Tudo é beleza

Tudo é beleza na Obra Divina. Reservado vos está, em vossa ascensão, apreciar os inumeráveis aspectos, risonhos ou terríveis, desde a flor delicada até os astros rutilantes, assistir às eclosões dos mundos e das humanidades; sentireis, ao mesmo tempo, desenvolver-se vossa compreensão das coisas celestiais e aumentar vosso desejo ardente de penetrar em Deus, de vos mergulhardes nele, em sua luz, em seu amor; em Deus, nossa origem, nossa essência, nossa vida!

A inteligência humana não pode descrever os futuros que pressente, as ascensões que entrevê. Nosso espírito, encarcerado num corpo de argila, nos laços de um organismo perecível, não pode encontrar nele os recursos necessários para exprimir estes esplendores; a expressão ficará sempre aquém das realidades. A alma, em suas intuições profundas, tem a sensação das coisas infinitas, de que ela participa e às quais aspira. Seu destino é vivê-las e gozá-las cada vez mais. Mas, em vão procuraria
exprimi-las com o balbuciar da fraca linguagem humana, debalde se esforçaria por traduzir as coisas eternas na linguagem da Terra. A palavra é impotente, mas a consciência evolvida percebe as radiações sutis da vida superior.

Dia virá em que a alma engrandecida dominará o tempo e o espaço. Um século não será para ela mais do que um instante na duração e, num lampejo do seu pensamento, transporá os abismos do céu. Seu organismo sutil, apurado em milhares de vidas, há de vibrar a todos os sopros, a todas as vozes, a todos os apelos da imensidade. Sua
memória mergulhará nas idades extintas. Poderá reviver à vontade tudo o que tiver vivido, chamar a si as almas queridas que compartilharam de suas alegrias e de suas dores, e juntar-se a elas.


Autor: Léon Denis
Do livro: O Problema do Ser, do Destino e da Dor

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