Na verdade, cada um de nós poderia, se o quisesse, comunicar-se a qualquer hora com o mundo invisível. Somos espíritos: pela vontade, podemos comandar a matéria e libertar-nos de seus elos, para viver em uma esfera mais livre, a esfera da vida superconsciente. Para tanto, uma coisa é necessária: espiritualizar-nos, voltarmos à vida de espírito, através de uma concentração perfeita de nossas forças interiores. Então, vemo-nos diante de tal ordem de coisas que nem o instinto, nem a experiência, nem mesmo a razão, podem captar.
A alma, em sua expansão, pode romper a muralha de carne que a encerra e comungar, através de seus sentidos próprios, com os mundos superiores e divinos. Foi o que puderam fazer os videntes e os verdadeiros santos, os grandes místicos de todos os tempos e de todas as religiões.
A mediunidade, sob suas tão variadas formas, também resulta de um treinamento psíquico, que permite que os sentidos da alma entrem em ação, substituam-se, por um momento, aos sentidos físicos e percebam o que é imperceptível aos outros homens. Ela se caracteriza e se desenvolve segundo as aptidões que o sentido íntimo tenha de predominar, de uma forma ou de outra, e de manifestar-se, através de uma das vias habituais da sensação. O espírito desejoso de se comunicar reconhece, à primeira vista, no médium, o sentido orgânico que lhe servirá de intermediário e atua nesse ponto. Algumas vezes, é a palavra; outras, a escrita, pela ação mecânica da mão; ou o cérebro, quando se trata da mediunidade intuitiva. Nas incorporações temporárias, é a possessão plena e total e a adaptação dos sentidos espirituais do possuidor aos sentidos físicos do sujet.
Autor: Léon Denis
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