dentro de mim, uma alma forte, independente, capaz de decisões, acertadas ou não; preso e envolvendo este espírito imortal que sou eu, um corpo limitado, delimitado pelas células, mas, felizmente, com a possibilidade de pensar.

Ah! meus irmãos, quando olharmos para alguém, quando observarmos alguém ao nosso lado, não digamos apenas que estamos diante deste ou daquele companheiro; repitamos, intimamente, que temos diante de nós um espírito imortal. E esse espírito imortal, o que é que traz dentro de si? Traz também as lembranças, as sensações, os sentimentos, os desejos que caracterizam a sua alma, o seu ser. Como nós, ele também pensa, ele também ama, ele também tem projetos, ele também tem sonhos.

Muitas vezes, dizemos apenas que nos desencantamos com os nossos filhos, com a esposa ou com o companheiro, quando poderíamos perguntar: E os filhos, desencantaram-se conosco? E a esposa (ou esposo) como nos vê? Como alguém autoritário? Como alguém com excesso de predominância de sua personalidade? Ou como alguém com quem compartilha a vida e a excelência da vida?

Hoje, quando observamos a Doutrina Espírita avançar progressivamente na sociedade terrena, trazendo conceitos profundos do viver — porque é a Doutrina, no momento, que traz maiores e melhores conceitos sobre a vida — lembramos a todos da necessidade de compreendermos as responsabilidades espirituais que temos diante do progresso.

O corpo nada mais é que a materialização da presença de um espírito junto a nós; uma existência nada mais é do que o compartilhamento de ideias e possibilidades. A vida, portanto, para nós, deve ser vivida, como nos fala o Evangelho, em espírito e em verdade.

Procurando, assim, a cada momento, a paz que tanto dizemos ser necessária à nossa existência, é justo indagarmos a nós mesmos: E esta paz, eu a trago junto de mim? E esta paz, eu a divido com os outros? Eu tranquilizo as almas daqueles que estão ao meu lado? Ou será que eu somente imponho
o meu modo de ser?

À medida que adentramos paulatinamente o conhecimento da Doutrina Espírita, a responsabilidade aumenta para nós. Entretanto, que ninguém pense que a vida não traga algo de poesia; não traga algo do desconhecido; não traga também alguma coisa interessante para ser pensada.

Algumas vezes, almas se escondem quietas, tranquilas, tímidas, até, para não se mostrarem como são. Existem, ainda, companheiros que preferem ser reconhecidos ao longo de uma existência. Em outros casos, há tanta simplicidade nas escolhas, tanto amor e sentimento, que é preciso deixar que o tempo amadureça as almas, para que elas se mostrem tais como são.

Tenham esperança, tenham perspectivas, tenham fé! Tenham uma profunda fé! Deus, o Pai, trará para nós uma única certeza, nessas horas: a certeza de que aquele que está ao nosso lado não nos é desconhecido.

Alguns poderão indagar: Será que pertenço à mesma categoria de espíritos do ser com quem convivo, a meus olhos tão endurecido?

Se nem sempre pertencemos à categoria daqueles espíritos, certamente temos algum débito com eles a pagar. Assim, seres que sofrem, que sofrem dores escondidas, que ninguém conhece, tenham a certeza: a reencarnação lhes foi dada para quitar débitos. Com amor, com elevação e pacificação, modificarão essas almas, por piores que elas sejam, desde que em seus corações habite o amor, de modo crescente.

Lembremos que o corpo de carne é importante, é necessário, útil, mesmo; mas jamais se comparará à excelência do espírito, que se mostra, naqueles que desejam crescer, cada vez mais forte, mais elevado, mais puro, mais substancialmente superior aos melhores dos corpos que existem na face da Terra.

Nosso espírito, nossa inteligência, nossa natureza, nosso ser!

Que Deus muito nos abençoe a todos!



Autor: Antônio de Aquino
Do livro: Pela Graça Infinita de Deus, vol. 1.

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