Empréstimos

Dá ao que te pede e não dês as costas ao que deseja tomar-te um empréstimo.              Jesus (Mt 5:42)

Em um primeiro momento, a orientação do Senhor Jesus, acima transcrita, nos remete ao empréstimo das múltiplas coisas materiais que possuímos, incluindo a moeda comercial.

Em o Evangelho segundo o Espiritismo, no entanto, encontramos algumas orientações sobre a diversidade das formas de se praticar a Caridade, notadamente nas Instruções dos Espíritos do capítulo XIII, onde Cárita diz:

Várias maneiras há de fazer-se a caridade, que muitos dentre vós confundem com a esmola. Diferença grande vai, no entanto, de uma para outra. A esmola, meus amigos, é algumas vezes útil, porque dá alívio aos pobres; … A caridade, ao contrário, liga o benfeitor ao beneficiado e se disfarça de tantos modos! Pode-se ser caridoso, mesmo com os parentes e com os amigos, sendo uns indulgentes para com os outros, perdoando-se mutuamente as fraquezas, cuidando não ferir o amor-próprio de ninguém.”

Também podemos acrescentar os dizeres de João, tiradas da mesma fonte:

Todos vós, que podeis produzir, dai; dai o vosso gênio, dai as vossas inspirações, dai o vosso coração, que Deus vos abençoará.”

Percebe-se, muito facilmente, que as pessoas – o Próximo, segundo Jesus – que compõem nosso círculo social podem nos pedir muitas coisas subjetivas emprestadas, tais como:

Um minuto de nossa atenção;

Um gesto de carinho;

Um toque ou abraço fraterno;

Uma palavra amiga;

Um elogio, ou incentivo;

O ombro amigo para recostar a cabeça atribulada;

Um olhar conciliador.

Por outro lado, as pessoas também podem pedir emprestado de nós outros nosso silêncio quanto à:

Crítica destrutiva;

Cobrança indevida;

Imposição humilhante;

Condicionantes rebaixadores.

Por último, o Benfeitor Espiritual Françoise de Genève, também no Evangelho segundo o Espiritismo em seu capítulo de número Cinco, nos dá um lembrete, na mensagem intitulada A Melancolia:

Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família (grifo do autor deste texto), quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou.”

Fica claro, portanto, de que aos empréstimos que listamos acima podem ser acrescentados outros que nossa natureza permite na vida de relação, mas uma coisa é definitiva, a caridade do empréstimo deve começar no Lar, em Família.

Pensemos nisso.


Autor: Antônio Carlos Navarro


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