Conversões Sérias

Conversões Sérias
Conversões Sérias
“Falai ao coração, é por aí que farei mais conversões sérias. Se credes útil, para certas pessoas, agir pelos fatos materiais, apresentai-os menos em circunstâncias tais que não possam dar lugar a nenhuma interpretação falsa e, sobretudo, não vos afasteis das condições normais desses fatos, porque os fatos apresentados em más condições fornecem argumentos aos incrédulos em lugar
de convencê-los.” (Cap. V – Segunda Parte – item 98.)


A mensagem de Erasto ao discípulo de Paulo, que Kardec inseriu no capítulo V da segunda parte de O Livro dos Médiuns, merece acuradas considerações. Pena que aqui, a fim de não fugirmos ao objetivo a que nos propomos, não possamos examinar-lhe mais do que o trecho que transcrevemos acima.

O tema das conversões sérias enseja-nos algumas reflexões. O espírita, seja ou não médium atuante, não deve preocupar-se com a adesão de “pessoas importantes” ao Espiritismo, tratando-as com uma deferência que não dedicam às pessoas de menor projeção social; não deve fazer a essas pessoas de destaque, concessões que, habitualmente, não faz aos mais simples...


Numa reunião espírita todos os participantes devem merecer o mesmo tratamento e ter as mesmas oportunidades de acesso a essa ou àquela atividade.

Outrora, as portas de quase todos os templos religiosos escancaravam-se para receber os que pudessem doar mais, concedendo-lhes privilégios e títulos honoríficos. Sabemos, infelizmente, no que isto veio a dar. Muitos “santos” canonizados pela igreja compraram a peso de outro a aureola de santidade que ostentam na Terra, nos altares de pedra.(...)

É preciso que todos compreendam que o Espiritismo é uma doutrina séria que se interessa por adeptos sérios, que queiram ser respeitados pelos seus dotes morais e não pela posição que transitoriamente ocupam.(...)

Quando o Espiritismo surgiu na França, foram os operários os que primeiro tiveram a sensibilidade de abraçá-lo. Os principais médiuns que assessoram Kardec na obra gigantesca da codificação eram procedentes de famílias humildes “Falai ao coração...”, concita-nos Erasto. O sofrimento tem sido o maior instrumento de conversão dos homens à Doutrina, porque em sua feição consoladora, somente ela satisfaz ao mesmo tempo, aos anseios do coração e as exigências da razão.(...)

Só se converte realmente quem se transforma e só transforma quem verdadeiramente foi “tocado” no íntimo, aceitando, de iniciativa própria, o Cristo no coração.

Ainda em sua mensagem, afirma Erasto: “Quanto aos incrédulos, e aos sábios piores que os incrédulos, não vou procurar convencê-los, não me ocupo deles; serão, um dia, convencidos pela força da evidência....”

Que os médiuns se acautelem, portanto, dando de graça a todos, em parcelas iguais, o que todos de graça, em iguais parcelas, têm recebido de Deus.



Autor: Odilon Fernandes
Do livro: Mediunidade e Evangelho

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