Por que ser médium? |
O
planejamento reencarnatório é um dos momentos de grande importância na vida do
espírito errante. É o instante sublime para decidir como será sua próxima
encarnação, que é o caso da maioria dos reencarnantes no planeta Terra, e esse
processo se dá com o auxílio de experientes guias espirituais.
Se há
necessidade de um planejamento reencarnatório é porque o espírito em questão
precisa passar por situações de vivência corporal para se quitar com a Lei de
Deus, já que a reencarnação é circunstância que Deus impõe aos espíritos
recalcitrantes.
A
reencarnação é em essência presente da misericórdia de Deus, que por amor e
justiça, espera enquanto o filho aprende a viver para zelar pelo cumprimento da
ordem universal, rumo à perfeição. É o processo vivo de Educação Espiritual.
Contudo
nem todos a apreciam desse modo.
É
então que a reencarnação pode ser vivida como expiação, isto é, o espírito vive
como prisioneiro de suas próprias más ações cometidas em épocas pregressas. Se
ainda não se arrependeu dos maus feitos, a dor será a disciplinadora. Se já se
arrependeu, a dor expiatória pode ser abrandada através da reparação, que é
fazer o bem àquele a quem se fez mal. [1]
Um
dos recursos disponibilizados para o cumprimento dos objetivos da reencarnação
rumo à perfeição é a Mediunidade. Cumpre-se nela meio de expiação e de
solidariedade. Cumpre-se nela missão e socorro a muitos sofredores, onde se
funda a solidariedade. Cumpre-se nela a co-criação e sua faculdade inerente de
pensar que enseja relacionamentos espirituais por atração e afinidade visando à
conscientização do compromisso do ser que assimila a força constante de Deus.
[2]
Mas o que é Mediunidade?
Segundo
Kardec em o Livro dos Médiuns questão 159:
“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos
Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não
constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as
pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos
são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam
aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz
por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma
organização mais ou menos sensitiva.”
Assim
há os médiuns em que a mediunidade eclode ostensivamente, desse modo difícil
não lhe dar a devida atenção. Entretanto há aqueles cujos sinais são mais sutis,
nem por isso deixam de produzir no cotidiano do médium incômodos ligeiros que
podem levar de pequenas dificuldades a grandes transtornos.
Kardec
esclarece que para ser Médium faz-se mister que a faculdade mediúnica esteja
bem caracterizada e organizada. Então não basta sentir de forma difusa o mundo
espiritual. É necessário estudo da doutrina espírita, autoexame, prática
consciente e vivência da mediunidade permanente.
Os
Centros Espíritas são instituições que favorecem este labor através do estudo
sistematizado, socorro aos espíritos desencarnados, passes de cura, irradiação,
evangelização, reuniões públicas onde ocorre o socorro espiritual
concomitantemente com a divulgação doutrinária que esclarece e consola.
A
mediunidade é bênção divina para o reajuste do espírito perante as Leis Universais,
entretanto quando ela se manifesta conclamando a ação, alguns espíritos
encarnados, mesmo com a opção feita no planejamento reencarnatório, se ainda
estão afeitos as sensações e gozos da carne, esquecem-se de que a escolheram
como benefício para o próprio progresso.
Inicialmente
podem desconhecer seus sinais e por isso retardarem o uso adequado destas
funções, porém tão logo sejam identificados, urge passar ao trabalho de socorro
com o Cristo.
Desde tempos remotos:
Mediunidade
sempre esteve entre as faculdades psíquicas desde tempos imemoriais e já foi
tratada de forma bastante peculiar invocando o maravilhoso ou sobrenatural como
meio de despertar o medo e o controle, salvo os que com humildade a utilizou
para a cura. Ou aqueles que se expressaram nas ciências ou nas artes,
invariavelmente ignorando o processo, sendo instrumento do progresso.
É um
conhecimento milenar, que foi pulverizado por diversas doutrinas e pensamentos.
Muitos destes não a identificavam como recurso de socorro aos irmãos sem corpo
de carne, nem tampouco como ferramenta para auxílio a si mesmo. Até o advento
do Consolador prometido por Jesus que teve na personalidade de Allan Kardec a
condição de reunir através das mensagens dos Espíritos toda uma gama de ideias
e organizá-las para ulterior utilização da humanidade.
No
livro Seara dos Médiuns Emmanuel sintetiza: “A mediunidade é ensejo de serviço e aprimoramento, resgate e
solução”.
Portanto,
a hora que o convite da imortalidade soar no mais íntimo através dos sinais de
aproximação dos companheiros desencarnados que reclamam vingança, auxílio,
esclarecimento, socorro, que cada qual faça valer o acordo anterior,
reorganizando a vida de encarnado para incluir o trabalho com o Cristo e
desenvolver um labor diário.
O
início do serviço exige
determinação para mudar o padrão vibratório de costume, buscando o pensamento
de paz e amor, perdão e solidariedade através da prece e da busca da sintonia
com os bons espíritos, que no devido tempo favorecerá o médium.
O aprimoramento surge como resposta
ao clamor inicial, desde que trabalhado consciente e determinadamente, com
afinco, coroando o esforço através do estudo primoroso da doutrina espírita.
O resgate aos irmãos necessitados através
da dedicação própria, e o resgate de si mesmo das fieiras do desequilíbrio
resultante das forças vividas por afinidade com a satisfação das paixões
desequilibrantes.
É a solução para o retorno essencial
a harmonia com as Leis Universais quitando os débitos contraídos no passado. A
mediunidade será realizada de acordo com o que for feito dela, por cada qual
segundo seus princípios.
De
acordo com o esclarecimento do espiritismo, o médium vai se aperfeiçoando moralmente,
já que através da educação mediúnica passa a limitar seus impulsos de
satisfação estéril e atenta novo rumo, agora, para a vida imortal. Desenvolve sentimento
de compaixão e solidariedade ao experimentar a dor do outro que também é sua, e
ainda, fortalece em si a compreensão e o não julgamento.
E aprimora
também, através das orações, para socorros frequentes aos desencarnados e das
reflexões para compreensão dos eventos experimentados, o próprio pensamento, e assim
conquista uma continuidade no pensar que cria a realidade em que vive. É na
força mental do pensamento que os poderes do Espírito se revelam, pois ele é “o alicerce vivo de todas as realizações no
plano físico e extrafísico”. [2]
Pode-se concluir então: Mediunidade quando vista
de um ponto prematuro, apressado e preso às vivências materiais aparece como
‘castigo’, ‘sofrimento’ e ‘dor’, já com os esclarecimentos que a Doutrina
Espírita oportuniza transforma fenômenos mediúnicos em força disciplinadora
sintonizado com o ideal cristão e a Vontade de Deus. [3]
Desta forma a mediunidade contribui na evolução,
individual e coletiva, e põe os espíritos a serviço de Deus para contribuir nas
obras da criação. [4]
E finalmente, transforma a Mediunidade Torturada
em Mediunidade Gloriosa a caminho de um mundo de regeneração que compete a cada
um no cumprimento dos seus deveres, para consigo mesmo e para com o próximo,
sempre seguindo os ensinamentos evangélicos de Jesus: “o qual recompensará cada
um segundo suas obras”. (Ro 2:6)
Referência Bibliográfica:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário ou sugestão! Sua opinião é muito importante para nós!