O Perispírito ou Corpo Fluídico

O Perispírito ou Corpo Fluídico
O Perispírito ou Corpo Fluídico
Uma correlação estreita religa os três elementos constitutivos do ser. Quanto mais elevado é o espírito, mais sutil é o perispírito, leve, brilhante, mais o corpo está isento de paixões, moderado nos seus apetites e seus desejos. A nobreza e a dignidade da alma recaem sobre o perispírito, que elas tornam mais harmonioso de formas e mais etéreo; recaem até sobre o próprio corpo; a face, então, ilumina-se com o reflexo de uma flama interior.

É através dos fluidos mais ou menos sutis que o perispírito se comunica com a alma e se religa ao corpo. Esses fluidos, embora invisíveis, são vínculos poderosos que o acorrentam à matéria, do nascimento até a morte, e mesmo, para os sensuais, até a dissolução do organismo. A agonia representa para nós a soma de esforços realizados pelo perispírito para desligar-se dos seus laços carnais.

O fluido vital, do qual o perispírito é a fonte, representa um papel considerável na economia. Sua existência, seu modo de ação podem explicar muitos problemas patológicos. Ao mesmo tempo agente de transmissão das sensações externas e impressões íntimas é comparável ao fio telegráfico, que percorre uma corrente dupla.

A existência do perispírito era conhecida dos antigos.


Sob os nomes de ochéma e de férouer, os filósofos gregos e orientais designavam o envoltório da alma, “lúcido, etéreo, perfumado”. Segundo os persas, quando chega a hora da encarnação, o férouer atrai e condensa em torno de si as moléculas materiais necessárias à constituição do corpo, depois, ele as restitui aos elementos através da morte, para retomar em outros meios novos envoltórios carnais.

O Cristianismo traz igualmente traços dessa crença. São Paulo, na sua primeira Epístolas aos Coríntios, exprime-se nesses termos:

“O homem é colocado, na Terra, como um corpo animal e ressuscitará como um corpo espiritual. Assim como há um corpo animal, há um corpo espiritual”.

Embora a existência do perispírito tenha sido afirmada em diversas épocas, cabia ao Espiritismo determinar a natureza e o papel exato. Graças às experiências de Crookes e outros sábios, sabemos que o perispírito é o instrumento com a ajuda do qual efetuam-se todos os fenômenos do magnetismo e do Espiritismo. Esse corpo espiritual é um verdadeiro reservatório de fluidos, que a alma coloca em ação pela vontade. É ele que, no sono comum, como no sono provocado, desliga-se do corpo material, transporta-se a distâncias consideráveis e, na obscuridade das noites como na claridade do dia, vê, observa, ouve coisas que o corpo não poderia conhecer.

O perispírito tem seus sentidos, análogos aos do corpo, mas de uma potência superior. Ele vê através da luz espiritual, diferente da luz dos astros, e que os sentidos materiais não podem perceber, embora esteja espalhada em todo o Universo.

A permanência do corpo fluídico, depois como antes da morte, explica também o fenômeno das aparições ou materializações de espíritos. O perispírito, na vida livre do Espaço, possui, virtualmente, todas as forças que constituem o organismo humano, mas não as coloca em ação. Desde que o espírito se encontre nas condições desejadas, quer dizer, desde que possa emprestar ao médium a matéria fluídica e a força vital necessárias, ele as assimila e reveste, pouco a pouco, as aparências da matéria terrestre. A corrente vital nele circula e, sob a ação do fluido emprestado, as moléculas físicas arrumam-se segundo as linhas essenciais do perispírito; o corpo humano se reconstitui e o organismo entra em função.

As fotografias e as moldagens nos mostram que esse corpo reconstituído é idêntico àquele que o espírito animava na Terra. Mas essa vida só pode ser temporária e fugidia, porque é anormal, e os elementos que a produziram, depois de uma curta associação, retornam às suas respectivas fontes.



Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte

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