A mediunidade mecânica, ou inconsciente, é rara. De maneira geral, os médiuns de psicografia têm consciência do que escrevem. A mediunidade consciente confunde-se com a intuição.
A falta de compreensão da mediunidade leva muita gente a desistir do seu exercício. (...)
Um exemplo patente de mediunidade consciente, no campo da psicografia, é o dos poetas, mesmo quando eles se mostram agnósticos, o que vem provar que “a fé do médium novato não é uma condição rigorosa...”
Um dos mais célebres poetas da língua portuguesa, Fernando Pessoa, era claramente médium. Ele próprio acreditava nisto, embora não tenha assumido a mediunidade e considerasse as entidades comunicantes como simples heterônimos seus, isto é, diferentes nomes seus...
Ser médium não exclui o valor pessoal de ninguém que seja médium. Não tivesse Fernando Pessoa a bagagem literária que possuía, os Espíritos buscariam inspirá-lo em vão. Aliás, ser médium, é até mais difícil do que ser Espírito mensageiro... Quase sempre, o médium tem que ser um instrumento maleável para os mais diferentes tipos de comunicados. Não existem os que recebem os músicos, os pintores, os filósofos, os poetas?
O médium que questiona em excesso a autenticidade da mensagem acaba por anular-se. Se as ideias que grafa no papel são elevadas, deve seguir em frente. Todo o Bem verte, originariamente, de Deus. Nós próprios, os Espíritos comunicantes, por nossa vez, assimilamos as correntes de pensamento daquelas entidades que habitam planos superiores aos nossos.
O médium psicógrafo consciente, ou semiconsciente não deve permitir que a dúvida lhe prejudique o trabalho. Decida entre querer ser médium ou não ser. É desnecessário que se atormente a vida inteira, como existem médiuns que vivem mergulhados numa eterna luta contra si mesmos. Se não confiam na própria mediunidade, podem trabalhar noutro campo; a seara é imensa e podem dar-se ao luxo de escolher...
Agora, o médium disciplinado precisa ter controle sobre as comunicações que recebe. Pior do que descrer é acreditar cegamente em tudo! Falar, no caso da psicofonia, ou escrever, no caso da psicografia, o primeiro pensamento que aparece, mesmo por mais absurdo e incoerente que seja, é colaborar com a obsessão. Não se tome a palavra de Kardec no sentido literal. Por isso o médium que se preza deve estudar a Doutrina, para aprender a discernir.
Do livro: Mediunidade e Doutrina. IDE.
Psicografia: Carlos A. Baccelli
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Muito bom, esclarecedor! Gosto muito do médium Carlos Baceli.:Sandro Caridade Praça.
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