O Perispírito ou Corpo Fluídico

O Perispírito ou Corpo Fluídico
O Perispírito ou Corpo Fluídico
Os materialistas, na sua negação da existência da alma, frequentemente argumentaram sobre a dificuldade de conceber um ser privado de forma. Os próprios espiritualistas não explicavam como a alma, imaterial, imponderável, poderia unir-se, estreitamente, e comandar o corpo material, de natureza essencialmente diferente. Essas dificuldades encontraram sua solução nas experiências do Espiritismo.

Assim como dissemos precedentemente, durante a vida corporal como após a morte, a alma está constantemente revestida de um invólucro fluídico, mais ou menos sutil ou etéreo, que Allan Kardec chamou de perispírito, ou corpo espiritual. O perispírito serve de laço entre o corpo e a alma; transmite-lhe as impressões dos sentidos e comunica ao corpo as vontades do espírito. No momento da morte, desprende-se da matéria tangível, abandona o corpo às decomposições do túmulo, mas, inseparável da alma, conserva a forma exterior de sua personalidade.

O perispírito é, pois, um organismo fluídico; é a forma preexistente e sobrevivente do ser humano, o substractum sobre o qual modela-se o envoltório carnal, como uma veste invisível, formada de uma matéria quintessenciada, que atravessa todos os corpos, por mais impenetráveis que nos pareçam.

A matéria grosseira, incessantemente renovada pela circulação vital, não é a parte estável e permanente do homem. É o perispírito que assegura a manutenção da estrutura humana e dos traços da fisionomia, e isso, em todas as épocas da vida, do nascimento até a morte. Faz, assim, o papel de um molde compreensível e expansível, sobre o qual a matéria terrestre incorpora-se.


Esse corpo fluídico não é, todavia, imutável; depura-se e se enobrece com a alma; segue-a através das suas encarnações incontáveis; sobe com ela os degraus da escada hierárquica, torna-se cada vez mais diáfano e brilhante, para resplandecer, um dia, essa luz da qual falam as Bíblias antigas e os testemunhos da História referentes a algumas aparições.

O perispírito conserva todas as aquisições do ser vivo. É no cérebro desse corpo espiritualizado que os conhecimentos se armazenam e se imprimem em linhas fosforescentes e sobre ele é que se modela e se forma o cérebro da criança, na reencarnação. Assim, o bem intelectual e moral do espírito, longe de se perder, capitaliza-se e se engrandece com suas existências. Daí, as aptidões extraordinárias que trazem, ao nascer, alguns seres precoces, particularmente dotados.

A elevação dos sentimentos, a pureza da vida, os impulsos para o bem e o ideal, as provas e os sofrimentos pacientemente suportados, depuram cada vez mais o perispírito, estendendo, multiplicando as vibrações. Como uma ação química, eles consomem as partículas grosseiras e deixam subsistir apenas as mais sutis, as mais delicadas.

Por um efeito inverso, os apetites materiais, as paixões baixas e vulgares reagem sobre o perispírito, entorpecem-no, tornam-no mais denso e mais obscuro. A atração dos globos inferiores, como a Terra, exerce-se com força sobre esses organismos, que conservam, em parte, as necessidades do corpo e não podem satisfazê-las. As encarnações dos espíritos que estão carregados delas, sucedem-se rapidamente, até que o progresso através do sofrimento venha atenuar suas paixões, subtraí-las às influências terrestres e abrir-lhes o acesso a mundos melhores.



Autor: Léon Denis
Do livro: Depois da Morte.

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