Os Obsessores

Os Obsessores
Os Obsessores
Atuam, geralmente, de duas maneiras diferentes.

Com sutileza, a princípio, envolvem a emoção da futura vítima, transferindo para a sua casa mental as ideias estranhas que se fixam e terminam por predominar.

Iniciado o processo vil, apoderam-se das forças psíquicas, diminuindo as resistências e culminando pela dominação total.

Chegando a essa fase, apropriam-se de parte da maquinaria orgânica de que se utilizam, impondo-se ao tirocínio mental, que passam a explorar com impiedade e sofreguidão.

Em outros casos, à semelhança de um dique que se arrebenta, irrompem com mensagens destrutivas ou fanáticas, envolvendo os seus dependentes no turbilhão de paixões perturbadoras em que os afogam de uma vez.

No primeiro caso, a impiedade atormenta os departamentos psíquicos dos seus comparsas, e, no caso imediato, desorganiza de chofre as resistências, sem qualquer respeito pelo domicílio carnal da reencarnação.


Os obsessores são as almas impenitentes que vigiam as operações humanas e as de natureza espiritual, distorcendo o raciocínio, sob o comando da loucura egocêntrica, que os torna famigerados.

Encontramo-los nos mais variados departamentos do relacionamento social, cultural, científico e filosófico, nas artes e nas religiões.

A maioria deles, constituída por antagonistas do progresso, enfrenta as ideias renovadoras, tentando obstaculizar, ora aderindo aparentemente, depois gerando perturbação e desordem; noutros momentos, levantando barreiras de oposição sistemática.

Profundamente cruéis, perderam a sensibilidade ao longo das reencarnações impiedosas a que se afeiçoaram.

Com muita propriedade, Jesus conclama a criatura humana encarnada ou desencarnada à vigilância, e Allan Kardec, com muita sabedoria, na área do intercâmbio mediúnico, adverte quanto ao perigo das obsessões.

Os obsessores são as almas dos homens que viveram na Terra, com prestígio e poder, não se conformando com a transitoriedade carnal que os despiu e expulsou dos tronos e dominações enganosos.

Permanecem vinculados àquelas paixões, gerando, atrevidamente, o combate que pretendem manter contra a Divindade, embora inutilmente.

Apesar de saberem que não lograrão êxito nas façanhas têm, por outro lado, a certeza de que retardarão a marcha do progresso, dividindo as criaturas e infelicitando-as, momentaneamente, porque vinculadas aos ideais nobres.

Noutros momentos, espicaçando os sentimentos inferiores e geralmente estabelecendo linhas de comportamento infeliz, tornam amargurados e ressentidos os seres.

A obsessão pode dar-se por motivos pessoais — desforço e inveja — gerais — revolta contra os ideais elevados — e de loucura — desespero contra tudo e todos.

Ocorre porque as suas vítimas são endividadas perante a Consciência Cósmica.

O nosso labor estende-se à faixa dos obsessores — nossos irmãos cruéis e infelizes, pelos quais devemos orar, de quem nos devemos compadecer e a respeito de cuja existência deveremos precatarmos com todas as forças do coração, as veras do sentimento e a lucidez da alma — e aos homens encarnados nas áreas das provações redentoras.



Autor: Cléofas
Do livro: Suave Luz nas Sombras

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